Cercada por influências muito atuais e ecléticas, que vão de Pink à Tribalistas, a cantora Manaia chega com personalidade marcante no mundo da música, trazendo as suas próprias características pra jogo.
O primeiro single da artista, “Baby”, foi divulgado em setembro e, nesta terça-feira (06), ela lança mais uma música, intitulada “Medo”, que você pode conferir no meio deste post. Manaia possui Borderline, um transtorno que leva a pessoa a altos e baixos emocionais e forte depressão, e foi com a música que ela aprendeu a se aceitar, ser feliz e se apresentar sem receios.
A Nação da Música conversou com Manaia sobre suas influências musicais, o primeiro álbum da sua carreira e também sobre o trabalho com mulheres.
Entrevista feita por Joyce Oliveira.
———————————————————————————– Leia a íntegra:
Recentemente você lançou a canção “Baby”, juntamente de um clipe, e o single tem uma mensagem muito forte, bem empoderadora. Essa canção tem algum significado para você? Ela representa em palavras algo na sua vida?
Manaia: O maior significado da canção Baby é a liberdade. Essa música é uma conversa de um Eu forte para um eu fraco. Todos acham que a letra fala de amor ao próximo, e eu fiz isso de propósito mesmo, deixar na ambiguidade. Mas a musica é de amor próprio. Escrevi quando resolvi sair do ambiente de trabalho corporativo e ser feliz fazendo musica, o que nunca foi aprovado na minha família.
Queremos muito ouvir seu primeiro álbum, o que podemos esperar dele?
Manaia: Muita loucura. Depois que descobri o borderline fiquei bastante tempo me achando fracassada, mas quando me aceitei como essa pessoa “diferente” eu resolvi abusar da criatividade e colocar tudo pra fora. Esse álbum inicial vem exatamente dessa fase do “descobrimento”, inclusive tem uma música chamada “Na Borda”, que fala desse meu momento, e outras mais divertidas pra não ficar “azul”.
Sua banda é totalmente formada por mulheres. Isso foi uma decisão sua?
Manaia: Isso foi uma decisão conjunta com a produtora. Eu escrevo muito sobre empoderamento feminino, e sempre admirei cantoras que representam o posicionamento da mulher como a Pink e Beyoncé. Não são só as meninas da banda, mas tem a Carol no figurino, Aninha na make… Nós mulheres somos hardcore, quem disse que a gente era sexo frágil “pirou na maionese” [risos].
A atual cena pop rock brasileira ainda é em sua maioria formada por homens, você vê isso como um problema no meio artístico? Como você se sente?
Manaia: Não. Rita Lee e Pitty são roqueiras que são muito maiores que qualquer banda masculina atual. Primeiramente, eu sou formada em Desenho Industrial, que apenas 3% das pessoas eram mulheres, aquilo era um problema que demorou para “eles” me levarem a sério a ponto de me deixar trabalhar em paz. Mas no final das contas me formei com honra e tinha respeito por todos. Então, se vierem pra mim dizendo que vai ser um problema, já chego dizendo que adoro um desafio. Eu me sinto tão capaz de fazer rock como qualquer outra pessoa.
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Sua composição fala muito sobre empoderamento feminino, que atualmente vem tendo uma maior visibilidade de diversas minorias. Como você vê o papel da música como forma de expressão e como ajuda às pessoas?
Manaia: A pergunta é a resposta. A música é uma forma de expressão. Letra nada mais é do que poesia organizada, e melodia é a linguagem universal. Sofro de borderline, então escrever me ajuda muito a “botar pra fora” pequenas e grandes angústias. Mas às vezes o próprio ritual de escrever vira um remédio.
Por exemplo, atualmente escrevi um musica chamada “Fortaleza”, pois entrei numa depressão. A música teve duas versões, uma em que estou bem triste querendo desistir e a outra que resolvi lutar. E quando penso nessa versão da mais forte, imagino as pessoas, que também sofrem de depressão, escutando e as deixando mais fortes. Eu gostaria muito que a minha música, assim como me ajuda, fosse cura para a alma das outras pessoas.
Quais são suas referências artísticas e musicais? Qual sua maior inspiração? E com quem você gostaria de dividir os vocais em um feat?
Manaia: Eu sou bem eclética, então gosto de tudo. Comecei escutando musiquinhas da Disney, mas foi no rock do Linkin Park e da Evanescence que eu realmente surtei [risos]. No carro do papai me amarrava no Bon Jovi, Celine Dion, Elton John, Madonna, tive minha fase Sandy & Junior também, no coral da escola tinha Etta James, Johnny Mercer, musicais e tal.
Mas o som que escuto hoje tem grande parte de inspiração no que sou, como Sia, Adele, Lana Del Rey, Amy Winehouse, Rihanna, Halsey, Lorde, Lady Gaga, bandas como Maroon 5, Coldplay, Muse… e claro Pink, talvez ela seja minha maior inspiração, mas eu acredito que sou uma junção de Amy Lee com Katy Perry [risos].
Se eu pudesse dividir o palco com qualquer um deles eu já estava nas nuvens. Mas aqui no Brasil eu gostaria muito de fazer uma parceria com a Pitty.
Gostaria de mandar um recado aos leitores da Nação da Música?
Manaia: Sim, 1) não deixem de escutar minhas musicas, porque elas vêm da alma, até as mais “aparentemente superficiais” tem uma mensagem subliminar, e tudo tem um duplo sentido.
2) Quem disse a mulher era sexo frágil nunca me conheceu.
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