Depois de pouco mais de um ano de pausa, O Teatro Mágico está de volta! O grupo, liderado por Fernando Anitelli, já está com uma turnê pelo país para comemorar os 15 anos de existência da trupe.
A Nação da Música conversou com Fernando Anitelli sobre a volta às atividades, a música nova “Quantas Mais” e os projetos futuros.
Entrevista por Marina Moia.
————————————————————————————- Leia a íntegra
Primeiro de tudo, gostaria de saber como a pausa, de pouco mais de um ano, influenciou no trabalho atual (e futuro) d’O Teatro Mágico?
Fernando: No ano de 2016, quando a trupe resolve fazer uma pausa criativa, é também porque cada pessoa que participa aqui do grupo tem seus trabalhos individuais, seus trabalhos de criação, sejam oficinas, aulas, danças, exposição, outros grupos. Tem uma porção de coisas que o pessoal queria também estar “regando”, essas criações autorais.
Foi muito importante para fortalecer a caminhada de cada um. Naturalmente, quando todo mundo volta a trabalhar no mesmo grupo, todo mundo também traz um pouco da sua experiência sozinho, das suas circunstâncias, e já chega mais otimizado, com disposição, com resposta pra trabalhar no grupo novamente.
Isso só colaborou, só deu mais ideias, só deu mais saudade e só deu mais tesão de poder voltar e estar junto, realizar essa turnê de 15 anos que a gente está fazendo.
Poderia falar um pouco sobre a nova música do grupo, “Quantas Mais”? Como foi o processo de criação desta vez?
Fernando: Essa música, a harmonia dela, surgiu no começo de 2017, logo no início da pausa. Eu tinha ido viajar, comecei a ler um livro, que tratava de algumas questões assim. Comecei [a compor] e a dai a letra não vinha mais, e eu continuava escrevendo, mas não vinha mais.
E o país foi entrando em situações caóticas, sensíveis, e eu comecei a refletir esse tempo em que vivemos. Falar sobre tudo isso de uma maneira que fosse acessível e também tivesse o lúdico do Teatro Mágico, mas com o peso da realidade. Foi assim que surgiu a harmonia e a letra. Dai eu levei pra banda, todos nós começamos a ensaiar.
A terceira fase foi quando levei pro Daniel Santiago, que ajudou a terminar de compor a música, alguns traços melódicos, harmônicos da música. Ele me ajudou com os arranjos, na elaboração disso tudo. A parceria então tava pronta. Foi assim que fizemos essa música “Quantas Mais”.
Fizemos um clipe dela. Quem gravou foi o Raphael Moraes e o Rodrigo Rosa. Nós tivemos algumas ideias de conceito da Andrea Barbour e do Gustavo Anitelli, junto comigo. Gravamos esse clipe, lançamos há alguns dias e já está com mais de 160 mil visualizações! A gente está muito feliz e já tocando essa música nos shows de 15 anos e o público cantando tudo!
Com ela, podemos ter uma noção do que virá no próximo disco de vocês? Aliás, o que os fãs podem esperar ouvir do sucessor de “Allehop”?
Fernando: O que vocês podem esperar o trabalho com a canção e com elementos orgânicos, acústicos, cordas, violão. A gente também vai experimentar algumas coisas sintetizadas, eletrônicas, jogadas aqui e ali. Mas não como tema, não com tanta ênfase, como foi tudo que a gente fez no álbum “Allehop”.
Pro novo álbum, a gente já tem algumas canções, já estamos ensaiando, levantando. A ideia é lançar neste ano mais uma música, mais um clipe. Acho que aí o público vai começar a construir melhor, não só com uma música, mas com essa segunda, qual o caminho que a gente está escolhendo. Mas é um caminho que dialoga com a nossa história, com a nossa vontade de arriscar, experimentar, e dialoga também com aquilo que já trouxemos um dia e que traduz um pouco dessa cara do Teatro Mágico, essa pluralidade de grooves, de timbres e com letras que trazem a poesia como forma de falar sobre seja lá o que for o assunto.
É nesse universo que virá o novo álbum do Teatro Mágico.
Como foi trabalhar com a Orquestra Contemporânea de Olinda em “Pra Acertar”?
Fernando: Foi uma delícia! Um grupo muito querido, de pessoas muito criativas. Juliano Holanda escreveu a parte da música comigo. Eu fui lançando estrofes aqui, ele por lá, e a gente foi escrevendo isso juntos. Quando a gente se encontrou com todo o grupo, passamos o dia pensando e resolvendo isso.
Henrique Albino foi o responsável pelos arranjos de metal, da metaleira, trombone, trompetes, sax, as cornetas todas! Foi legal pra caramba. O cara é genial e deu todo o requinte pra música. Eu gosto do que ela fala, gosto do arranjo dela.
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Gostaria de fazer uma parceria com algum artista no futuro? Quem?
Fernando: Sim! Quero fazer mais parcerias! Com todos os artistas que tenho admiração, artistas da velha guarda. Posso dizer aí Milton Nascimento, Ney Matogrosso, Flávio Venturini. A galera da atualidade também, gosto muito de gente que está trazendo coisa interessante, enfim.
Tem algumas parcerias novas que estão surgindo, mas que são novidades, em breve falarei, por enquanto não. Mas é isso. Tem muito artista com tesão e disposição de fazer coisa nova. A gente está pensando em fazer um trabalho novo com o pessoal do Francisco El Hombre, com a própria Roberta Campos, Nô Stopa, o rapper Crônica Mendes, enfim, tem muita coisa por vir e bora!
O Teatro Mágico está completando 15 anos e vocês já estão fazendo os shows de comemoração desta data especial. Como foram os primeiros shows e o que os fãs podem esperar dos próximos?
Fernando: Já fizemos o primeiro show em Curitiba, no Teatro Ópera de Arame, o segundo foi no Rio de Janeiro, na Fundição Progresso, todos muito quentes, efervescentes, o público comparecendo maquiado, cantando tudo. Rola música inédita, rola canções de todos os álbuns. Cenário novo, uma nova plástica de figurino, participação da trupe completa. O público vem que vem muito participativo, em dois shows fabulosos de duas horas e meia cada um.
Pretendem fazer uma turnê maior no próximo ano?
Fernando: Sim, sem dúvida! Ano que vem a gente quer lançar o álbum novo do Teatro Mágico e continuar com uma turnê com toda a trupe. Paralelamente a isso, a gente também quer gravar um DVD do projeto “Voz e Violão” e eu continuo com esse projeto, que é algo que eu não vou mais abrir mão. Muito bacana. O público pediu isso, que a gente não abra mão e continue as apresentações. Teatros cheios, todo o Brasil, cidades que talvez não alcançaríamos com toda a trupe, mas o “Voz e Violão” se faz presente. É muito bacana e bora que ano que vem tem muito mais coisa também em relação a turnê com OTM.
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