MIDRA lança videoclipe de single “A Better Place”

Com exclusividade para a Nação da Música, o cantor e compositor MIDRA divulgou nesta quinta-feira (14) o videoclipe da música “A Better Place” no Youtube.

O trabalho foi gravado durante um amanhecer em Holambra, São Paulo, e dirigido por Rodrigo Pysi. Primeiro visual na carreira em que o próprio músico se coloca como figura central, “A Better Place” traz MIDRA se expondo mais artisticamente e performando sozinho, às vezes acompanhado da guitarra, às vezes só da emoção.

Dado o tema de “A Better Place”, composição sobre o amor além da vida, no vídeo, MIDRA explora alguns dos sentimentos mistos que surgem após a perda de um ente querido, como luto, dor, solidão, saudade, mas também gratidão e alegria pelos momentos vividos, as experiências e lembranças que ficam.

“Eu fiz a música com uma melodia e enviei para o Rodrigo Leite, um amigo, músico e compositor que me retornou em uma ligação contando uma história (infelizmente trágica) de um casal de amigos, que há tempos tinha uma ideia de ressignificar essa historia e gostaria de fazer isso nessa música. Topei na hora e em poucos dias ele me mandou as primeiras linhas da letra e, poxa, que sensibilidade. A letra veio narrando uma história como se estivéssemos no lugar da pessoa que ficou. Nessa parceria, resolvemos ressignificar a dor da perda por um amor além da vida. Um amor além do tempo e espaço, que te deixa sensível para sentir o outro nos detalhes”, contou MIDRA para a Nação da Música.

A entrevista completa você pode conferir a seguir, na íntegra, e o videoclipe está no final da matéria. Para ouvir a música nas plataformas digitais, acesse aqui.

Obrigada por falar com a Nação da Música. Você vai lançar o clipe de “A Better Place”, primeiro vídeo em que você se coloca como figura central. Como foram as gravações?
Midra: Primeiramente, obrigado vocês pelo espaço. Adoro o conteúdo do site!
O clipe de “A Better Place” foi filmado em Holambra (SP), às 5 da manhã, da forma que geralmente meus clipes são gravados, na famosa “guerrilha” – artista independente, sabe como é, né?- onde eu, o diretor e no máximo um assistente definimos um roteiro, uma locação e partimos para a aventura. Não tem glamour, makeup, é pouca verba e tal, mas no final o resultado é muito gratificante, porque tem entrega, alma e verdade. Para esse trabalho, por exemplo, eu entrei em contato com o filmmaker e diretor Rodrigo Pysi, um cara que eu nunca tinha visto pessoalmente, mas sempre curtimos coisas um do outro nas redes. Enviei a música para ele e uma ideia solta de roteiro, ele curtiu o som e acrescentou (e muito) com as ideias e referências dele. Com isso, pesquisamos algumas locações e ele encontrou um lugar perfeito em Holambra. Saímos às 3:30 da manhã (eu, o Pysi e a stylist Layse Araújo que nos ajudou com a produção) para chegar ao lugar bem cedo e pegar aquela luz maravilhosa do nascer do sol. E em Holambra, por ser uma cidade com menos poluição, com campos de plantações e etc., o ar é mais puro e o nascer do sol… é a coisa mais linda de ver.

Chegamos naquele amplo campo de feno. Um frio da porra! Saímos do carro e o Pysi disse: “Tá muito frio. Sobe esse morro correndo que eu tive uma ideia. Gravando!”. E então, temos a cena inicial do clipe. Um slow captando os pés correndo frente a um campo aberto com a luz do amanhecer. Parece que está correndo no paraíso (risos). O Pysi tinha entendido muito bem o sentimento da música, a relação com a perda e o processo de luto, dor, solidão, saudade, gratidão pelos momentos vividos. Ele fez questão de me colocar como um protagonista, como se eu estivesse nesse lugar, e de uma maneira muito sutil, ele foi dirigindo e extraindo de mim uma performance, que muitas vezes captava apenas eu e a emoção. Não foi planejado, foi sentido e vivido. Geralmente eu vivencio essa experiência gravando em estúdio com um produtor que consegue extrair de mim o sentimento que a música exige, mas em clipes, nunca.

