Mais uma quinta-feira (12) de muita música nacional. E o NM Apresenta de hoje mostra a banda de hoje é a Saramágua, que tem quase três anos no cenário musical brasileiro e que mescla soul, rock e até o maracatu, dando um som diferente que você precisa conhecer. O grupo é formado por Lucas Di Faria e Igor nos vocais e nas guitarras, Pedro Lira no baixo, Cristophe Ramon bateria e Diego Rodrigo no teclado. No final deste post, você pode conferir uma playlist pra conhecer melhor o som da banda.
A entrevista, feita pela Nação da Música, você confere agora:
Nação da Música: Qual a inspiração do nome Saramágua?
Saramágua: Nome de banda é sempre muito difícil de escolher. Ou beira o trivial ou o ridículo. Depois de testar mil nomes de bandas e nenhum funcionar, desistimos de procurar. Até que um dia, viajando de ônibus, estava lendo “Ensaio sobre a cegueira” de José Saramago e o nome me veio a cabeça. Eu sabia naquele momento que seria o nome da banda. A ideia era juntar as palavras Sarar + a + mágoa, e ainda fazer alusão ao escritor.
Nação da Música: Qual é a história da banda? Como nasceu a Saramagua? Como a banda ganhou a formação que tem hoje? Quando vocês perceberam que daria pra levar o som de vocês adiante?
Saramágua: A banda surgiu ainda no ensino médio. Eu, Pedro Lira e Igor Fernandes já éramos compositores aos quatorze anos e já gostávamos de mostrar nossas músicas pra o pessoal da escola. Amadurecemos algumas músicas e formamos nossa banda “Garotos de Aluguel”. Começamos em 2012. Os três cantavam, apesar de nenhum dos três saber cantar.Eu na guitarra, Pedro no baixo e Igor na bateria. De trio passamos a ser quinteto. Chamei meu primo, Diego Rodrigo, para o teclado e o experientíssimo Crhistophe Ramon, que foi baterista da banda A Pedra (banda que viria a se tornar a Cabruêra), jogando Igor pra guitarra. Nós cinco compomos a banda oficialmente, mas algumas vezes temos desfalques. Pedro está em intercâmbio no EUA e por isso eu e Igor nos reversamos no baixo. Em shows em teatro costumamos convidar músicos para compor o naipe de metais.
Nação da Música: Se vocês pudessem definir o ritmo da Saramagua em poucas palavras, quais seriam? Vocês sempre quiseram tocar esse estilo musical que tocam agora?
Saramágua: Percebemos que dava pra levar nosso som quando ganhamos um prêmio da rádio da cidade. Nos inscrevemos num festival para bandas autorais sem expectativas e quando vimos estávamos dando entrevistas e nossas músicas tocando na rádio. Isso nos abriu muitas portas e nos fez perceber que a música que a gente faz é boa.
Nação da Música: Vocês colecionam tributos. Já fizeram do Mamonas Assassinas, do Los Hermanos e por aí vai. Como vocês escolhem as bandas? Elas representam algo pra vocês?
Saramágua: Sim! A gente faz por afinidade e oportunidade. Acontece que bares, pubs e casas de show não estão muito abertas para uma banda autoral. Precisando achar nosso espaço acabamos escolhendo algumas bandas pra fazer tributo. E aí é aquela velha história: Igor, que toca guitarra e canta, é fã de Los Hermanos. Ele assume a liderança do show e depois Samba à Dois nós já colamos com Sambinha Novo, música nossa. Do mesmo jeito o SKANK. Sou fã e sempre encaixo uma música nossa mais ou menos no estilo deles ali no meio. O Mamonas a gente faz por curtir mesmo! É, sem dúvida nenhuma, nossos shows mais engraçados e despojados. Mas até hoje só fizemos esses três tributos: Los Hermanos, Skank e Mamonas. São bandas que somos fãs.
