Entrevistamos Rodrigo Amarante sobre disco “Drama”

Rodrigo Amarante
Foto: Julia Brokaw / Divulgação

Em julho deste ano, o cantor e compositor Rodrigo Amarante divulgou nas plataformas digitais o álbum inédito “Drama”, que conta com onze faixas inéditas, onde a maior parte foi feita pelo cantor na sua própria casa, gravando sozinho e fazendo overdubbing, técnica conhecida para gravação de áudio.

A Nação da Música teve a oportunidade de conversar com Rodrigo Amarante sobre a produção do disco, a mudança para os Estados Unidos, o amor que ele sente pelo cinema e produção de vídeos e também sobre a política nacional.

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Entrevista por Marina Moia.
——————————-Assista à entrevista:

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——————————-Leia a íntegra:
Rodrigo, recentemente você divulgou o disco inédito “Drama” e eu gostaria de saber como tem sido os dias pós-lançamento, tanto sobre a reação dos fãs como para você mesmo. Afinal foram oito anos entre um álbum e outro.
Rodrigo Amarante: É um trabalho danado! Nem tem muita coisa de fã. Todo o trabalho que vem com o lançamento, entrevistas uma depois da outra, fotos. Não pude fazer uma farra pra nossa audiência, eu tive que ficar aqui quieto [risos]. Ainda é cedo. Vamos ver!

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Não teve nem como absorver ainda né?
Rodrigo Amarante: Não. Uma parte que é muito rica e um presente pra mim são os papos, as entrevistas. Pelo menos as boas, que são papos. É muito bom porque eu acabo sendo forçado a perceber um monte de coisa e ver as coisas de outro jeito. Tudo isso é importante pra mim. Quando a gente verbaliza um pensamento, sentimento, a gente acaba descobrindo coisas sobre ele. A escrita pra mim é isso também.

Até porque hoje mesmo eu estava lendo no release que você comenta que fez esse trabalho sozinho, mas ao mesmo tempo cita todas as pessoas que tiveram alguma influência neste trabalho, seja como inspiração, seja tocando algum instrumento ou com algum ensinamento. Isso diz muito da gente como ser humano que mesmo quando a gente faz algo sozinho, a gente sempre acaba tendo alguém ali ao lado. Como foi esse processo?
Rodrigo Amarante: É, sem meus amigos e colegas, eu não teria conseguido. Ao mesmo tempo, eu tive que fazer muito mais sozinho do que eu esperava por causa da pandemia, principalmente. Mas acho que é sempre assim. Até aqueles que se dizem “ah eu conquistei tudo sozinho”, se for lembrar legal, sempre tem um monte de mãos generosas e gente em volta literalmente ou figurativamente carregando a gente, ajudando a gente a se levantar. Mesmo assim eu tive muita ajuda. Muita gente me mostrando como fazer as coisas, fazendo, executando as ideias que eu tinha…

Você começou este álbum antes da pandemia e finalizou durante? Como foi este processo de produção e como a pandemia e o isolamento influenciaram na sua criatividade?
Rodrigo Amarante: Teve [influência] porque quando começou a pandemia, eu estava bem no embalo de trabalhar nele. A ideia era ter feito era como foi a primeira parte, ou seja, com a banda ensaiada no estúdio como se fazia antigamente com todo mundo tocando na mesma sala sem isolamento, com a energia disso né. E algumas músicas do disco tem isso, quatro ou cinco, não me lembro agora. Era pra ter sido feito assim, depois as overdubs, que eu gravo por cima disso as percussões, arranjos de cordas, coisas que eu já tinha planos de fazer como eu faço aqui. A base seria isso, mas não pode ser feito desta maneira por causa da pandemia, dai tive que voltar pra cá e tocar bateria eu mesmo em uma música, tocar saxofone que eu sou péssimo [risos]. Eu escrevi um arranjo simples o suficiente para que eu pudesse tocar. Mas a limitação é amiga da criatividade. A gente inventa quando tem que inventar. Teve um lado que foi eu revertendo isso como coisa positiva, tendo espaço para experimentar coisas novas, recortar arranjos e fazer coisas mais malucas…

