Resenha: “Everything You’ve Come To Expect” (2016) – The Last Shadow Puppets

the.last.shadow.puppets1Oito anos pode parecer um longo tempo. E foi esse o tempo que separa o primeiro lançamento do The Last Shadow Puppets em 2008 e o seu sucessor “Everything You’ve Come To Expect” de 2016. Longos anos que marcam grande evolução para a parceria de dois grandes nomes da cena musical europeia – Alex Turner do Arctic Monkeys e Miles Kane, ex-The Rascals. Quando a dupla apareceu com o ousado projeto quase uma década atrás, ninguém sabia o que esperar ou como reagir, justamente pelo fato de ser algo totalmente… inesperado. Ambiciosos o suficiente pra seguir em frente, os amigos surpreenderam com o disco “The Age Of Understatement”, seguindo um estilo não muito explorado pelos vocalistas em suas carreiras.

Cá estamos nós, oito anos depois, e novamente a dupla surpreende. “Everything You’ve Come To Expect” na verdade é totalmente oposto ao seu título. Mesmo seguindo o mesmo conceito de trazer de volta um gênero muitas vezes esquecido, o álbum mostra grande diferença de seu antecessor, transparecendo o amadurecimento de ambos como artistas, maior diversificação e também um clima bastante ‘californiano’ – agora com 30 anos, a dupla vive em Los Angeles.

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Mas o começo do álbum não parece assim tão distante. “Aviation” dá início ao trabalho como uma sequência direta ao disco de estréia, porém de forma bastante evoluída. O single deixa presente a dramaticidade e clima de suspense típico do projeto. Em sequência “Miracle Aligner” quebra aquele tom sombrio e nos transporta para um cenário mais tranquilo e ensolarado com vocais suaves, unindo um estilo soul pop com guitarra marcante.

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Aqui fica claro a diversidade citada. A voz de Turner junto da inconfundível guitarra de Kane com elementos orquestrados constroem “Dracula Teeth”, balanceando o clima tenso com momentos de calor. A faixa-título se destaca do resto dosando um pouco de sensualidade e melancolia em uma perspectiva de filme francês do último século.

“The Element Of Surprise” traz uma letra mais romântica e até sensual, com um instrumental que segue o mesmo caminho. Esse estilo é totalmente quebrado em “Bad Habits”, carro-chefe do álbum, mostrando um lado mais rebelde, irônico e bastante selvagem da dupla, criando uma perfeita trilha-sonora para um filme de ação. A balada “Sweet Dreams, TN” é com certeza um dos grandes destaques, guiada pela voz de Alex sobre uma base que vai recebendo novos elementos e se tornando aos poucos grandiosa.

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Flashes cinematográficos retornam em “Used To Be My Girl”, um novo clássico com instrumental simples e bem trabalhado que se divide entre o desejo e a sensualidade. “She Does The Wood” não traz muitas novidades, repetindo os elementos mais ‘pesados’, misteriosos e sexuais, variando a melodia em algumas partes da música, que termina bruscamente. Miles protagoniza “Pattern” em uma viagem no tempo que nos remete ao período que o Britpop dominava a Inglaterra.

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Mais uma balada nos prepara para o fim do álbum. “The Dream Synoposis” se aprofunda ainda mais na melancolia enquanto Turner narra alguns de seus sonhos, soando quase como um lamento ligado ao triste instrumental. O grand finale fica por conta de “The Bourne Identity”, uma triste despedida de alguém que se sente insuficiente e não quer ir embora, porém não encontra outra opção – e é dessa forma que os créditos começam a subir até visualizarmos “The End“.

Trackslist:

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01. Aviation
02. Miracle Aligner
03. Dracula Teeth
04. Everything You’ve Come To Expect
05. The Element Of Surprise
06. Bad Habits
07. Sweet Dream, TN
08. Used To Be My Girl
09. She Does The Woods
10. Pattern
11. The Dream Synopsis
12. The Bourne Identity

Nota: 8

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