Foto: Filipe Rodrigues
A banda Medulla é formada pelos gêmeos Keops e Raony nos vocais, Dudu Valle na guitarra e Rodrigo MJ no baixo, e é um grupo de rock que nasceu em 2005 no Rio de Janeiro. E agora, 10 anos depois, estão trabalhando em um novo trabalho e em uma comemoração. A Nação da Música teve a oportunidade de conversar com Raony sobre essa nova fase e planos futuros da banda. Confira:
Perguntas por Andressa Oliveira.
Nação da Música: Vocês estão em fase de gravação de um novo trabalho. Como está sendo esse processo?
Raony: Estamos gravando no estúdio Griatria Mix e Master com produção do Toledo e Leonardo Ramos do Supercombo. Antes de chegar no estúdio ficamos num processo grande de pesquisa, montando um mural pra cada música, já conseguimos ver um corpo no meio desse caos.
NM: Depois de lançarem quatro compactos, qual é a sensação e importância de estar fazendo um álbum cheio?
Raony: Na volta de uma das viagens que fizemos pra pré-produção do disco, ouvimos o último álbum do The Roots, “…and then you shoot your cousin”. É um disco muito impactante, foi um soco no estômago. A gente entendeu logo que não seria a mesma coisa de fazer um compacto, era preciso dar uns passos pra trás pra poder observar melhor. Cada compacto tinha um universo diferente. Agora estamos olhando cada fase e construindo um universo mais amplo. Temos mais espaço pra arriscar, então vamos do hardcore ao trap, passando por hermone korine e alguns vídeos de russos escalando prédios sem equipamento de proteção.
NM: O que podemos esperar dessa nova fase?
Raony: Estamos num momento foda. Com a minha vinda e do Keops pra Sampa, nos vimos cercado de novos amigos. Fomos muito bem recebidos. Com o disco, também é um momento muito criativo. Existe um gás todo novo e uma vibe foda de olhar pra frente com entusiasmo, o tempo mostrou que é possível construir. Hoje somos muito mais que os integrantes da banda. Temos muitos amigos e parceiros juntos, o MVMT ganhou uma cara, tomou forma com o tempo, e nós fomos tragados por essa galera.
NM: Inclusive, vocês estão fazendo 10 anos de banda. Como será a comemoração? Muitas surpresas para os fãs?
Raony: Estamos programando algo especial pro fim do ano, mas ainda não da pra falar nada.
NM: Qual tem sido a principal influência musical de vocês?
Raony: Ouvimos muitas coisas diferentes. E como somos uma banda de muitas misturas fica difícil falar sobre a principal influência. Somos mais influenciados pelas histórias que vivemos ou ouvimos das pessoas. Esse dia a dia se reflete imediatamente nas músicas.
Mas citando algumas: Future Islands, Kendrick Lamar, Flying Lotus e Raury, por exemplo, são artistas que recentemente impactaram agente. Mas estamos gastando um tempo relembrando a adolescência ouvindo Rage Against, Mars Volta e Beastie Boys.
NM: O Medulla já participou de vários eventos importantes no mundo da música. Como isso influenciou na banda ao longo dos anos?
Raony: Nosso prazer tá no encontro com as pessoas, saca? A gente larga uma rotina como a de todo mundo pra se encontrar por alguns instantes num show. São pessoas que passam por coisas muito parecidas com a gente. Saber que do mesmo jeito que essas músicas serviram de refúgio pra gente, também servem pra essas pessoas foi o grande impacto de estar no palco. É físico e espiritual, saca? É isso que torna qualquer evento importante.
NM: E esse relacionamento que vocês tem com outras bandas como Scalene e Supercombo? Podemos esperar alguma colaboração em breve?
Raony: Os mano do Supercombo já estão diretamente ligados ao novo disco. Nossos encontros são naturais. Temos muitas coisa em comum. Vez em quando tem Jamsession com Supercombo, Scalene, FFA e Inky…Uma hora a gente lança alguma loucura juntos.
NM: 2015 está aí com várias coisas: shows, novo disco, 10 anos da banda. Mas vocês já pensam nos planos futuros?
Raony: O mundo tá mudando muito e muito rápido. Talvez em 10 anos a gente seja uma banda de cyborgs ou de refugiados.
NM: Alguma mensagem para os fãs do Medulla?
Raony: “O segredo está na velocidade
Em que se puxa o esparadrapo,
Que se desfaz o laço
O mundo é como o aço
Puro, duro e duvidoso
Mas o que há dentro escondido
É o caminho ao infinito e o sempre”
(Dudu Valle)
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