Depois de quatro anos sem lançarem um disco de inéditas, a banda Vanguart divulgou “Beijo Estranho” em 2017, ano que também marcou uma década do primeiro álbum de estúdio deles, homônimo.
A Nação da Música conversou com o baixista Reginaldo Lincoln sobre o novo trabalho, o show no Lollapalooza Brasil e também sobre o aniversário de “Vanguart”.
Entrevista feita por Marina Moia.————————————————————————————————————— Leia a íntegra
A Vanguart lançou disco novo depois de quatro anos e eu queria saber como esse período entre um trabalho e outro influenciou a produção de “Beijo Estranho”…
Reginaldo: A gente teve um espaço entre os discos, mas não ficamos parados. Fizemos turnê do “Muito Mais Que O Amor”, que durou uns dois anos e pouco, tivemos o lançamento do DVD nesse meio tempo e rolaram também produções solo. Eu lancei disco solo, o Hélio e o David também. A gente dedicou a esses momentinhos especiais.
A gente se firmou como os quatro na banda quando a gente começou a compor pro “Beijo Estranho” e sentimos que era um disco um pouco mais maduro, que estávamos prontos para seguir em frente, só nós quatro. Foi um período muito importante de reafirmação da banda, de saber da importância das canções, das pessoas. A gente passou por esse momento de se reafirmar como artistas e como amigos e companheiros também.
Ao escutar “Beijo Estranho” e “Muito Mais Que O Amor”, que veio antes, em 2013, podemos ouvir muitas mudanças nas músicas. Como foi o processo de criação e gravação dessa vez? O que mudou no jeito de vocês criarem pro disco?
Reginaldo: “Beijo Estranho” foi um disco bem imediato. A gente fez pouca coisa antes de ir pro estúdio, entramos com quase nada pronto. Tinha 10 músicas, mas na verdade a gente tinha umas 8, sendo que as outras duas eram só ideias. A gente arranjou muita coisa dentro do estúdio, ficamos mais ou menos um mês focados mesmo em experimentar arranjo, coisas que não tínhamos tido a chance de fazer.
Geralmente a gente fazia uma pré-produção mais longa, mas dessa vez a gente já foi direto pro estúdio pra ver o que acontecia. Foi muito legal! Até por conta da nossa maturidade, da experiência no estúdio, soubemos aproveitar bem e conseguimos pirar um pouco também, porque é muito bom experimentar coisas novas e exagerar pra depois tirar, enfim… ter esses momentos no estúdio.
No ano passado, a Vanguart completou dez anos do lançamento do primeiro disco de estúdio da banda. Vocês pararam pra fazer um balanço dessa década da carreira do grupo? O que pretendem alcançar nos próximos anos?
Reginaldo: Foi muito louco, viu?! [risos] Foram 10 anos muito intensos na nossa vida e quase 100% deles dedicados à banda. Desde que saímos de Cuiabá, nós nos dedicados à banda em tempo integral e foram 10 anos de muito aprendizado. Foi a nossa passagem dos 20 pros 30 [anos], de todo mundo, então foi definitivo na nossa vida.
Aprendemos muita coisa e nessa juventude a gente também cometeu muitos erros. Na ânsia de querer fazer tudo ao mesmo tempo, acabamos errando, como todo mundo erra. Foi muito bom pra gente crescer e aprender, juntos, o que é bem difícil na real. É mais difícil ficar junto por 10 anos do que se separar, como muita gente acaba fazendo. O fato de conseguirmos ficar juntos esses 10 anos dá um orgulho pra gente também e saber que a gente tem mais 10 pela frente, no mínimo. A gente pode olhar pra trás, com orgulho das coisas que fizemos, e o balanço é muito positivo, com certeza. Estamos vivos, afinal! [risos].
Em março, vocês estarão no Lollapalooza pela segunda vez! Como estão as expectativas da banda e o que os fãs podem esperar do show?
Reginaldo: Sim, é nosso segundo show no Lolla e é muito legal tocar num festival assim, ainda mais duas vezes! A gente está muito feliz e é um momento que coincide com esse disco, que temos muito orgulho. Temos um público muito, muito, muito fiel que participa de tudo que a gente faz. Vamos levar a turnê nova, do “Beijo Estranho”, mas fazendo um apanhado das canções mais importantes da banda, que a gente mais gosta e que as pessoas mais gostam também. Com certeza vai ser uma tarde muito especial e a gente está muito feliz! Nossos fãs também estão super felizes e é um baita presente pra nós.
