Na última sexta-feira (03), aconteceu no escritório do Twitter em São Paulo uma coletiva de imprensa com a banda O Rappa. O principal assunto foi o novo projeto lançado por eles esse mês, o CD e DVD “Acústico Oficina Francisco Brennand”, e a Nação da Música esteve presente para saber todas as novidades e encontrar os membros Marcelo Falcão, Xandão, Marcelo Lobato e Lauro Farias.
A conversa durou aproximadamente 1h20 e durante todo o tempo os integrantes deixaram bem claro que esse projeto é muito especial. A gravação do DVD foi feita em Recife, cidade pela qual os membros demonstraram ter um enorme carinho. O projeto tem 4 músicas inéditas e o resto são regravações. “A gente veio de uma história tão bonita do “Nunca Tem Fim” que não oferecer mais alguma coisa antes de um disco de inéditas e não se permitir isso seria burrice” disse o vocalista Marcelo Falcão.
De acordo com Xandão, foi no carnaval de 2014 que a banda conheceu a Oficina do artista plástico e ceramista Francisco Brennand e tiveram a ideia de gravar um DVD acústico no lugar. A gravação aconteceu em 2 dias e, como o local não comporta um público grande, somente alguns fãs, através de um concurso, conseguiram participar.
No primeiro dia de gravação, o show foi feito durante o fim da tarde até à noite para registrar o pôr do sol; e no segundo, começaram logo na madrugada para pegar o amanhecer do dia. Eles contam que os horários dos shows foram as únicas coisas “cravadas”, ou seja, que aconteceram exatamente como o planejado. “No palco as coisas se transformam, nunca é aquilo que a gente ensaiou” disse o baixista Lauro Farias.
Marcelo Falcão disse que o tempo de estúdio que a banda sempre teve os ajudou a ter maturidade para conseguir improvisar durante os shows, fazendo com que cada um seja diferente do outro. “Essa história do roteiro não funciona pra mim“. Assim também foi nessa gravação – alguns arranjos ficaram maiores, ou tomaram algum rumo diferente do planejado. “É legal ser certinho, mas na música eu acho legal ser bandido, ser pilantra, burlar a história, fazer uma coisa que não estejam esperando“.
O vocalista também afirmou que eles queriam mostrar um lado do Rappa que as pessoas não conhecem. “A gente tinha por obrigação subir naquele palco ali e fazer com que a obra de arte que era do Brennand com a história que a gente tava levando virasse também uma obra de arte.”
A banda também se posicionou sobre críticas acerca do formato acústico escolhido por eles para esse trabalho, pois o mesmo já foi feito por vários outros artistas. Marcelo Lobato disse que acha que foram bem felizes ao fazerem essa escolha e que sempre tentam inovar e aprender. “Depois de 20 anos a função é não ficar se repetindo“. Lauro disse que realmente o acústico é desgastado, mas que sempre haverá acústicos assim, “a não ser que o cara monte um acústico na lua“, tirando risos da galera.
Além do DVD, os membros também contaram várias histórias sobre a relação deles com o público e como é a carga emocional de tocar fora do Brasil. Falcão disse que eles tem tantas coisas interessantes e importantes pra contar e citou até a possibilidade de fazer um livro.
O vocalista também comentou um pouco sobre a unidade entre os membros da banda: “A banda é nossa, de nós quatro, então a gente aceita muito o que um fala, errado ou não, então a gente vai construindo a nossa história assim.” Ele também acrescentou que sempre que vão fazer um show ou gravar o disco, o pensamento é: “Se acontecer alguma coisa de ruim pra gente, que aconteça no palco. Perder a vida no ato mais célebre da nossa vida: fazendo música.”
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