A mesma coluna de sempre com um único diferencial: a colunista. A partir de hoje eu, Lígia Berto, comando a NM Apresenta brasileira e mostro todas às quintas-feiras novidades do cenário musical nacional em entrevistas exclusivas.
E para a minha estreia, a coluna apresenta a banda Agosto, grupo que surgiu em 2009 na cidade de São Paulo. O estilo originário da banda é o Rock n’ Roll, mas mescla influências do jazz jamaicano e de ska, juntando tudo isso ao uso do trombone e do trompete, o que dá cara nova ao som do grupo. Hoje, a Agosto possui sete integrantes: Borges, que comanda o vocal, Léo na guitarra, Leandro no baixo, Biro na bateria, Lucas no teclado, Caio no trombone e Chileno no trompete. Você pode conferir o último álbum da banda, “Teoria da Conspiração Urbana”, que mescla todos os ritmos e influências do grupo, ao final do post, numa playlist montada pelo NM.
A entrevista você confere agora:
Nação da Música: Como a Agosto ganhou formação? Quando vocês viram que o som da banda poderia ser levado adiante?
Agosto: Em 2009, já vinhamos tocando juntos, mas a formação era diferente, apenas quatro integrantes, e tocávamos hardcore com muita influência de punk rock. Tivemos um hiato e nesse período amadurecemos as ideias e percebemos que podíamos voltar a tocar, só que trazendo novas influências e agregando novos músicos. Surgia ali a intenção de termos uma banda de ska. Aos poucos foram entrando novos músicos, colocamos teclado, trombone e trompete, chegando onde queríamos em relação à sonoridade.
Nação da Música: A pergunta é clichê, mas precisa ser feita: de onde veio o nome Agosto?
Agosto: Quando nos reunimos para remontar a banda com uma nova proposta, o Borges (vocal) teve essa ideia, de não nos prendermos a um único estilo, e sem medo mesclar tudo aquilo que agente curte, no nosso som, independente das diferenças. Surgiu ali o projeto de Musica à gosto, seja da banda ou do público mas que fosse livre, a gosto de quem queira, da forma que acharmos bom e original. Batizamos como Agosto para dar essa confusão: alguns acham que se relaciona com o mês, mas não. Usamos a “tag” “musicaAgosto” seja nas redes sociais ou na identificação do público, para enfatizar a intenção.
Nação da Música: O álbum de estreia de vocês fez sucesso, principalmente com a música “Essência”, que pode ser considerada o carro-chefe do EP de que faz parte. Qual a história da música? E qual mensagem vocês quiseram passar com o EP?
Agosto: Na verdade, “Essência” foi repetida no álbum, que ganhou um maior destaque ainda em 2012, antes do lançamento do disco, quando foi lançada ainda no nosso primeiro EP. Ganhou um videoclipe também no mesmo ano. Essa música não tocamos mais ao vivo, acreditamos que a banda já passou pela fase de “Essência”, ela tem uma letra contestadora para os novos movimentos e comportamentos jovens da atualidade e sua banalidade e superficialidade ligado ao mercado e aos interesses do sistema, ela é uma crítica. Mas sua sonoridade já não mais faz a cabeça da banda, que com o decorrer do tempo e com novas composições, pudemos perceber que já alcançamos um nível superior e mais contagiante. Esse é um processo natural. Algumas pessoas perguntam sobre a música e sempre gostamos de explicar com carinho, porque ela foi importante para nossa história, nos levou até a MTV (emissora), um sonho de adolescência.
Destacaria no nosso primeiro disco a faixa 01, “Colaborador Varonil”, que é o som da nosso segundo videoclipe gravado esse ano, e executada na rádio Uol 89 FM como destaque do programa Temos Vagas, com várias execuções, inclusive por outras rádios também, e uma aceitação muito positiva do público.
Nação da Música: A Agosto tem uma pegada rock inegável. Quais bandas influenciaram o som de vocês? O que cada integrante trouxe das suas preferências musicais que tornou o som de vocês distinto, tanto no álbum quanto nos compactos? Com quais bandas ou artistas a Agosto gostaria de dividir o palco?
Agosto: Nossas maiores influências são: Sublime, O Rappa, Tha Slackers, Red Hot Chilli Peppers, Mighty Mighty Bosstones. Mas individualmente cada um escuta algo diferente, e sempre acaba somando na hora de compor, gerando um DNA único do nosso som.
Seria uma honra dividirmos o palco com Nação Zumbi, Skank, O Rappa, Lenine, Humberto Gessinger, Gabriel o Pensador, Black Alien, Bnegão, entre outros. Na gringa: Reel Big Fish, Sublime with Rome, Less Than Jake, entre outros.
Nação da Música: Em 2012, vocês lançaram o primeiro álbum de estúdio, o “Teoria da Conspiração Urbana”, que tem pegadas de ska e rock. Como foi a compilação do disco?
Agosto: Já tínhamos todas as músicas compostas e arranjadas, chegamos e gravamos sem muita enrolação. Fizemos algumas pré, ouvimos bastante e batemos o martelo. Dentro das condições e recursos, acreditamos ter conseguido um bom resultado. Decidimos também incluir três das quatro músicas que saíram no EP um ano antes, e encaixamos na ordem que gostamos de ouvir. Foi um período de aprendizado acima de tudo, para pegar afinidade com o estúdio e com o processo de gravação, além de entendermos hoje muito mais do que antes, sobre captação, mixagem, timbre, entre outras coisas que trabalharemos com muito mais detalhes nos próximos.
Nação da Música: Seguindo o exemplo de outras bandas brasileiras, vocês disponibilizaram o álbum gratuitamente para download na internet. A distribuição via internet do álbum tornou mais viável a propagação do som da Agosto?
Agosto: Com certeza. Somos adeptos da circulação gratuita das músicas. E isso nos ajudou muito, obtivemos 5 mil downloads pelo nosso site oficial, além de que várias pessoas de todo o território nacional passou a conhecer a banda, nossa popularidade aumentou consideravelmente. Isso alavancou nossa agenda de shows também. Nos shows as pessoas cantam todas as músicas, talvez isso não fosse possível se não tivéssemos liberado o álbum todo.
Nação da Música: Como está a agenda de vocês daqui para 2015?
Agosto: Já temos algumas datas fechadas outras ainda em acerto de pequenos detalhes. Dia 24/01/2015 tocaremos na Praça Victor Civitta, em São Paulo. No dia 01/02 Na Vila Madalena. E 21/02 no Ipiranga (Espaço Magma).
Nação da Música: Contem pra gente um pouquinho sobre a parceria de vocês com o The Cadillackers e deixem um recado pra galera curtir o som da banda.
Agosto: Conhecemos os caras a bastante tempo, estão no corre também, e sempre nos trombamos pelos eventos, tocamos juntos várias vezes, curtimos um o som do outro, é uma relação legal de amizade entre as duas bandas. Os caras tocam pra caramba, tem um set agitadíssimo, se você ainda não conhece, dá um play no som dos caras – e no nosso, é claro – que é qualidade garantida.
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