A gente começa a sair um pouco da nossa caixa e a experimentar coisas diferentes e até mesmo a conversar com pessoas diferentes. Você fez algo remotamente, por Zoom, ou realmente foi e fez sozinho quando precisou?
Rodrigo Amarante: Não, por exemplo, a maioria dos metais eu gravei antes da pandemia, então um amigo veio pra cá e eu gravei neste quarto em que estou, que é onde eu gravo. Mas as cordas não estavam prontas ainda, a pandemia entrou, então eu tive que mandar os arranjos para um amigo. Não encontrei com ele nenhuma vez. Ele escrevia, gravava, mandava pra mim, e eu falava como queria. A mixagem, que é uma parte super importante do disco, teve que ser feita remotamente também. Foi um pesadelo. Demorou muito mais do que deveria. Quando a gente mixa um disco, geralmente faz uma música por dia. Você começa o dia levantando a música, afinando, ajeitando, no final está pronto. Normalmente depois que você faz todas, você acaba voltando em uma ou outra pra retomar algumas coisas. Um disco de 11 músicas, em duas semanas você termina. O meu foram quase quatro meses! Uma coisa que demoraria três minutos para resolver, demorava três dias. Era por e-mail, eu tinha que escrever. Ouvia o arquivo, fazia as anotações, mandava de volta. Imagina. Um pesadelo. Da mesma forma os vídeos que eu fiz. Eu trabalho com a minha irmã como editora. Eu dirijo, ela edita. Geralmente sentamos no mesmo espaço, olhando a mesma tela, experimentamos as coisas juntos. Com a pandemia, teve que ser remotamente, usando uma plataforma de videogame que a gente achou que era a que tinha mais fidelidade de tempo, mas ainda assim impossível. Tivemos que experimentar quatro jeitos diferentes, a comunicação fica truncada porque você tá descrevendo imagem e não dá pra descrever um frame. A gente teve que inventar e meio que aceitar as condições e trabalhar com elas. Demorou bastante, mas foi o jeito. Ou era isso ou não fazia nada.

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Ou teria que adiar o disco. Você pensou nessa possibilidade?
Rodrigo Amarante: Sim, o disco adiou! Ele estava pronto há um tempo. Depois que a gente entendeu que a pandemia não iria ser duas semanas, então pensamos em marcar o lançamento e lançar mesmo assim. E é o que aconteceu.

Sim, muita gente adiou porque achou que seriam apenas dois meses, mas depois viu que a vida não poderia parar totalmente.
Rodrigo Amarante: Pois é! Quando a pandemia chegou, eu estava trabalhando como diretor e o papo era “vamos parar por duas semanas” porque tinha alguém no prédio da Netflix que pegou covid, isso em março. Nunca mais voltamos.

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Os videoclipes ficaram super lindos. Eu sou muito fã de videoclipe e eu acho que dá pra sair super errado ou super belo, como foi o caso dos videoclipes do seu álbum.
Rodrigo Amarante: Fazer ruim não é difícil né? [risos]

Mas não foi o seu caso! [risos] Eu vi que você publicou nas redes sociais que em “Maré” foi você que fez todos os personagens. Só posso imaginar o trabalho que deu. Pode nos contar um pouco sobre como foi essa produção?
Rodrigo Amarante: É, este clipe não teria sido como é se não fosse a pandemia. Porque eu tinha essa ideia, queria mostrar os músicos tocando, mas não podia ter os músicos. Fui desenvolvendo a ideia, comprei uma roupa de cada cor que tampa a minha cara, filmei num fundo branco infinito e depois recortei e juntei tudo. Enfim, essas maluquices da animação. A pandemia foi a força criativa. A limitação foi o que resultou naquela loucura.

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Os outros que você lançou também ficaram super lindos. Gostei bastante.
Rodrigo Amarante: Eu adoro. Sempre quis fazer filmes, então essa é a oportunidade que eu tenho de brincar um pouco de cinema.

