Para comemorar os 15 anos de O Teatro Mágico, a trupe se reuniu com os fãs no Tom Brasil, em São Paulo, no último sábado (22).
Às 22 horas e 26 minutos, em ponto, a trupe subiu ao palco com Zeca Loureiro (guitarra), Rafael dos Santos (bateria), Emerson Marciano (contra-baixo), Maria Fernanda (violino) e, o criador, Fernando Anitelli (voz e violão).
O cenário funcionava como uma espécie de varal, com roupas típicas de circo e teatro penduradas imitando situações e pessoas. Essa era a volta do grupo após um período sabático, e não uma volta qualquer. Com um público que emanava o calor da saudade, O Teatro Mágico comemorou os 15 anos da trupe.
Anitelli comandou o show em sua totalidade, dividindo momentos especiais com todos os artistas que subiam ao palco, sendo eles músicos ou performers. A primeira aparição de Toicinho (Matheus Bonassa) e Odacio (pai de Fernando) veio na forma caricata de Star Wars e terminou com a famosa frase “eu sou seu pai”. Isso ocorreu após “Da Luta”, segunda música do set.
Circo, teatro, música e poesia são, definitivamente, quatro palavras que podem descrever o show. Em nenhum momento essas coisas deixavam de andar juntas. Por exemplo, enquanto Fernando cantava “Cidadão de Papelão”, Toicinho voltava ao palco para dar movimentos a um boneco, algo como um ventríloco. Logo depois, em “Abaçaiado”, Anitelli abriu um corredor na plateia – estilo micareta -, abraçou a dor de cada um e pediu (muito) por mais amor.
Os pedidos ficaram longe de se encerrar por aí. Durante toda a noite, os protestos políticos e sociais foram repetidos e ressaltados devido ao atual momento do Brasil. “Isento, em cima do muro, não dá para ficar. Ainda mais em um momento como esse”, disse o cantor em um dos seus discursos.
Em meio à arte aérea de Andrea Barbour, Nô Stopa, Nathalia Dias e Nayara Dias, algumas novidades começaram a ser apresentadas. A primeira foi “Quantas Mais”, parceria com Daniel Santiago e referência de uma fala de Marielle Franco, vereadora do Rio de Janeiro assassinada em março de 2018.
A surpresa ficou por conta de “Cinza”, apresentada ao público ali mesmo. “É uma canção que traduz qualquer metrópole”, disse Anitelli. E é mesmo. Na letra, “a cidade que pulsa” chama atenção. No palco, Maria Fernanda era quem chamava o holofote. Além dos dedos habilidosos no violino, a performance e o monociclo deram um show à parte.
Toicinho e Odacio voltaram para uma encenação de “De Volta Para O Futuro” e, logo depois, a parte acústica veio. Fernando sentou no chão e chamou Nô Stopa para o acompanhar. Na voz e violão, eles deram vida a “Do Que é Feito o Poema”. Em seguida, provavelmente, um dos momentos mais esperados do show: Ivan Parente.
O co-fundador do projeto, junto com Fernando, subiu ao palco todo caracterizado e se juntou à dupla que estava sentada no chão. Aquele momento foi de harmonia total, tanto no clima quanto nos vocais. Música e poesia atingiram o auge. Contando sobre a amizade de mais de 30 anos, Ivan e Fernando deram uma palinha de “More Than Words”, da banda Extreme.
Conforme o final do show se aproximava, a maquiagem de Fernando era apagada pelo suor e o seu coração deixado no palco, o astral do público só crescia e os sucessos aumentavam. E foi assim que terminou, com direito a bis e uma saudade que foi se esvaindo com o passar das músicas que O Teatro Mágico tocava no Tom Brasil.
Setlist
Intro
“O Sol e a Peneira”
“Da Luta”
“Cidadão de Papelão”
“Abaçaiado”
“Zaluzejo”
“Da Entrega”
“Quantas Mais”
“Cinza”
“Transição”
“Perdoando o Adeus”
“Do Que é Feito o Poema”
“Vereda”
“Deixa Ser”
“Nosso Castelo”
“Pena”
“Amanhã Será”
“Eu Não Sei Na Verdade Quem Eu Sou”
“Ana e o Mar”
“Camarada D’Água”
“O Anjo Mais Velho”
Muito obrigado pela sua visita e por ler essa matéria! Compartilhe com seus amigos e pessoas que conheça que também curtam O Teatro Mágico, e acompanhe a Nação da Música através do Google Notícias, Instagram, Twitter, YouTube, e Spotify. Você também pode receber nossas atualizações diárias através do email - cadastre-se. Caso encontre algum erro de digitação ou informação, por favor nos avise clicando aqui.