Nação da Música: Quais as influências musicais da Saramagua? Quais bandas inspiram vocês e o som da banda? O que cada integrante trouxe das influências musicais pessoais que tornou o som da banda de vocês distinto?
Saramágua: Responder essa pergunta é muito difícil. Nós temos gostos bem distintos e trazemos tudo isso pra dentro da banda criando um verdadeiro mistureba. Eu escuto muito Djavan e Alceu Valença, mas minhas bandas favoritas são Judas Priest e Metallica. Igor gosta de Strokes, Artic, mas ao mesmo tempo é fã de Chico e vem de uma escola musical do chorinho. Pedro gosta de Queens Of Stone Age, mas também de Mombojó e Otto. Crhistophe e Diego seguem mais a linha MPB. Tudo isso influencia a gente direta ou indiretamente. Tanto na hora de compor como na performance no palco.
Nação da Música: Se pudessem escolher qualquer banda pra tocar junto ou até pra abrir o show, quem escolheriam?
Saramágua: Tantos!!!! Se pudéssemos abrir show pra todas as bandas que somos fãs essa lista seria interminável. E a gente é muito versátil. Sabemos fazer música e mudar a pegada de acordo com o show. Quando vamos pro teatro sabemos dosar, colocar arranjos mais caprichosos. Em pubs sabemos ser rock n roll até se estivermos tocando frevo. Então não seria difícil dar uma polida nos arranjos pra cada shows que abriríamos.
Nação da Música:Vocês são de Campina Grande (PB). Como foi começar uma banda de rock lá?
Saramágua: Normalíssimo! Campina Grande é famosa por ter o maior São João do mundo; são 30 dias de forró sem trégua. Mas o que muita gente não sabe é que Campina tem uma cena alternativa muito forte que acontece no underground da cidade. Bandas novas surgem todos os dias, tocando de tudo. Donos de bares e pubs estão dando mais oportunidades a essas bandas. A única coisa que foi difícil pra gente foi achar o equilíbrio entre o rock e outros gêneros. Isso acontece porque nascemos pra ouvir rock, mas o sangue nordestino de nossas veias pulsa como frevo, maracatu e baião. Não dá pra negar nosso berço e isso reflete fortemente em nosso som.
Nação da Música: Como está a agenda pra 2015?
Saramágua: Nossa agenda pra esse ano está confusa. Não temos turnê marcada e nem pretendemos ainda. A verdade é que estamos acostumados a tocar apenas uma ou duas ou vezes por mês nos bares da cidade e geralmente somos convidados pra festivais de música ou artes integradas. Dos cinco integrantes da banda, quatro estão na universidade… Acho que nem precisaria falar que não temos o tempo que gostaríamos de ter.
Nação da Música: Contem um pouquinho sobre o projeto 7 Notas do Sesc-PB que vocês participarem e deixem um recado pra galera conferir o som de vocês.
Saramágua: O SESC-PB é um grande, se não o maior difusor de cultura do nosso estado. Constantemente são lançados editais para todos os segmentos de cultura e arte. Em 2013, mesmo ano que ganhamos o prêmio da Campina FM, fomos selecionados no Projeto 7 notas, que é um projeto que realiza shows musicais no teatro do SESC Campina Grande. A ideia é puramente realizar um show, mas desejando popularizar nossas músicas resolvemos gravar esse show em áudio e vídeo e lançamos na internet como primeiro álbum ao vivo da Saramágua. Em 2014 fomos convidados a fazer mais um show autoral e mais uma vez optamos pela gravação e dessa vez mais profissional ainda: gravamos com seis câmeras. Temos 13 músicas para serem lançadas em áudio e vídeo ainda na primeira metade desse ano que serão disponibilizadas como nosso segundo álbum ao vivo. Enquanto isso, estamos desenrolando o site da banda e começando 2015 dando o pontapé inicial no nosso primeiro EP de estúdio, com muito bossa n’ roll, frevo, maracatu e letras bem poéticas.
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