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Falando nisso, você tem algum projeto de direção, edição ou de trilha que você possa falar pra gente?
Rodrigo Amarante: Para lançar não. Tem uns convites, mas nesse meio eu já aprendi: só comemora quando tiver o lance feito. Eu já vi filmes que estavam com tudo certo, roteiro, ator, plano de filmagem, tudo ok. Um ator recebe outra proposta e sai e pronto. Cai tudo. O produtor fala “não vai ter o Brad Pitt? Então vou tirar o meu dinheiro!”. Eu já vi alguns ressuscitarem também. O projeto não vai rolar daí dois anos depois ressurge o roteiro, que já era ótimo dois anos atrás. Mas sim, tem convite pra fazer uma trilha nova. Eu adoro fazer o trabalho dos vídeos e quero trabalhar mais, mas fora de videoclipe. Quero dirigir, escrever. Sem grandes pretensões comerciais, mas eu adoro a linguagem. Estou recebendo convite para dirigir coisas pros outros, então vamos ver. Mas não tem nada que eu possa falar ainda.

Você planeja lançar mais algum videoclipe deste álbum?
Rodrigo Amarante: Eu acho que vou fazer mais, o plano é fazer mais. Mas como eu fiz quatro, que foram os três clipes e mais o trailer, na sequência, acho que eu preciso de um tempo sem fazer videoclipe. Eu sou o produtor, o diretor, o cara que dirige a caminhonete, que liga pro lugar da luz, então é um trabalho danado. Eu quero fazer música um pouquinho. Já tô aqui adiantando o serviço porque não tem turnê! Então vou fazer outro disco logo pra vocês pararem de dizer que eu demorei oito anos. Demorei nada! Foi rápido [risos]. Nem foi oito anos porque eu fiz outras coisas, mas enfim…

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É que a gente conta oito anos entre os discos, mas tiveram outros projetos, outras produções. Falando daquele jeito parece que a pessoa ficou sem trabalhar durante os oito anos e é injusto pensarem isso. Mas você então já está com a mão na massa no próximo disco então?
Rodrigo Amarante: É, já estou trabalhando um pouco nisso. Eu acho que vai ser engraçado porque vai que eu lanço um disco logo rápido, né? Vão dizer “por que esse foi tão rápido?”. Porque eu quis! [risos].

Já se prepara porque dai essa vai ser a pergunta mais perguntada da próxima rodada de entrevistas!
Rodrigo Amarante: Eu já venho dizendo: esquece o tempo, se preocupa com o lance. O tempo tem a ver com lance comercial, com expectativa de mercado, eu enquanto entidade comercial. O que de certa forma é de onde eu estou falando aqui nesta conversa. Mas eu sou uma pessoa e tem outras coisas que eu não conto pra ninguém.

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Afinal não quer dizer que você não esteja escrevendo músicas ou que esteja parado totalmente. Não é assim que funciona.
Rodrigo Amarante: Vai que eu tô escrevendo um catatau?! Catatau é um livro grande, pra quem tem menos de 180 anos como eu. “Catatau” o primeiro livro do Paulo Leminski, é um livro enorme, e que virou sinônimo de algo gigantesco.

Eu entrevisto muita gente e muitos artistas nem tem mais interesse em lançar álbum. Eu particularmente sou muito fã de discos, de ouvir da primeira à última faixa certinho. Mas muitos preferem se ater aos singles até mesmo por questão comercial e depois fazem um EP, coletânea, enfim, é o jeito que o mercado funciona também. Às vezes você só não está afim de lançar um álbum.
Rodrigo Amarante: É, eu prefiro lançar assim porque é muito mais rico para mim. Eu começo a amarrar a época às coisas, porque eu tô escrevendo aquilo, refletindo os arranjos, as ideias, uns nos outros. Não tem problema. As pessoas podem fazer o que quiserem. Eu também posso fazer o que eu quiser, então eu faço discos [risos]. Eu acho mais legal. Não quer dizer que eu não possa lançar um EP ou alguma coisa assim mais específica, um disco para correr por exemplo. Um disco de três músicas e cada uma tem meia hora, para você fazer jogging. Mas eu gosto de discos também. É uma coleção, tem mais onda, você entra naquele espaço. Não é uma coisa de três minutos, é uma coisa de quarenta minutos. É pra quem gosta.

