Confesso que toda vez que alguém pergunta o que eu gosto de ouvir, minha cabeça dá um nó. Eu nunca consigo pensar de imediato em um gênero, banda ou artista, a única coisa que sai é: “Eu escuto de tudo, mas não é tudo que eu escuto sempre”. Na minha cabeça, essa frase faz total sentido, levando em consideração que eu adoro sofrer por amor ouvindo Zé Vaqueiro nos churrascos da família, porém, não é uma música que está na minha playlist normalmente e eu escolho escutar quando tô no ônibus lotado indo pra minha jornada diária de proletariado.
No primeiro semestre de 2021 eu pude participar da produção de um festival de música da minha cidade que me trouxe uma experiência musical muito diversa, tive a oportunidade de ouvir mais de 90 artistas que iam do gospel ao hardcore, alguns se tornaram os meus favoritos, como é o caso da Banda Cout, Cazimi e Jambu Cósmico. Outra banda paraense que não sai do meu reply do Spotify é a Aroma Verde, um grupo que mistura um pouco de reggae com ska e faz um sonzinho com influências regionais que me traz um quentinho no coração.
Confesso também que uma vontade que anda enraizada em mim durante os últimos tempos é tirar a poeira da minha guitarra e finalmente me dedicar a fazer algo, essa vontade vem muito da necessidade de preencher um vazio musical que vira e mexe aparece por aqui. Nesses momentos que eu estou sentindo muitos sentimentos, gosto de ouvir coisas que me confortem de alguma forma, “Meet Me At Our Spot” da Willow e “No Money” do Kings of Leon são exemplos disso.
Outra coisa que aconteceu no último mês foi que eu andei bem nostálgica revivendo bandas que eu costumava ouvir quando era uma adolescente rebelde que queria platinar o cabelo pra ficar parecida com a Taylor Momsen. “Sleepwalking” do Bring Me The Horizon, “Fuck It” do Glass Tides e “All I Want” do A Day To Remember chegam pra representar uma das minhas mais diversas personalidades adotadas ao longo dos meus 25 anos.
Em junho, o lançamento de “Batidão Tropical” da Pabllo Vittar me fez ficar histérica, clássicos da banda Companhia do Calypso e Banda Ravely, cantadas agora na voz da drag queen, não saem até hoje das minhas manhãs de sábado de faxina. Esse álbum me fez voltar pra minha infância onde eu passava o dia inteiro na frente da TV dançando o DVD da Companhia do Calypso e Banda Calypso, cheguei a jurar que seria dançarina da Joelma quando crescesse.
Marina Sena, Luísa Sonza, Heavy Baile, Terno Rei e outros artistas compõe essa playlist, é pra chorar, bater o cabelo e dançar ao mesmo tempo. Ela foi feita pra ser escutada na sequência correta, espero que gostem e se divirtam.
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