O cantor e compositor Michael Milosh, idealizador do projeto Rhye, está com lançamento inédito marcado para janeiro do ano que vem, o álbum “Home”. O trabalho já conta com o single “Black Rain”, que ganhou um videoclipe com a participação do ator de Hollywood, Aaron Taylor-Johnson, amigo pessoal de Milosh.
A Nação da Música teve a oportunidade de conversar com Mike sobre as inspirações por trás do novo single e também do disco, a produção do videoclipe de “Black Rain”, a criatividade na quarentena, e mais.
Entrevista por Marina Moia.
—————————————– Leia a íntegra:
Vamos falar sobre a música “Black Rain”! Pode nos contar sobre a inspiração por trás desta faixa?
Mike: Eu comecei a escrever a música junto com o meu baixista Roland. Eu sentia essa energia aquela semana toda e eu queria fazer algo que fosse mais pra cima, um pouco rock clássico com disco. Mas o que aconteceu foi que esses incêndios malucos começaram a acontecer na Califórnia e na verdade eles eram bem assustadores. Eu acho que todo esse medo e essa energia, que veio com os incêndios, entrou na música. A ideia é meio que “não deixe que todas essas coisas negativas que estão à sua volta te afetem”. Sabe, continue! Continue se esforçando, continue dançando, continue criando, continue amando a vida mesmo que todas essas coisas estejam acontecendo, sabe, tem a pandemia e os incêndios florestais. Os incêndios estavam bem perto, então foram bem assustadores. [A música] é sobre superar tudo isso.
Eu também amo o videoclipe da música! Tem a participação do ator Aaron Taylor-Johnson, dirigido pela esposa dele Sam. Como essa colaboração surgiu? Foi sua ideia?
Mike: Sim, nós somos muito amigos deles e passamos muito tempo juntos. E sabe, Aaron é um grande ator então eu estava meio nervoso de pedir para ele. Eu mandei uma mensagem perguntando se ele queria fazer um videoclipe e ele respondeu que com certeza! E ele perguntou o que eu achava da Sam fazer a direção e eu disse que claro, que seria incrível.
Nós nos encontramos e tínhamos alguns planos de fazer coisas diferentes, mas é tão difícil ter uma equipe grande nesta pandemia, com várias pessoas diferentes. Então nós queríamos que fosse só a gente mesmo. Nós jantamos, eles colocaram os filhos para dormir, nós ajeitamos a câmera e filmamos o Aaron dançando duas vezes. Nós escolhemos o segundo take. Foi realmente incrível. Simplesmente aconteceu, nós filmamos, e foi isso.
Seu novo disco “Home” será lançado em janeiro. Primeiro de tudo, quão diferente foi o processo criativo deste álbum comparado aos seus lançamentos anteriores?
Mike: Bom, eu fiz muito deste disco na minha própria casa, o que foi diferente porque eu costumava alugar o estúdio para trabalhar, em Los Angeles. Eu movi todo o meu equipamento para uma das minhas casinhas da minha propriedade, então logo de cara foi bem diferente. Toda manhã, que era quando eu trabalhava no disco, eu acordava, tomava café da manhã, ia até o local e começava a trabalhar no álbum.
Foi um sentimento bem diferente, mas a maior diferença foi que consegui um coral para este disco. São 60 meninas performando no disco. Isso e a orquestra eram dois objetivos que eu realmente queria muito. Conseguir que o coral viajasse da Dinamarca para a Califórnia… No dia anterior elas tiveram uma apresentação e no dia seguinte passaram o dia comigo no estúdio. Coisas assim são incríveis, sabe? Em termos de fluxo de trabalho, eu tenho refinado o jeito que eu gravo, pensando em maneiras mais rápidas e eficientes.
Bom, com exceção deste ano atípico, você sempre está na estrada, fazendo shows, tocando em festivais. Então, o que é “lar” para você? E por que escolheu este título para o novo disco?
Mike: Eu comprei a minha casa há mais ou menos um ano e toda a minha vida foi baseada em viajar e me apresentar, fazer shows. Mas eu tive esse sentimento bem forte de que eu precisava ter uma casa, um lar, com a minha parceira Geneviève. Isso nunca foi muito importante para mim porque sempre tive uma vida bem nômade, mas foi bem apropriado. Pareceu até meio profetizante do que estava por fim porque achamos essa casa em que sou capaz de criar e ser criativo, posso fazer vídeos e fotografia, todas essas coisas na minha propriedade. Sou sortudo de ter encontrado esse local porque desde que a pandemia começou, a gente tem que ser capaz de fazer tudo da nossa casa. “Lar” tem todos esses significados para mim. A vontade de ter um lar, a habilidade de poder trabalhar de casa, tudo isso.
Você mencionou um pouco disso quando falamos de “Black Rain”, mas como o lockdown e a pandemia influenciaram o álbum no geral?
Mike: É estranho porque eu tentei não deixar o lockdown me influenciar muito, porque eu queria fazer um álbum que fosse bom mesmo depois que a pandemia acabar. Quero que o disco se aplique para a vida no geral. Mas a realidade é que tiveram dias que tivemos que parar tudo às 17 horas porque o engenheiro de som tinha que ir embora, porque eram 45 minutos de carro até a casa dele e todo mundo ficou preocupado com o toque de recolher e a multa se passássemos do horário. Nós tivemos que aprender a trabalhar durante uma pandemia.
Pra mim, significou que eu ficava sozinho mais tempo e tive que ser cuidadoso quando chegou a parte dos instrumentos de cordas porque eu trazia um músico por dia, em dias diferentes, para gravar, e tinha um espaço de cinco dias entre cada pessoa. Foi uma experiência mais isolada, mas acho que eu simplesmente superei porque sou bem otimista com tudo, então mesmo com essa pandemia doida, eu pensei “quero fazer música, quero criar coisas!”.
Você já esteve no Brasil uns anos atrás, certo? Como foi essa experiência para você? Tem planos de voltar quando for seguro novamente?
Mike: Eu amei tocar no Brasil. Foi uma experiência única para mim porque eu nunca tinha ido ao Brasil na vida. Foi bem legal poder fazer shows lá na minha primeira visita ao país. Eu adoraria voltar! O maior desafio no momento é obviamente a pandemia, não podemos planejar nada. Geralmente nós planejamos turnês com seis meses de antecedência, sabe? Mas ninguém sabe. A minha equipe ainda não sabe quando seremos capazes de fazermos shows novamente, então não fomos capazes de começar esse processo [de planejamento] ainda. São tempos muito confusos. Quando for possível viajar ao Brasil, a América do Sul, com certeza nós iremos! Só estamos esperando pelo sinal verde.
Por último, mas não menos importante, gostaria de mandar um recado aos fãs brasileiros?
Mike: Sim! Eu espero que todo mundo esteja bem nesses últimos tempos. Vamos aguentar firme mais um pouco para manter a sanidade e a nossa segurança. Eu acho que o que quero falar é que a vida vai ser linda novamente e tem muitas coisas para acontecer ainda, só temos que passar por esse período. Espero que a música seja algo que possamos compartilhar juntos e que possamos encontrar paz na música. Mas o mais importante é que vamos superar tudo isso e que precisamos ter gentileza com o próximo.
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