A artista LP divulgou, em dezembro do ano passado, o novo disco “Churches” nas plataformas digitais. O repertório tem a produção musical liderada por Mike Del Rio e também inclui a colaboração de Dan Wilson, Dan Nigro, Isabella Machine Summers e o coletivo Valley Girl.
A Nação da Música bateu um papo super descontraído com LP sobre a produção e criação de “Churches”, a vinda ao Brasil para o Lollapalooza e também sobre a volta aos palcos.
Entrevista por Marina Moia.
————————————- Leia a íntegra:
Oi, LP! Eu estava ouvindo o disco “Churches” novamente antes da entrevista e ele é um disco muito vulnerável, bonito e bem pessoal. Pode nos contar sobre o significado dele pra você? Como foi o processo criativo?
LP: Este disco é muito pessoal mesmo. Veio de um lugar muito pessoal, navegando pelo antes, durante e depois da pandemia. Quer dizer, estamos no “depois”? Não sei se é seguro afirmar. Fala sobre muitas coisas, sobre término, sobre muitos temas. Eu tinha muito tempo em minhas mãos [risos]. Eu amo este disco, significa muito para mim e sinto que será uma cápsula do tempo para mim, com certeza. Estou muito animade para viajar por aí com ele porque é diferente dos discos anteriores que eu já lancei, uma vez que eu ainda não entrei em turnê com ele. É meio estranho [risos]. Ainda mais pensando que tiveram músicas que eu comecei no final de 2019 e terminei no verão de 2021. Músicas como “Conversations” e “Angels”, que são grandes trunfos do disco, só existem por causa da pandemia. Tenho muita gratidão que tive tempo para fazer o disco e que tive o disco como uma atividade para realizar durante todo esse tempo. Todo mundo tem seus mecanismos para lidar e, não sei se eu aprendi a lidar, mas eu com certeza escrevi muito [risos].
Você trabalhou principalmente com Mike Del Rio, mas também com muitos outros produtores. Como funcionou o processo de produção deste trabalho?
LP: Mike é um gênio, cara. Ele é muito talentoso, incrível e muito detalhista. A maior parte do que ele faz é além do que eu posso entender. Sim, eu escrevo as músicas, nós decidimos como elas vão ficar, mas tem muitas coisas ali que eu nem sei explicar [risos]. Mas que adicionam muito ao álbum e o transformam em algo profundo e convincente.
Conversamos muito sobre a vontade de deixar o álbum com um certo som, com bastante coisa acústica e um sentimento real nele, mas ainda usamos coisas modernas sem deixá-lo com som retrô. Esse sempre foi o objetivo: tentar ser o mais clássico possível sem fazer algo que seja velho.
Eu amo toda a parte visual que envolve este disco. Desde a capa do disco, às suas fotos no Instagram e, é claro, os videoclipes. Quão importante é para você esta parte visual do álbum?
LP: É muito importante. Acho que quando “Lost On You” saiu, muitas pessoas não esperavam ver isso [aponta para si] do outro lado da tela [risos]. Acredito que não seja só comigo, eu vejo o visual como uma chave muito importante porque você pode ver, seja verdadeiramente ou não, pelo que a pessoa passou quando você a vê, às vezes. Tem vezes que você olha e pensa “ah lá, a vida dessa pessoa é uma beleza!”, mas nem sempre é verdade. Você nunca sabe de fato. Isso [aponta para si novamente] não aconteceu por acidente [risos]. Tudo isso foi muito bem pensado, não aconteceu de repente tipo “meu deus, o que é isso?” [risos]. Eu me pareço com o que eu sinto internamente, com certeza. O visual é parte de tudo!
Quando a gente assiste aos videoclipes, parece que você está sempre se divertindo!
LP: Ah sim! Eu sempre me divirto muito! Até o clipe de “One Last Time”, eu queria que aquilo durasse para sempre! No dia seguinte, eu olhei em volta e perguntei “onde está aquela casa maravilhosa? Cadê minha piscina?” [risos]. Você se envolve e eu acho que é isso que a música faz. Ela te coloca num mundo e é isso que ela deve fazer.
Depois de ter que adiar, finalmente você virá ao Brasil! O que podemos esperar do show e como você está se sentindo em relação a isso?
LP: Eu nunca sei como responder essa pergunta porque eu sempre digo: nudez, explosivos, muitos xingamentos… [risos]. Eu sempre tento dar o melhor possível. Gosto muito de focar no álbum e fazer com que as pessoas ouçam cada coisinha, porque é isso que eu gosto de assistir também. Não sei, mas acho que será um ótimo show! É o seguinte: se você gosta de mim, você vai gostar do show! Se você não gosta de mim, pode ser que você fique coçando a cabeça pensando “o que?” [faz cara confusa]. Eu amo isso em festivais, quando você consegue olhar até o fundo e sempre tem gente passando lá atrás com cara de confuso.
Tipo, quem é aquela pessoa no palco? [risos]
LP: Sou apenas eu gritando a plenos pulmões no palco!
Como artista, você se sente diferente ao se apresentar em festivais e nos seus próprios shows?
LP: Sim! Em festivais a céu aberto eu sinto que estou gritando num travesseiro. Porque eu penso “pra onde vai esse som?”. Eu não tenho ideia. É muita projeção para fora. Shows em lugares fechados eu sinto que são um pouco mais contidos e eu gosto disso, mas eu também adoro festivais. Eu simplesmente vou onde me mandar ir, entende? Digam em qual direção eu devo ir, que eu vou.
Eu sinto que você vai gostar do Brasil e do Lollapalooza daqui… É muita energia!
LP: Tenho certeza que eu vou gostar! E eu imagino! Sinto que mesmo se eu fosse ao Brasil apenas para visitar, passasse em algumas lojas, eu sentiria essa energia. Fazer um show vai explodir a minha cabeça! Eu sempre tive vontade de ir, sempre.
Você recebe muitas mensagens dos fãs brasileiros, como a clássica “Venha ao Brasil”?
LP: [risos] Sim, eu recebo mensagens de muitas pessoas legais! É empolgante.
Você não vai tocar apenas no Lollapalooza, mas também já anunciou muitos shows em diversos locais, nos EUA e na Europa. Como se sente ao voltar aos palcos depois de tanto tempo?
LP: Eu te conto quando de fato acontecer, sabe. Mas eu me apresentei em alguns locais no final do ano passado e eu me senti muito bem. Eu senti falta, mas nessa vida, nessa atividade, você nem sempre consegue decidir as coisas. Eu me acostumei com isso também. Eu simplesmente lido. Ta aí o nome de uma boa biografia: “Eu simplesmente lido”. [risos]. Então, eu te conto quando voltar aos palcos de fato, mas eu me sinto no palco como eu me sinto com amigos, como se não tivessem passado anos desde a última vez que nos vimos.
Por último, mas não menos importante, gostaria de mandar um recado aos fãs brasileiros que estão aqui à sua espera?
LP: Tudo que eu posso dizer é: mal posso esperar para ver todos vocês! Vai ser muito divertido. Só quero ouvir um mar de português sendo falado ao meu redor. Estou empolgade e mal posso esperar para estar aí! Amo vocês!
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