Estou muito feliz com o resultado do clipe e mais feliz por trabalhar com pessoas que têm a mesma conexão que eu. É como diz o ditado: “Procure a sua turma”.

Sobre a faixa em si, como foi o processo criativo dela?
Midra: Como músico e compositor, a maioria das vezes tudo parte de mim. As melodias, harmonias, letras… Mas, eu também tenho amigos compositores que às vezes envio músicas para eles colocarem letra. Foi o caso da “A Better Place”. Eu fiz a música com uma melodia e enviei para o Rodrigo Leite, um amigo, músico e compositor que me retornou em uma ligação contando uma história (infelizmente trágica) de um casal de amigos, que há tempos tinha uma ideia de ressignificar essa historia e gostaria de fazer isso nessa música. Topei na hora e em poucos dias ele me mandou as primeiras linhas da letra e, poxa, que sensibilidade. A letra veio narrando uma história como se estivéssemos no lugar da pessoa que ficou. Nessa parceria, resolvemos ressignificar a dor da perda por um amor além da vida. Um amor além do tempo e espaço, que te deixa sensível para sentir o outro nos detalhes, como no verso do refrão que diz: “I’ll wait for the sun / To feel you inside my bones / I won’t make a sound / To hear you come around” – (Vou esperar o sol / Para te sentir nos meus ossos / Não vou fazer nenhum som / Para ouvir você se aproximar). Caramba, isso é muito bonito!

Confesso que a primeira vez que cantei, a voz deu uma travada, porque é muito emocionante. Fizemos essa parceria na letra e então enviei uma pré com todo o contexto que envolve a música para o Eddu Ferreira, músico e produtor (Medulla, Don L, Minnuit e outros) que tem produzido meus últimos trabalhos, um cara fantástico, que ao ouvir a pré e a história por trás da música, recomendou deixá-la mais densa e pulsante, com uma dinâmica que passa emoção em cada verso. Eu e ele gravamos a maioria das coisas, e ele chamou o baterista André Dea (Supercombo e Sugar Kane), que trouxe um peso que a música pedia para somar com os outros elementos. Ficou incrível! O Eddu tem me ajudado a construir um conceito muito interessante para o meu som. Sou muito grato por pessoas como ele cruzarem o meu caminho e somarem comigo nessa caminhada.

Podemos esperar um novo EP ou novo disco em breve? O que pode nos contar?
Midra: Com certeza! Tenho trabalhado muito nisso, compondo bastante, testando repertório com a galera que acompanha o meu trabalho, experimentando novas sonoridades, selecionando o melhor para colocar no meu primeiro disco. Esse é um sonho, sabia? Gravar meu album, mas eu quero que seja um album de estreia foda! Pelo menos pra mim (risos). Eu não gosto muito da ideia de demorar demais em algo que já está “pronto”. Eu encaro os lançamentos como uma foto. A foto que você tirou em 2010, toda arrumada(o), hoje pode te causar estranheza, mas era você ali, no seu momento de “preciso sair bonito(a) na foto” (risos), mas o tempo passa e naturalmente a gente muda. Um lançamento é isso. Imprime o seu eu artístico desse momento, que provavelmente não será o mesmo em 10 anos (eu espero). Porém, gravar e lançar um álbum tem um custo e não é barato. Mas estamos trabalhando para isso acontecer muito em breve.

Com quem gostaria de colaborar no futuro?
Midra: Ahhh, muita gente. Mas, há anos eu tenho acompanhado toda correria e trajetória da banda Tuyo e admirando como é bonito o compromisso deles com a arte. Soa muito verdadeiro, com muito amor envolvido. Temos uma origem parecida e eu vibro quando eles conquistam algo, porque mesmo sem sermos muito próximos, a vitória dos nossos é nossa também. Vai além da música, entende? Acho que será bacana quando uma parceria acontecer. Tudo no tempo certo.

Gostaria de deixar um recado aos leitores da Nação da Música?
Midra: Chegou minha vez! [risos]
Quero agradecer a você que leu até aqui, muuuito obrigado pela sua atenção. E pedir, por favor, para você ouvir a música “A Better Place” e assistir ao clipe no Youtube. Desde a concepção, cada trabalho que faço tem muito esforço, amor e verdade envolvido. Espero que vocês gostem, sigam e compartilhem com os seus. Um forte abraço.

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