Em junho, os mineiros da Lagum lançaram seu segundo disco de estúdio, o chamado “Coisas da Geração”, pela Sony Music Brasil. O disco conta com 14 faixas no total, que tratam dos mais variados assuntos da juventude, fazendo jus ao título escolhido.
Começamos com a good vibes “Detesto Despedidas“, no maior clima de paz mesmo. Este foi o single escolhido para divulgar o trabalho e carregou também a responsabilidade de abrir o disco. Foi uma boa jogada, já que de cara podemos perceber um pouco do que ouviremos a seguir.
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Trabalhada de maneira rápida e cheia de rimas, “Chegou de Manso” tem uma influência maior do pop. A canção trata sobre os desencontros de um casal, ficando bem explícito no seguinte trecho: “Eu sempre quero mais / Quando eu quero ela não quer mais“.
A única parceria do álbum aparece já em “Andar Sozinho“, que conta com a participação de Jão. Entre versos sobre arriscar, aproveitar a vida e se deixar levar pelo momento, os vocais se complementam extremamente bem e a canção segue um fluxo bem agradável.
De tudo um pouco, no disco a gente também ouve sobre saudade. Em “Oi“, é apresentada uma conversa entre mãe e filho em que se fala sobre distância e a vida na estrada. O videoclipe, que acompanha a faixa, investe na criação visual do tema e trabalha de forma cômica e bem colocada.
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“Reggae Bom” também fala sobre saudade, mas desta vez da pessoa amada. Uma pegada suave e um vocal meio arrastado são a receita para uma canção tranquila mas longe de ser entediante, como o próprio reggae deve ser feito.
Rap melody foi a abordagem escolhida em “Lua“, que é uma declaração e talvez por ser levada de maneira mais lenta e nenhum grande diferencial na composição, não empolga tanto quanto as demais presentes no disco.
“Grato Um Tanto” remete muito às canções do Charlie Brow Jr., seja pela rapidez em que é cantada, pela sonoridade ou até mesmo pela letra. A observação, porém, não tira o crédito dos integrantes pela originalidade presente nela.
A segurança de ter um amor só seu aparece em “Vai Doer no Peito“, que segue com o mesmo ritmo de “Reggae Bom” e segue sem maiores surpresas ao longo da faixa. Por ser tão parecida com uma das faixas anteriores, fica a dúvida se ela de fato seria necessária no corte final do disco.
Se tem amor também tem carência, “Falando a Verdade” é gravada somente com voz e violão e trata de maneira mais descontraída os relacionamentos casuais. A forte influência de um pop dos anos 80 não passa despercebida.
Quase que uma continuação da anterior, é somente em “Se For Pra Ser” que podemos ouvir com clareza os demais instrumentos como bateria e guitarra, que tem uma presença muito forte na faixa.
A faixa-título, “Coisas da Geração” cumpre o que se propõe e toca justamente em temas relevantes e conhecidos dos jovens. Ela engloba todo o conceito do disco e reúne em uma só canção todas as aflições, aventuras e incertezas vivenciadas dos que estão nos vinte e pouco.
A vontade de conhecer mais sobre o outro, trocar experiências e de fato ter uma relação é apresentada em “Fale Mais“, que assim como algumas já citadas aqui conta somente com voz e violão em sua maioria.
A intitulada “Pedro” tem apenas um minuto e quarenta segundos e funciona como uma espécie de interlúdio. Nela, podemos ouvir o vocalista Pedro Calais dando um recado para si mesmo: “Não colapse, Pedro / Curta o ápice, Pedro / Amanhã é outro dia então vê se vai dormir cedo“.
Por fim, “É Seu” encerra os trabalhos e soa como tal, uma canção de despedida. Sem maior pretensão além de diversão, é a única faixa em que ouvimos um palavrão, da forma mais descontraída possível, e o recado da Lagum fica claro.
Ao ouvir a obra como um todo, é evidente a vontade da Lagum de falar diretamente com seus ouvintes e compartilhar experiências com quem vive e está vivendo o mesmo. Dúvidas, saudade, sentimentos confusos e tudo o que tem direito é abordado na produção.
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