Você tem alguma preferência por festival ou show próprio da banda?
Reginaldo: Ah, eu não tenho essa preferência não. Mas os nossos shows próprios têm sido shows muito longos, com quase duas horas de show, e a gente consegue passear mais pelos discos, tocar algumas canções que as pessoas pedem. Mas no festival é muito, muito especial! É aquela aglomeração de energia, as bandas todas juntas, trocando figurinhas. É super diferente e eu não tenho favoritos. Acho que a gente prefere estar no palco, independente de onde seja.
A gente é uma banda de festival, na real. Surgimos nos festivais em 2005, 2006, rodamos o Brasil todo assim. A gente curte estar no meio da galera, na bagunça, ficar assistindo os shows depois, no chão mesmo, a gente é desses [risos].
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Existe alguma banda ou artista com quem você gostaria de gravar no futuro?
Reginaldo: É difícil dizer, mas tem muito artista legal aparecendo, com atitude, que é o mais importante do estilo musical. Tem tanta gente legal pintando, que a gente respeita, e não vou citar um nome pra não ser injusto, não puxar sardinha. Tem muita gente boa e eu estou muito feliz, inclusive, de estar no Lolla com tantas bandas legais e vai ser algo incrível, com certeza. Mas não sei, quem sabe a gente faz alguma coisa em breve com algum cantor ou cantora, vamos ver. Não posso dizer porque não sei mesmo, mas também gostaria muito que acontecesse algo desse tipo.
Claro, quem sabe ali no festival rola uma troca de contatos, tem tanta gente interessante e diferente…
Reginaldo: Com certeza! E hoje em dia é tão legal isso, essa coisa do “featuring”, todo mundo tocando junto, compondo junto, fazendo as coisas junto. Por sermos uma banda, a gente já faz isso entre nós mesmos, então pra adicionar outra pessoa, às vezes não encontramos espaço. Quando a gente encontrar isso e for algo natural, sem ficar forçando a barra só porque todo mundo está fazendo. Aliás, a gente sempre foi uma banda contrária a isso. Vamos fazer quando acharmos alguém legal e que tenha a ver com a canção, principalmente, com a gente. Em breve ainda vai rolar, com certeza.
Vocês divulgaram o clipe de “E o Meu Peito Mais Aberto Que o Mar da Bahia”, em dezembro, que é muito descontraído e bem produzido. Como foi o processo de gravação?
Reginaldo: Queria muito fazer um clipe dessa canção e a gente tava tentando fazer desde o começo [do ano passado], de quando a gente lançou o disco. Não conseguimos filmar antes e a gente teve essa ideia de que o foco não seria a gente tocando, principalmente, coisa que nunca tínhamos feito. Depois conversando com o Leo [Longo] e a Diana [Boccara], que são diretores do clipe, a gente destrinchou a canção de uma certa maneira e trouxe tudo que ela tem de mais simples, que é essa coisa do amor corriqueiro, do amor do dia a dia e essa falta, essa ausência tão intensa, que às vezes você está sozinho há um minuto, mas sente tanta saudade.
Tivemos essa ideia dessas pequenas cenas, em casa, e onde cada um deixava um pedacinho do acontecimento pra que o outro completasse aquilo. É basicamente essa a ideia. Ficamos muito felizes com o resultado e foram dois dias muito legais. Um dos dias foi na praia e o outro foi em casa, numa casa do lado da represa Billings, em São Paulo. Uma delícia! O dia tava chuvoso, tudo muito bucólico, tudo a favor do clipe.
Gostaria de mandar um recados pros leitores da Nação da Música?
Reginaldo: Com certeza! Quero agradecer por curtirem e acompanharem o Vanguart, por acompanharem a música brasileira, que tem uma força incrível, sempre teve e continua tendo. Mesmo fora dos grandes meios, que aliás, é onde estão os melhores. Queria agradecer mesmo por curtirem! E seguir em frente! Música sempre!
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