A cantora Paula Aragão lançou nesta quarta-feira (20) o primeiro single autoral da carreira, acompanhado de videoclipe, chamado “Serpente”. A faixa estará no EP de estreia “Triangular”, que contará com mais duas músicas que serão divulgadas ao longo deste ano.
A Nação da Música teve a oportunidade de conversar com a artista sobre a produção e criação de “Serpente”, o que podemos esperar do EP e também as colaborações que ela sonha em fazer no futuro.
Entrevista por Marina Moia.
——————————————– Leia a íntegra:
Olá, Paula! Obrigada por falar com a Nação da Música. Como está o coração com o lançamento deste primeiro single autoral? O que passa pela sua cabeça ao ver seu trabalho chegando aos ouvidos das pessoas?
Paula: Olá, Nação da Música! Feliz em bater um papo com vocês.
Nossa, estou com o coração a mil de tanta ansiedade e alegria! É um mix de sentimentos, é inexplicável. Fico relembrando todos os passos que dei pra chegar a este momento no qual esperei tanto. Foram vários os desafios e aprendizados até aqui e está só começando. Na realidade, olhar pra trás, tem sido bem confortante, porque aprendi a respeitar meu tempo e dar um passo de cada vez. Além disso, tive pessoas muito leves ao meu lado, o que fez com que eu curtisse todo o processo.
O single foi produzido pelo seu irmão Gabriel Aragão e por Yury Kalil. Como funcionou a dinâmica de criação e produção entre vocês no estúdio?
Paula: A composição de “Serpente”, nasce a partir de uma conversa com Gabriel, na qual questionávamos esse tipo de comportamento inflamado, superficial, pautado em status. Poucos dias depois, meu irmão me liga dizendo, “acho que encontramos a terceira música do EP” e me envia Serpente. Na mesma hora eu tenho a certeza de que essa deveria ser a primeira música a lançarmos. Gabriel é ótimo em ironias e metáforas, e essa letra afiada, sem dúvidas, era o que faltava para fechar meu EP.
Chegamos no estúdio para gravar o EP inteiro. As três músicas de uma vez. Seria meu primeiro trabalho autoral, na qual eu tinha no bolso, algumas referências pop e uma idéia muito genérica de identidade sonora. Além do mais, Gabriel vem do Rock e Kalil, tem uma pegada no rock; brega; alternativo. Então vocês devem imaginar o quão desafiador foi esse trabalho de construção de identidade sonora até eu chegar no ponto de perceber: “Pronto, é isso. Essa sou eu. Quero soar assim”, esse despertar aconteceu justamente com o Single “Serpente”. Enquanto estávamos empacados nas outras duas músicas, Serpente fluía com muita naturalidade e propriedade. Sem dúvidas, ela que deu a direção para as outras faixas do EP Triangular.
O videoclipe também já está no ar e foi dirigido por Bruna Sales. Como foi trabalhar com ela? E o que mais você pode nos contar sobre a ideia por trás do vídeo?
Paula: Em outubro de 2019, fui passar um mês em SP, e decidi aproveitar minha ida para gravar o clipe de “Serpente”. Trabalhar com a Bruna foi leve, porque ela se fez presente mesmo que virtualmente, sempre prestativa, disponível a me auxiliar e aberta a acatar as minhas idéias. Decidi tudo com ela, desde o que levar dentro da mala para Sampa, o figurino, a maquiagem, ao aluguel da poltrona, por exemplo. Fizemos um clipe independente. Pensamos em cada mínimo detalhe.
Nos bastidores foi assim: – A saga nos brechós até encontrar o figurino ideal; Fazendo e desfazendo mala, carregando de uma cidade para outra, de um metrô para outro; Passando antes no supermercado para alimentar a equipe e ao final do dia de gravação, limpando tudo para entregar o espaço como havia recebido. – Me preocupei em atuar e produzir ao mesmo tempo e isso não é nada fácil. Assim como todos que estavam no dia do clipe. Uma pequena equipe de pessoas muito solicitas e por isso, o resultado do clipe me enche ainda mais de orgulho do nosso trabalho.
O seu EP “Triangular” vai ser lançado também, com três músicas no total, certo? Como foi o processo criativo do EP como um todo? O que podemos esperar das outras duas músicas?
Paula: Certíssimo. As três músicas foram feitas em parceria com meu irmão Gabriel, desde a composição à produção. Composições essas que surgiram de questionamentos e experiências pessoais vividas por mim, como por exemplo a música “ELA”, que fala sobre padrões de beleza impostos na vida das mulheres. A música “Serpente” questiona o modo de vida das pessoas no mundo moderno. Já “Janela Aberta”, fala sobre um romance cabível em diversas interpretações. São três músicas com discursos marcantes e atuais, envolvidas na temática do feminino, na qual une recortes da minha trajetória musical resultando numa fusão inusitada entre a música pop, MPB e o brega. “Triangular” representa exatamente essa mistura de ritmos, sonoridades e sentimentos.
Sei que você estuda Música desde pequena, mas também é formada em Design. Como funcionou essa transição de uma profissão para outra?
Paula: Na realidade, nunca existiu uma transição. Sempre um coisa caminhou muito bem com a outra. Justamente pelo fato de ter crescido rodeada de música, fez com que eu me interessasse e me aproximasse de outras artes. Além da música, eu sempre tive um pé na dança, no teatro e nas artes visuais, desde criança. O Design é um outro tipo de olhar artístico e minha formação acadêmica me abriu a mente, me despertou sensibilidade de percepção dos detalhes, ao mesmo tempo que me deu uma visão mais concreta, realista e também estrategista. Ainda trabalho com design, inclusive elaborando minhas próprias peças gráficas e eu curto isso. Gosto de estar a frente do meu projeto, não só como administradora e produtora, mas explorando, também, minha criatividade. Sinto que o Design já está enraizado em mim e não há mais volta. Nem eu abro mão dele, nem ele de mim.
Com quem você gostaria de fazer uma colaboração no futuro?
Paula: Essa é uma pergunta difícil de responder, porque eu poderia fazer uma lista gigante com tantos artistas brasileiros que admiro demais. Por isso vou tentar ser mais sucinta. Tem umas mulheres que admiro pra caramba e sim, seria meu sonho, falo de Gal e Vanessa da Mata. Incluo também duas mulheres que se tornaram grandes referências para o meu som, são elas: Duda Beat e IZA. Já pensou?! Me interessa bastante fazer parcerias femininas, justamente com o intuito de fortalecer a rede de mulheres incríveis na música brasileira. Mas devo confessar que tem um cara que eu ficaria bastante emocionada se rolasse uma colaboração no futuro: Toni Garrido é você.
Gostaria de deixar um recado aos leitores da Nação da Música?
Paula: Primeiro recadinho: Gente, vocês precisam ouvir “Serpente”, ela não vai mais desgrudar da sua cabeça! Vejam como o clipe está massa, comentem o que acharam, falem comigo, me deem sugestões e acompanhem, porque tenho muito material a ser lançado em breve!
Segundo recadinho: Apoiem os artistas locais e seus amigos artistas. Principalmente nesses tempos diferentes que estamos vivendo, é muito importante esse reconhecimento, também para quem está envolvido nos bastidores, executando a produção desses conteúdos.
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