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Já tem alguma ideia do que vai ser esse novo disco? Porque quando a gente ouve “Drama”, a gente percebe uma unidade nele. Eu estava ouvindo hoje novamente e você consegue perceber uma harmonia entre as faixas. Você já pensou sobre o próximo e tem algo que possa contar?
Rodrigo Amarante: Não! [risos]

[risos] Não sabe ou não pode contar? Porque são coisas bem diferentes!
Rodrigo Amarante: Não posso contar porque não sei. É o seguinte. Com o “Drama” foi assim também. Eu não comecei com essa ideia, com esse conceito, com esse nome, nada disso. Essas coisas foram descobertas. A escrita pra mim é um exercício de descoberta. Eu sinto que uma música merece ser gravada se ela me serve de algum jeito, se tem alguma coisa descoberta ali. Eu imagino “se eu descobrir alguma coisa aqui, talvez outra pessoa se sinta da mesma forma”. Eu tenho uma ideia do caminho que eu vou seguir, mas é só a direção que eu vou seguir quando eu abrir a porta. O que eu vou encontrar pode mudar. Quando eu era moleque, eu pensava “não vou mais fazer planos a longo prazo porque toda vez que eu faço, as coisas mudam, eu tenho que me mudar para outro lugar, então é melhor aceitar e tentar fazer o melhor”. Uma amiga então falou de um livro de astrologia, que é o livro dos aniversários, não sei quem é autora, mas a cada duas páginas tem um dia do ano com uma imagem, um nome pro dia, uma série de coisas. O meu dia é o Dia do Destino Imprevisível e o desenho era uma raquete batendo num dado. E eu pensei “está ótimo, é isso mesmo!”. O negócio é não se preocupar muito com o que vai ser. Vou seguindo com fé e com gratidão porque me sinto super privilegiado. Então não sei o que vai ser! Não sei como vai ser, quanto tempo vai demorar, como vai se chamar. Não se sabe nada! [risos] Mas se distraiam aí com o “Drama”!

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Foi assim quando você decidiu mudar para os Estados Unidos? Eu lembro que na época algumas pessoas questionaram você por conta da sua carreira de sucesso aqui no Brasil. Não que as pessoas tenham a ver com a sua vida, mas elas opinam sobre a carreira né…
Rodrigo Amarante: Não, mas você tem toda razão! Eu senti muito isso de algumas pessoas, literalmente falando pra mim “cara, você tá maluco?”.

É, porque você já tinha e ainda tem uma carreira consolidada aqui no Brasil e foi para os Estados Unidos. Como você enxerga sua carreira agora daí? Porque essas pessoas obviamente estavam erradas…
Rodrigo Amarante: Depende do que você acha que a sua vida tem que ser. Poderiam dizer “ah mas se você estivesse no Brasil, você seria dono da sua própria casa!”. Ou que eu talvez tivesse uma piscina! Ou até coisas menos bobas como eu poderia ter finalmente comprado uma casa pra minha mãe que até hoje eu não consegui. Mas a vida… tem outras coisas! Para falar a verdade, é claro que em determinado momento virou uma escolha. Mas eu vim pra cá primeiro pra gravar com um amigo que eu conheci em Londres, um outro amigo também me chamou pra fazer música, que foi o Fabrizio que me chamou pra fazer o Little Joy. Aí virou um disco e a gravadora inglesa assinou com a gente, então precisávamos ensaiar e fazer turnê, dai a turnê americana, dai veio a segunda turnê, dai eu me apaixonei. Pronto, aí decidi ficar mais um pouco. Sem saber muito, pensando “esse lugar é esquisito pra caramba”. Mas estava tudo acontecendo aqui.

Tem o lado do risco, de ter vindo pra cá e começado de novo, vamos dizer assim. Porque vim pra cá e ninguém aqui conhece Los Hermanos. Até tem fãs, mas não é carreira, sacou? Eu vim pra cá desconhecido, então tem um barato nisso pra mim que é colocar a música num ponto de partida sem fã. E escrever numa outra língua e ver o que acontece. Botar à prova, sacou? É um risco, mas é um grande tesão pro exercício da escrita, para a força vital que me serve na escrita. Agora eu fico até triste de ver que tem mais gente que ouve meu disco em Istambul do que no Rio de Janeiro. O grande barato não é a casa com a piscina, mas eu toquei na Ásia, na Europa inteira, na Escandinávia, fiz inúmeras turnês com alegria, um negócio louco. Eu fiz turnê de trem sozinho de violão pela França, fiz turnê sozinho de carro pela Itália, tocando em festivais, enfim. Tive oportunidade de conhecer tanta gente incrível, comer comidas incríveis, essas coisas são um tesouro também. É um outro tipo de tesouro. Eu tenho uma saudade do Brasil danada e quero poder ir mais ao Brasil, mas enquanto Bolsonaro estiver, enfim…

