O ano de 2017 promete ser um ano agitado para Suricato e seus integrantes. Recentemente, foi anunciado que o líder Rodrigo Suricato será o novo vocalista do Barão Vermelho, sucedendo o posto que foi de Frejat por muitos anos. Além disso, eles se apresentarão pela primeira vez no Lollapalooza Brasil, que acontece no final de março, e prometem novo álbum para este ano. Suricato está também com nova formação, já que Pompeo Pelosi e Guilherme Schwab saíram do grupo no começo deste ano.
A Nação da Música conversou com o vocalista Rodrigo Suricato sobre o que está por vir em 2017 para a banda, as influências musicais e também sobre o Lollapalooza.
Entrevista feita por Marina Moia.
————————————————————————————————————— Leia a íntegra
(A primeira perguntas não está transcrita na íntegra por problemas técnicos)
O disco mais recente da banda, intitulado “Sol-Te”, foi lançado em 2014 e, com isso, muitos fãs aguardam ansiosos por novas músicas da Suricato. Sobre quando podemos esperar o trabalho, Rodrigo conta que esperou dois anos justamente para ter tempo e vivência para compor as faixas. Mais de 30 músicas já foram escritas, então agora resta o trabalho de selecionar 12 para entrarem no novo disco.
“Pretendemos entrar no estúdio na primeira quinzena de fevereiro, para termos músicas novas no dia do festival [Lollapalooza]”, contou. Em relação à sonoridade do próximo álbum, Rodrigo revela que a mistura de gêneros continuará presente, como folk, rock e pop, segundo ele. “Queremos fazer essa fusão de elementos diferentes, instrumentos diferentes, mas no final de tudo acho que podemos categorizar como uma música pop”, explica.
A Suricato traz o elemento folk de maneira forte, que é algo bem único no Brasil, mas também sabe misturar muito bem os outros tipos de som, como você mencionou. Quais são as maiores inspirações, principalmente para este próximo álbum?
Rodrigo: Eu acho o repertório um pouco mais feliz que o “Sol-Te”, até na minha própria maneira de escrever. Eu até pensei em batizar o trabalho de “Literalmente”, não sei se vai ser esse nome ainda, mas as letras estão objetivas, sem muito rodeio de metáforas. Estou conseguindo chegar num discurso direto, me expressar melhor a partir da escrita.
Como todo disco, eu acredito que seja uma evolução do trabalho e com a formação nova, com músicos tão experientes e talentosos, a gente está tão feliz tocando junto que acho que vai ser impossível isso não passar pro próximo trabalho.
Nos últimos anos, Suricato teve oportunidade de tocar com grandes artistas do nosso cenário musical, como Lulu Santos e Paralamas do Sucesso. Com quem você gostaria de fazer uma parceria no futuro?
Rodrigo: Eu adoraria passar uma tarde tocando com o Gilberto Gil, tocando com o Lenine. Quando a gente é do meio, acabamos conhecendo nossos ídolos de perto, então a gente perde um pouco daquele romantismo do pedestal. Eu gosto muito da troca artística. O Suricato já teve troca artística com a Claudia Leitte, com Nando Reis, com os Paralamas, enfim, fluir artisticamente sem muitos rótulos é a melhor coisa que existe.
Vocês vão tocar no Lollapalooza, que acontece no final de março. Estão animados pro show? O que podemos esperar?
Rodrigo: Nós vamos mesclar um repertório de canções novas, testando esse repertório pro público, com as músicas mais conhecidas do nosso álbum mais recente “Sol-Te”. E a gente está preparando um show especial pro Lollapalooza que as pessoas talvez só vejam esse show lá. Estamos também cogitando uma participação especial, ainda não confirmada. Mas acredito que o show vai ser bem mais pra frente, um pouco mais puxado pro rock. Eu acho que o festival permite isso. Eu não gosto muito de fazer um show parecido com o outro e eu acho que a gente está afim de experimentar isso no Lolla, um repertório um pouco mais pra frente.
Tem alguma banda ou artista que você está animado para assistir ao vivo no Lollapalooza?
Rodrigo: Ninguém especificamente. Estou afim de curtir o festival mesmo, de estar por lá e ver o que está rolando. É a primeira vez que vou no Lollapalooza, então quero ser espectador e atração.
Recentemente, tivemos a notícia que você vai assumir o posto de vocalista do Barão Vermelho. Primeiro de tudo, parabéns! Como surgiu o convite e como está sendo esse momento pra você?
Rodrigo: Obrigado! O convite veio através do Maurício Barros [tecladista – Barão Vermelho] depois da gente trabalhar juntos no projeto “Nivea Rock”. Era uma banda montada de artistas, tinha o Nando Reis, Paula Toller, os Paralamas, Dado Villa-Lobos, enfim, a gente viajou pelo Brasil tocando repertório em essência de tudo que foi produzido nos anos 80, 90 até a Suricato.
Então, eu fiquei próximo do Maurício e ele me ligou no final do ano passado perguntando, já que o Frejat não queria mais fazer parte do Barão Vermelho, nem para datas comemorativas, ele queria continuar dando a atenção que ele dá há uns 15 anos à carreira solo dele, maravilhosa, e ele [Maurício] me falou “Olha, eu sei que você tem a Suricato, mas o seu nome aqui foi unanimidade”. E eu sou muito fã do Barão Vermelho, conheço o repertório de cabo a rabo, então eu falei “Maurício, contanto que eu não tenha que abandonar a Suricato…”. Ai eu usei um jargão que é muito usado aqui nos blocos de carnaval que é “se organizar direitinho, todo mundo transa” [risos].
É isso, são duas bandas com fomes e apetites totalmente diferentes. A Suricato é uma promessa numa década onde as coisas não tomam mais a proporção dos Paralamas do Sucesso, não tomam mais a proporção do Barão Vermelho. Como artista, seria muito difícil eu dizer “não” para um convite desse, pra uma plataforma tão bacana para eu me expressar através das canções que eu gosto e também ter a possibilidade de criar junto dos Barões um repertório novo. Não estou substituindo o Frejat, estou sucedendo ele. Eu acho que é isso, uma questão de organizar as duas coisas.
Quais os planos para 2017, tanto para Suricato como Barão Vermelho?
Rodrigo: Primeiro, é esse lançamento do CD novo do Suricato, trabalhar esse disco. O Barão Vermelho vai pra estrada primeiro, antes de gravar, então a gente vai pra estrada a partir de maio/junho e vai em turnê até o final do ano. A partir dai que a gente vai, realmente, se “frequentar” um pouquinho mais, pra ter uma empatia artística pra gente criar um material novo com cara de Barão Vermelho e não um material feito às pressas. Eu acho muito importante esse momento de gravar coisas que sejam realmente relevantes e condizentes com esse nosso momento de encontro. O Barão não tem pressa pra gravar e a Suricato já está com material pra “colocar na rua” já.
Por fim, gostaria de deixar um recado para os fãs?
Rodrigo: Queria primeiramente agradecer porque fazer parte de um festival tão importante é impossível não mensurar a importância dos fãs que divulgam nosso trabalho como um artesanato digital incansável. Poder chegar num festival desses e ter o acolhimento da formação nova da banda, que a gente está muito feliz de estar junto, de estar trocando artisticamente, e tenho certeza que eles vão adorar o show.
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