No começo do mês de maio, o cantor Jair Naves disponibilizou em todas as plataformas digitais o disco “Rente”. Este é o terceiro trabalho solo do músico, sucessor de “E você se sente numa cela escura, planejando a sua fuga, cavando o chão com as próprias unhas” de 2012 e “Trovões a Me Atingir” de 2015.
A produção do trabalho ficou por conta do próprio Jair e a Nação da Música teve a oportunidade de conversar com ele sobre os bastidores do novo álbum, os temas das composições e também sobre parcerias que ele gostaria de fazer.
Entrevista por Marina Moia
———————— Leia a íntegra:
Obrigada por falar com a gente, Jair. Gostaria de saber como foi o processo de criação e produção de “Rente”, seu terceiro disco de estúdio. Quão diferente foi trabalhar neste disco em comparação com os seus lançamentos anteriores?
Jair: Eu que agradeço, bom falar com vocês. A produção de “Rente” foi muito mais arrastada e demorada do que nos meus dois discos solo anteriores, “E você se sente numa cela escura, planejando a sua fuga, cavando o chão com as próprias unhas” (2012) e “Trovões a Me Atingir” (2015). Enquanto esses dois foram gravados e mixados em questão de semanas ou poucos meses, “Rente” demorou mais de um ano para ser concluído, já que nesse mesmo período eu passei a morar em outro país e só pude trabalhar nesse projeto nos curtos períodos de tempo em que estava no Brasil.
Se por um lado foi difícil lidar com a ansiedade para terminar e lançar logo esse trabalho, por outro me deu tempo para pensar com calma em cada mínimo detalhe envolvendo o álbum. Nesse sentido, foi ótimo poder desenvolver o disco nessas condições.
Você já comentou sobre o disco ser a reação de uma pessoa à mudanças físicas e mentais, tanto no campo pessoal como político. O que mais te inspirou na hora de compor as faixas do álbum? A escolha de tratar de temas tão atuais surgiu naturalmente ou foi algo que você já planejava escrever sobre há bastante tempo?
Jair: Não dá para escapar do estranhamento causado pelo fato de estarmos vivenciando uma nova configuração social e política. Levando em consideração que o último disco foi lançado em 2015, era natural que esse novo abordasse o que mudou no mundo desde então. E muita coisa se alterou ao redor de todos nós. Então esses temas acabaram surgindo com muita naturalidade e acabaram pautando a maior parte das músicas de “Rente”.
O fato de você ter se mudado para os EUA influenciou as nas criações do disco? Como?
Jair: Teve influência sim. Me proporcionou a oportunidade de conhecer novos artistas e também de olhar para o lugar de onde eu vim com um certo distanciamento. Fora isso, me fez repensar muita coisa sobre a minha vida e sobre mim mesmo. Morar em um país diferente pode trazer uma enorme sensação de isolamento. Creio que quase todas as composições partiram desse lugar solitário, de estranhamento.
Com qual artista ou banda gostaria de fazer uma colaboração no futuro?
Jair: Essa é uma boa pergunta, nunca pensei muito nisso. Acho que seria interessante trabalhar com artistas que possuam qualidades complementares às minhas. É o que busco quando escolho os músicos que tocam comigo, por exemplo. E agora estamos num momento ótimo, com uma das melhores bandas de que já fiz parte (Renato Ribeiro na guitarra, Rob Ashtoffen no baixo e Lucas Melo na bateria). Talvez esteja aí a resposta. Pode parecer uma coisa boba de se dizer, mas eu gostaria de fazer pelo menos mais um disco com eles.
Agora que “Rente” está disponível a todos, o que os fãs podem esperar daqui para frente de Jair Naves?
Jair: Queremos levar o disco para os palcos, o quanto antes. E, se tudo der certo, começar já a trabalhar no próximo. A última coisa que eu quero é que demore novamente quatro anos até outro álbum ser lançado.
Gostaria de deixar um recado aos leitores da Nação da Música?
Jair: Obrigado por nos ouvirem. Que a gente se veja em breve nos shows.
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