É, porque aqui a situação está muito difícil. Quem sabe em 2022 isso mude!
Rodrigo Amarante: Ah, a gente vai trocar! Eu conheço o coração brasileiro. Tem danos que vão durar muito tempo. A morte é um deles. É difícil voltar dela. Mas a diferença de poder aquisitivo entre o rico e o pobre, a total falta dos investimos de cultura, isso gera uma cadeia de consequências que é difícil levantar. A pessoa que tem a prática da arte, produção, teatro, cinema, quando não tem recurso pra isso – cultura é educação, a gente entende isso no Brasil – as pessoas precisam arrumar outros empregos. Elas perdem, abandonam essa prática. Nesse sentido, elitiza a cultura, elitiza a arte. Só aqueles que podem fingir que estão ganhando o seu pão fazendo arte é que podem fazer arte. É essa a situação. A gente vai ter que correr atrás deste tipo de prejuízo. Vai ser um alívio refrescante não ter mais o Bolsonaro no poder e poder seguir adiante, voltar um pouco à sanidade nacional.

Com certeza. Não vejo a hora!
Rodrigo Amarante: É realmente difícil aceitar e entender alguém que seja contra proteger o mais fraco. O Brasil é cheio de católico, o próprio Bolsonaro vai e quer rezar na entrevista. Será que esse pessoal esquece a história de Jesus, a mensagem do mito de Jesus? Será que não se lembram? Esqueceram? É uma gente que abomina o outro. Abomina o diferente, o pobre, o negro, a mulher…

Só acreditam naquilo que convém a eles mesmos.
Rodrigo Amarante: É, então esse papo de ser católico é um papo furado. Você é católico mesmo? Então larga essa atitude violenta! Vai cuidar do pobre, do miserável, daqueles que precisam. Por isso que eu voto no Lula e sempre votei e sempre vou votar. Porque desde que eu sou criança ele está falando a mesma coisa. A maior riqueza do país é a dignidade do povo. É preciso cuidar dos mais fracos, é preciso alimentar os que têm fome. Como você pode ser contra isso? É a plataforma. É preciso muita lavagem cerebral pra você esquecer que é isso que a gente precisa fazer. Porque a gente sabe, a gente tem amor no coração.

É o básico do básico do básico…
Rodrigo Amarante: Vamos dizer numa família que você tem dois filhos, tem uma avó morando contigo também. Os filhos estão passando fome, não tem dinheiro pra estudar, mas você compra um carro blindado e constrói um muro de concreto?! É uma coisa louca. Se você pensar na célula familiar, qual o investimento mais importante? As crianças. A nova geração. A saúde e a educação deles. Claro que também os mais velhos que nos apoiaram até aqui e merecem todo amor e respeito. Na plataforma deste governo, é que se dane tudo isso. É uma coisa de poder, de marra, de mérito. É o medo, né? Por que o Bolsonaro vai com os amigos dele de motoquinha? Porque tem medo, então tem que ir tudo junto de motoquinha, pra um proteger o outro. Tem o outro filho que mostra a metralhadora, que tem medo do gay, do trans, tem medo do próprio sentimento, de ficar sozinho, de não ter colo da mamãe. Eu digo isso porque ter raiva dessa gente é natural, mas não é construtivo. É preciso entender essas pessoas como gente de medo. No caso do Bolsonaro, ele é um criminoso do mais alto escalão, um genocida, alguém que tem que responder pelos próprios atos. Não quer dizer que eu deseje o mal para todos aqueles que apoiam o Bolsonaro, nada disso. Sinto que somos todos um país, somos todos irmãos, é muita desinformação, muito medo, confusão e isso é aceitável. O que não é aceitável é a conduta desse pessoal. Então Lula 22!

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Marina Moia
Marina Moia
Jornalista e apaixonada por música desde que se conhece por gente.