Os últimos dois anos foram bastante movimentados para a banda nordestina The Baggios, que completou 10 anos de estrada em 2014. Mas o ano de 2016 promete ainda mais novidades, com apresentação agendada no Lollapalooza e um novo álbum a caminho. Em bate-papo exclusivo com a Nação da Música nesta quinta-feira (28), o vocalista Julio Andrade contou um pouco sobre o que podemos esperar da banda este ano, e relembrou alguns momentos marcantes de sua carreira. Perguntas por Andressa de Oliveira e entrevista por Felipe Santana.
O último disco do The Baggios foi o “Sina”, lançado em 2013 – três anos atrás. Para o novo trabalho, Julio conta que passam por um período de redescoberta, saindo um pouco de sua zona de conforto, utilizando mais arranjos, mais elementos com ainda mais possibilidades, dando uma amplitude maior a composição. Outra mudança é que Julio e Gabriel começaram a compor em trio, experimentando novos caminhos e ousando em coisas diferentes. Mesmo assim, os fãs não precisam se preocupar: a essência da banda permanece a mesma – continuam sendo uma banda de rock, apenas com um pouco mais de experimentações: “Há 3 anos atrás eu não teria essa coragem“, diz Andrade.
Assim como em “Sina”, o novo disco seguirá um conceito, ainda sendo estudado pelo grupo. O tempo trouxe amadurecimento, que resulta em um trabalho mais refinado e cuidadoso, seguindo uma história diferente com letras mais pessoais. As apresentações ao vivo influenciam muito no caminho a ser seguido, como os recentes shows em parceria com o Maglore. Nessa fase de pré-produção, os caras já escreveram torno de 25 músicas, que serão cuidadosamente selecionadas e trabalhadas. O intervalo entre os dois álbuns permitiu um maior estudo e pesquisa, tomando influências de novos artistas e obter novas ideias, podendo arriscar mais e se perguntar: “Qual será o próximo passo?” – questionamento esse que traz ainda mais segurança.
Julio reforça que cada álbum ou EP representa uma época da história da banda, sendo possível notar a evolução desde a Demo em 2007 e o primeiro álbum cheio em 2011. Olhando para trás, ele não se arrepende de nada, e diz que não mudaria uma coisa se quer, mesmo com toda bagagem que carrega agora como compositor e músico mais experiente: “dediquei quase metade da minha vida à música”, relembrando que começou a se envolver nesse meio em 2001. Nos primeiros anos do The Baggios, ele escrevia em inglês, com poucas fontes brasileiras e um som totalmente experimental. Se antes ele se considerava mais fechado, hoje é o extremo oposto, tomando inspiração de diversos estilos como jazz, forro, rock brasileiro, música afro e o tradicional blues. A turnê e o DVD “10 Anos Depois” deixou claro isso.
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Quando perguntamos sobre a recente primeira turnê internacional da banda pelo México, o vocalista já solta: “Foda pra caral**”. O duo esteve no país para alguns shows em 2015, descrevendo como sua a experiência mais apreensiva: “Me senti como em 2004″, comparando a sensação com os primeiros shows da carreira, tocando pela primeira vez para um grupo de estranhos. Por lá, o The Baggios se apresentou em diferentes lugares e ocasiões – desde representar o Brasil em festival sul-americano, até tocar no Centro Cultural do Brasil e também da Espanha, com o embaixador na platéia. A ligação entre os mexicanos com o nosso país, inclusive nosso idioma, surpreendeu Julio, que recebeu elogios de residentes do México que falavam perfeitamente Português.
A visita rendeu a gravação de um novo single, em parceria com a banda local Los Daniels – que deve ser lançado ainda antes do Lollapalooza. Os dois grupos dividem os vocais que alternam Português e Espanhol, resultado de uma experiência única. Falando sobre o festival, a divulgação do line-up com o The Baggios fez os sergipanos vibrarem, mostrando a união e o grande apoio que recebem de seus conterrâneos. “Sergipe tem um grande potencial para bandas”, fato esse que deixa o músico ainda mais orgulhoso com o convite. Julio conta que gosta muito de tocar em festivais, pois atinge não apenas seu público, mas seguidores que estão ali para outras bandas e tem a oportunidade de conhecer seu trabalho, relembrando o show no Porão do Rock com 20 mil presentes, dividindo o palco com Pitty e Nação Zumbi.
Para o show, podemos esperar algumas surpresas. O grupo gosta de testar material ao vivo antes de entrar para o estúdio, e o Lolla é uma grande oportunidade para isso. Unindo fãs de todo país, um set divido em duas partes está sendo preparado, com o primeiro seguindo as apresentações normal do duo, e o segundo estreando uma nova estética, dessa vez em trio – com novas versões de sucessos antigos e músicas inéditas. Com essa preparação a todo o vapor, o novo disco é esperado para o segundo semestre deste ano, finalizando a pré-produção logo após o festival e levando o material para o estúdio até maio.
O Lolla é uma oportunidade de assistir shows de grandes ídolos que não aconteceriam no Nordeste, citando Tame Impala e Eagles Of Death Metal como exemplo. Para os fãs que vão comparecer ao festival, ele sugere ficar de olho em bandas novas, não só nos headliners, e para os que vão assistir ao The Baggios, ele pede: “Dancem, vibrem, curtem e façam um show memorável”.
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