Desde o começo dos anos 2000, o cenário musical mundial passou por diversas tendências que, ao mesmo tempo, eram arrebatadoras e rápidas. Em 2003, quando a moda “emo”, e as mais diferentes bandas possíveis que eram atrelada a ela, ainda engatinhava para uma explosão global, surgia no Reino Unido o Funeral For a Friend. Os galeses chamaram atenção do cena logo em seu primeiro disco. Pode parecer exagero, mas “Casually Dressed & Deep In Conversation” já é considerado um clássico do que o Emo/Metalcore foi durante a primeira metade dos anos 00s.
O disco, que tinha músicas importantes da carreira da banda como “Juneau” e “Bullet Theory”, apresentou o Funeral For a Friend às paradas britânicas e, impulsionado por um cenário que favorecia as novas bandas, o grupo imediatamente ganhou destaque global. O que se manteve no álbum seguinte, “Hours”. Considero o disco de 2005 a obra prima dos galeses, talvez o momento em que a fusão de suas influencias consegui ir perfeitamente ao encontro da proposta que eles queriam.
Cito “Hours” porque, na minha opinião, é o momento em que o Funeral For a Friend, mesmo no começo da carreira, conseguiu unir composições marcantes, como “Streetcar” e “Monsters”, com letras do mais alto quilate. Destaque aqui para a histórica “History”, uma balada com um background baseado nas relações entre o País de Gales e a Inglaterra. Isto é importante para chegarmos na construção da linha do tempo que culima em “Chapter And Verse”, 10 anos após “Hours”.
Inscreva-se no canal da Nação da Música no YouTube, e siga no Instagram e Twitter.
Desde 2005, o Funeral For a Friend lançou outros 4 álbuns, todos eles com seus méritos, mas muito mais deméritos. Admitindo como fã, a banda saiu de um cenário de aclamação global que estava se aproximando, os registros seguintes não conseguiram repetir o mesmo desempenho da dupla de álbuns anteriores. Porém, não cabe aqui julgar os maus trabalhos do grupo. É nesse cenário que surge “Chapter And Verse”, disco lançado no última dia 19 de janeiro.
Apesar de ainda parecer um pouco perdida em relação à sua proposta, esse é o primeiro álbum do Funeral For a Friend, desde 2005, em que a banda parece estar realmente confortável com a música que está entregando aos seus fãs. Logo no primeiro single do registro, “You Got a Bad Case Of The Religions” é possível observar os riffs rápidos e os refrões marcantes. O grupo também volta a explorar o lirismo de forma marcante, como nas músicas “1%” e “After All These Years… Like a Lightbulb Going Off In My Head”.
O grupo também mantém uma tendência dos últimos anos, de abusar das baterias rápidas como em “Modern Excuse Of A Man” e “Puncil Pusher”. Um distanciamento daquela banda com bases no heavy metal do começo da carreira, mas que ao mesmo consegue flertar na dose certa com o punk. Que fique claro, o Funeral For a Friend nunca foi um grupo de nenhum dos estilos, e talvez reencontrar esse norte seja um passo importante para eles daqui pra frente.
“Chapter And Verse” também mescla momentos bons e alguns de dúvida. Porém, dessa vez, o Funeral For a Friend consegue entregar um disco realmente cativante ao seu público. Ainda com algumas falhas, mas bem mais imponente que registros vazios já colocados no mercado por eles. Sei que a banda não vai repetir um “Hours”, e nem quero que isso aconteça. Só espero que os galeses voltem a colocar o seu nome entre os destaques da cena no Reino Unido.
Faixas:
01. Stand by Me for the Millionth Time
02. You’ve Got a Bad Case of the Religions
03. Pencil Pusher
04. You Should Be Ashamed of Yourself
05. 1%
06. After All These Years…Like a Lightbulb Going Off in My Head
07. Modern Excuse of a Man
08. Inequality
09. Brother
10. Donny
11. The Jade Tree Years Were My Best
Nota: 6
Não deixe de curtir a nossa página no Facebook, e acompanhar as novidades do mundo da música, do Funeral For Friend e da Nação da Música.
Inscreva-se no canal da Nação da Música no YouTube, e siga no Instagram e Twitter.