Na última quarta-feira, dia 25, foi comemorado o Dia do Escritor no Brasil. A data surgiu na década de 60 através dos autores João Peregrino Júnior e Jorge Amado, quando ambos realizaram o I Festival do Escritor Brasileiro, organizado pela União Brasileira de Escritores. Embora hoje em dia as dificuldades dos escritores sejam muitas, principalmente no que diz respeito à publicação de suas obras, a profissão ainda é muito respeitada (nenhuma novidade, né?). O mundo literário é muito vasto e tem potencial para agradar todos os gostos: há poemas, poesias, novelas, romances, histórias em quadrinhos… e, claro, as biografias.
A biografia é um gênero literário em que o autor narra a história da vida de uma pessoa ou de várias pessoas. De um modo geral, as biografias contam a vida de alguém depois de sua morte, mas na atualidade isso vem mudando cada vez mais.
Hoje, para sair um pouco na rotina, vou listar alguns músicos que decidiram chutar o pau da barraca e contar suas próprias histórias para quem estiver disposto a ouvir (ou ler). Afinal, quem sabe mais da vida deles do que eles próprios?
1) Ricky Martin – Eu
A autobiografia mais aguardada pelos fãs e pelos curiosos em saber um pouco mais sobre a polêmica acerca da homossexualidade do cantor pop, “Eu” destaca as principais etapas da vida artística e sentimental do porto-riquenho Ricky Martin, como foram suas primeiras apresentações com o grupo infantil Menudo, seu sucesso internacional com a música “Livin’ La Vida Loca”, a paternidade e, óbvio, sua opção sexual. O pior é que dizem que o livro passa tão rápido quanto um raio nessa questão tão aguardada. Decepção ou alívio?
2) Ozzy Osbourne – Eu Sou Ozzy
Ozzy Osbourne é um dos nomes mais importantes no rock. Ao formar a banda Black Sabbath, ele ajudou a moldar um estilo que, anos mais tarde, se tornaria conhecido no mundo todo e adorado por milhares de fãs. Em “Eu Sou Ozzy”, o cantor conta em detalhes – e muito humor – sua trajetória de sucesso, falando abertamente de escândalos, amor e muito rock’n’roll. Uma leitura que vale a pena, pois Ozzy surpreende e se prova, no fim das contas, um bom escritor.
3) Eminem – The Way I Am
Eminem leva jeito com as palavras, assim como leva jeito para drogas e escândalos. Se dá para notar a intensidade com que o cantor leva a vida em suas letras, imagine em um livro escrito por ele mesmo. Essa é a proposta de “The Way I Am”, que revela uma significante quantidade de informação sobre Eminem que ficou escondida dos holofotes da mídia por um bom tempo. O livro se destaca pela grande quantidade de fotos e pelas letras de música com comentários do próprio cantor. No livro, Eminem se arrepende de ter atirado em um homem que beijou a sua esposa, em 2000, de ter consumido drogas durante a sua adolescência e de ter sido por muito tempo homofóbico. “Quem você escolhe ser e o que você faz em sua cama é problema seu”, escreve o rapper.
4) Johnny Ramone – Commando
Oito anos após o músico Johnny Ramone ter morrido de câncer de próstata, lançou-se o livro “Commando: A Autobiografia de Johnny Ramone”. A autobiografia foi definida como “as últimas palavras que ele sabia que iriam sair”. De acordo com a viúva de Johnny, Linda, ele começou a escrever o livro quando ficou doente pela primeira vez – e não parou nem quando estava fazendo quimioterapia. “É como se ele soubesse que ia morrer e quisesse fazer algo”, Linda explicou. O livro de 176 páginas é ilustrado com imagens selecionadas por ela, com fotos desde a infância até o fim da vida do músico. O epílogo foi escrito por Lisa Marie Presley, amiga próxima de Johnny.
5) Bob Dylan – Chronicles
Não dá para questionar o direito de Bob Dylan de escrever uma autobiografia. O cantor é uma lenda e um ícone musical, além de ser um dos músicos mais famosos do século 20 (e, tudo bem, do 21 também). O livro “Crônicas”, primeiro de uma trilogia, recorda momentos cruciais da vida e da obra de Bob Dylan. Com uma narrativa direta, o cantor começa contando sua viagem para o boêmio bairro Greenwich Village, Manhattan, por volta de 1961. “Não estava em busca de dinheiro nem de amor. Tinha um senso de percepção ampliado, estava firme no meu rumo; para completar, era inexperiente e visionário. Não conhecia uma viva alma naquela metrópole sombria e enregelante, mas tudo estava prestes a mudar – e depressa”, recorda o músico.
Deve ser bom ser famoso no nível “tenho moral suficiente para escrever uma autobiografia”. Já que a fama ainda não bateu na porta da minha humilde residência (e nem está perto de), vou me contentar com um bom livro escrito por outra pessoa. Eles sempre estão aqui para mim, afinal de contas. Um feliz Dia do Escritor atrasado para todo mundo aí que arrisca rabiscar umas palavras, como eu.
Até semana que vem!