Entrevistamos Almanac sobre “Baile”, colaboração com RICCI

ALMANAC
Foto: Divulgação

Nesta sexta-feira (01), o duo Almanac divulgou uma nova colaboração com RICCI, chamada “Baile”. O videoclipe também foi lançado e transmite uma associação direta com o movimento musical das favelas, ambientando a temática dos “pegas” de carros.

A Nação da Música conversou com Lester, do Almanac, sobre a colaboração, o processo criativo da música e também sobre as influências do duo.

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Entrevista por Marina Moia.
—————————————- Leia a íntegra:
Obrigada por falar com a Nação da Música! Como surgiu a colaboração entre vocês e RICCI? Como foi trabalhar com ele?
Lester: Eu que agradeço pelo espaço! Surgiu da seguinte forma: o RICCI é um cara que já está na música eletrônica já faz muito tempo – a gente teve uma conversa recente que ele me contou que produz há uns 10 anos – e ali em 2016, 2017, quando a Almanac estava começando, a gente já era fã dele. O tempo passou, as coisas foram acontecendo, a Almanac cresceu e a gente recebeu essa ideia dele, da “Baile”. Ele falou “pô, to com um som que é a cara de vocês”. Eu e o Dave, meu parceiro de dupla, ficamos brincando que nunca dá certo quando alguém chega com uma música que é “a nossa cara”. Nunca é a nossa cara, tá ligado? [risos] Mas essa do Ricci deu certo! A gente ouviu e falou “pior que é mesmo!”. A gente ouviu o som e quis fazer o mais rápido possível, acho que em um ou dois dias a gente já tava com a música pronta. Devolvemos pra ele, ele pirou também, aquecemos todos os motores e foi um dos trabalhos mais rápidos que a gente já fez.

Como foi o processo criativo de “Baile”, que conta com muita referência do funk carioca e o movimento musical das favelas?
Lester: Isso é um negócio que é comum do Almanac, não é só da “Baile”. A gente sempre tenta usar alguns barulhinhos, as samples, que remetem ao funk, ao trap, à cultura de favela que a gente gosta muito e escuta isso no nosso dia a dia. A gente ama essa parada. Rola uma identificação, a gente escuta muito, acaba sendo de uma forma natural. A Almanac tem um pack de vários samples que já tem esses barulhinhos que a gente coloca aqui e ali. O que acontece é que às vezes a gente tenta desapegar um pouco disso pra fazer um som que talvez converse mais com a gringa, talvez fazer um som que conversa mais com o emocional, com os vocais mais cantados, então a gente tira um pouco desses barulhinhos. Mas esses sons fazem parte da Almanac, tanto que o RICCI mandou a música e a gente viu que realmente tinha a ver com a gente. Vimos que tínhamos que colocar barulho de baile, então a gente colocou muita coisa e tá fluindo e ficou muito legal na nossa opinião.

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E como foram as gravações do videoclipe? Quão importante é a parte audiovisual para vocês?
Lester: Na minha opinião, fazer videoclipes é uma das coisas mais importantes, que conversa junto com a música. Infelizmente, é um negócio que não é nada explorado na música eletrônica, tem pouquíssimos artistas que fazem. É uma coisa que a gente gosta muito de fazer, que fica muito mais legal na hora de trabalhar a música, parece que você cria um universo da música, sabe? Vai ouvir aquele som e vai lembrar daquele clipe, daquela foto, daquela marca que você cria com a música. Eu, pessoalmente falando, desenvolvi meu gosto musical há muito tempo assistindo muito clipe na televisão, na MTV, na Multishow, então eu sempre gostei dessa parada do clipe. Quando a gente começou a fazer os clipes da Almanac, foi uma parada que eu gostei muito e que não pretendo parar de fazer nunca.

Esse clipe a gente fez no Rio, em Duque de Caxias. O Lucas, que trabalha no nosso marketing, ativou vários contatos, a gente descobriu um galpão que tinha uma galera que fazia drift de carro lá. A gente já tinha essa ideia de que queria fazer algo com carro de drift. Fomos pra lá, com alguns profissionais, com a galera do drift, e foi uma experiência muito doida, um pouco desesperadora em alguns momentos porque os carros passavam muito rápido perto da gente [risos]. Era muita poeira, muita fumaça, era até difícil respirar e no outro dia tive que cuidar com soro fisiológico, lavagem nasal, essas coisas [risos]. Foi muito doido, mas é muito gratificante na hora que você assiste o resultado e vê que ficou do jeito que você queria e esperava.

Com quem mais vocês gostariam de colaborar no futuro?
Lester: Essa pergunta é muito interessante. A gente tem dificuldade de falar com exatidão “ah aquela pessoa”, mas uma coisa que eu posso falar pra vocês é que a gente está estudando um estilo de música novo. É eletrônico, mas ainda não tem no Brasil, e a gente pode conseguir colaborar com outras pessoas de outros gêneros. Só da gente poder fazer músicas com artistas do trap, do funk, do mercado pop do Brasil, e sendo uma música eletrônica, já vai ser uma conquista muito grande pra gente. Sobre esse novo estilo, se tudo der certo e a gente conseguir fazer ele, eu acho que nosso sonho seria fazer uma parada com a Anitta porque seria a cara dela esse novo Almanac, vocês ainda vão ouvir! Vamos sonhar né? Vai que um dia aconteça.

Para quem ainda está conhecendo o duo, quais as maiores influências atualmente?
Lester: Nós somos dois “molecão” do interior de Minas Gerais, de uma cidade de 40 mil habitantes chamada Lagoa da Prata. Recentemente, a gente veio pra São Paulo. Somos amigos há mais de 10 anos, sempre consumimos muita música junto, a gente dividiu muito os nossos gostos pra várias coisas da vida. A gente vem desenvolvendo o Almanac em volta do que a gente consumia muito junto. Muito funk, muito trap, muita música eletrônica diferente. O Almanac misturou tudo isso e meio que sintetizou no que é o som do Almanac hoje. É muito difícil eu falar “o Almanac é isso”. Não tem como. Acho que a galera tem que ouvir, tem que escutar, começando aí pela “Baile”. Teve até um artista conhecido, que não vou citar o nome, que falou uma coisa muito engraçada e que eu adorei, não levei por mal. Ele disse que a Almanac faz um eletrônico ruim, mas que é bom [risos]. No sentido de que não fazemos nada óbvio, não é aquilo que a galera está acostumado a ouvir na música eletrônica.

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Gostariam de mandar um recado aos leitores da Nação da Música?
Lester: Galera da Nação da Música, juntando até com a última coisa que eu disse, vão lá escutar nossa música “Baile”, escutar o Almanac. Nação da Música é um portal que fala sobre música e o Almanac é um projeto que tem muito pra mostrar de diferente pra vocês. Tenho certeza que vocês nunca ouviram algo parecido com o nosso projeto aqui no Brasil. Vai lá escutar nosso som, vai no nosso Instagram. Tenho certeza que muita gente vai gostar e quem não gostar, paciência [risos]. Obrigado pelo espaço!

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Marina Moia
Marina Moia
Jornalista e apaixonada por música desde que se conhece por gente.