Kongos, a banda formada por quatro irmãos e que se destaca pela diversidade de influências em suas músicas, estará no Brasil para show único na noite desta quarta-feira (18). O grupo já esteve por aqui em 2015, para presença no Lollapalooza, mas agora eles estão no país para divulgar seu mais novo trabalho em estúdio, “Egomaniac”, de 2016.
Conversamos com Daniel Kongos para saber mais sobre o disco mais recente, a evolução da banda nos últimos anos e suas influências.
Entrevista feita por Marina Moia.
————————————————————————————————————— Leia a íntegra
Vocês tocaram na Argentina na segunda-feira e foi o primeiro show desta turnê na América do Sul. Como foi?
Daniel: Foi incrível! A gente sabia que seria bom porque nos divertimos muito na América do Sul da última vez. Foi muito divertido fazer um set completo, ao invés dos shows mais curtos que tínhamos feitos antes.
Kongos já esteve no Brasil, para o Lollapalooza 2015. O que os fãs podem esperar desta vez?
Daniel: Eles podem esperar por um show mais completo. Obviamente não temos tempo para tocar um set completo num festival, então desta vez tocaremos por 90 minutos e muitas músicas novas. Não tocamos nada do “Egomaniac” no Brasil ainda, então estamos empolgados para tocar as novas músicas pra eles.
“Lunatic” é de 2012 e “Egomaniac” acabou de ser lançado, no ano passado. O que mudou na banda entre os lançamentos destes últimos dois álbuns?
Daniel: Acho que a quantidade de shows mudou. Para o “Lunatic” nós viajamos muito e acho que isso influencia na sua vida e na maneira que você une sons, formas, etc. Nós pensamos, mesmo que no subconsciente, quando começamos a tocar músicas do “Egomaniac”, que elas soavam mais naturais de se tocar ao vivo, mais fáceis. Com “Lunatic”, nós tivemos que trabalhar mais nas músicas e muda-las para o palco. “Egomaniac” soa como uma conversão muito mais natural para os shows ao vivo.
Quando ouvimos as músicas, podemos perceber muita diversidade de influências. Os países que visitam nas turnês e suas respectivas culturas influenciam vocês musicalmente?
Daniel: Definitivamente. Às vezes é difícil dizer “como”. A África do Sul, claro, é muito mais óbvia. Você pode ouvir no uso de acordeão, que é influência da música sul-africana. E, bom, ainda não foi divulgado, mas nosso próximo material que iremos lançar teremos uma música que é fortemente influenciada pelo tango argentino. Quando você vai para um lugar, a sensação da música local ou a sensação do próprio lugar, pode te influenciar muito.
E falando de turnês, parece que vocês estão sempre na estrada. Como vocês fazem para produzir e compor novas músicas quando estão viajando?
Daniel: Não sei sobre os outros caras, mas com certeza eles têm novas ideias e tudo mais. Na estrada, eu geralmente tenho ideias “milagrosas”. E todos escrevemos quando não estamos “nos movendo”. Se passamos bastante tempo em algum lugar, seja no Arizona ou Los Angeles, então nós conseguimos escrever bem rápido.
O que você pode me dizer sobre a jornada deste novo álbum e o processo criativo dele? E por que escolheram esse tema da Egomania?
Daniel: Nós originalmente não escolhemos “Ego” ou “Egomania” como um tema. Nós começamos a juntar as músicas, já que todos nós compomos separadamente, e percebemos que tinha um predominância do tema de narcisismo, amor próprio e essas coisas, nas músicas. Então, o termo “Egomaniac” veio depois, quando percebemos que já tínhamos um tema. A maioria das músicas realmente transmite essa ideia.
Como foi a experiência de gravar o videoclipe de “Take It From Me”, já que vocês ficam com aquelas cabeças gigantes feitas em computação gráfica?
Daniel: Bom, tem zero efeitos naquele clipe, é tudo real [risos]. Para mim foi um desafio porque eu tive que fazer todos aqueles efeitos das cabeças gigantes. Eu basicamente tive que aprender a mexer no programa After Effects, então esse foi o desafio da vez, foi mais técnico. Nós sempre fazemos nossos próprios videoclipes, mas dessa vez chamamos um amigo para nos ajudar na direção e na gravação. Foi um processo de aprendizado ter que mexer no After Effects, com certeza.
Além das turnês, o que Kongos tem planejado para 2017? Novas músicas?
Daniel: Sim! Nós planejamos lançar novas músicas antes do final do ano ou no começo de 2018, ainda não temos certeza. Mas quando terminarmos esse ciclo, nós voltaremos logo para o estúdio para produzir novo material.
E que bandas e artistas você tem ouvido ultimamente?
Daniel: Eu tenho ouvido muito Queens of the Stone Age. Como a gente está na estrada, eu não posso ouvir música muita alta, dai eu ouço música muito baixa quando estou em turnê [risos]. “…Like Clockwork” é um dos meus álbuns favoritos, sei que é de 2013, mas é um ótimo disco.
Com quem você gostaria de fazer uma parceria no futuro?
Daniel: É uma pergunta muito difícil para se responder porque nunca fizemos uma colaboração com ninguém. Nós temos muitas ideias…. Amamos a produção do Dr. Dre. É algo inimaginável e que provavelmente nunca vai acontecer. Mas tenho sonhos mais reais. Por exemplo, tem um engenheiro de mixagem chamado Bob Clearmountain, e seria a melhor coisa ter uma música mixada por ele. Ele é um ótimo engenheiro e já mixou alguns dos meus álbuns favoritos.
Se pudesse escolher alguém, qualquer pessoa, para fazer uma versão de uma música da Kongos, quem seria?
Daniel: Provavelmente a Rihanna, assim eu teria uma chance de conhece-la! [risos]
Gostaria de mandar uma mensagem para os fãs brasileiros da Kongos?
Daniel: Sim! Mal posso esperar para vê-los e para tocar um set completo para todos vocês! Muito obrigada por nos receberem. Aqueles comentários no Instagram e no Youtube falando “venham para o Brasil” funcionam! [risos]
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