Resenha: “Jesus Is King” – Kanye West (2019)

Kanye WestNa última semana de outubro, Kanye West cumpriu sua longa promessa e lançou “Jesus Is King”, seu tão aguardado álbum gospel. Após muita espera e especulação sobre como todo o material soaria, o público pôde ouvir a versão restaurada de um dos maiores rappers de todos os tempos.

A canção escolhida para abrir os trabalhos é “Every Hour“, que conta apenas com o coral do Sunday Service. Em nenhum momento ouvimos a voz de Kanye, que é uma mudança no formato do que ele havia apresentado em álbuns anteriores, mas a premissa do álbum consegue ser transmitida perfeitamente, o que faz da faixa uma ótima abertura para o que vem a seguir.

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E aí vem Kanye, que inicia seu rap em “Selah” testemunhando a mudança de Deus em sua vida e como foi verdadeiramente salvo. Em seguida o coral que estava discreto ao fundo, cresce e torna a canção mais forte e rápida. Sua duração, porém, não vai mais além que as demais, com pouco mais de 2 minutos, nem chegando ao 3.

Permanecendo bem pessoal, “Follow God” se parece bastante com o que seria a sequência de “Father Stretch My Hands Pt. 1”, presente em seu disco anterior, “The Life Of Pablo”. A relação com seu pai e agora com sua religião são os assuntos centrais da canção, que conta com o sample de “Can You Lose By Following God” como base.

Sendo bem enfático sobre a proteção de sua família, “Closed On Sunday” soa bem íntima e com uma tranquilidade bem valorizada por Ye em algumas canções bem específicas. Uma pequena crítica às selfies e ao Instagram, o cantor deixa claro que sua intenção é sempre permanecer unido aos que ama e longe de todo o mal.

O som sintético característico do rapper surge em “On God“, mas certamente não com a mesma temática de antes. Após ter feito declarações polêmicas sobre a escravidão no passado, aqui West não deixa de destacar sua insatisfação com a constituição americana, diretamente ligada ao assunto já abordado.

As primeiras participações começam a se mostrar em “Everything We Need“, anteriormente vazada com vocais do polêmico XXXTentacion. Algumas alterações foram feitas na letra, assim como nos convidados, que agora são Ty Dolla $ign e Ant Clemons, ambos já tendo colaborado anteriormente com Kanye.

Ant Clemons, inclusive, aparece novamente em “Water“, que conta com a produção de Timbaland. Ela é uma metáfora para a purificação, a cura, o perdão e o batismo. É certamente uma das canções mais espirituais presentes no disco.

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Em poucas ocasiões ouvimos Kanye cantar como acontece em “God Is” – e sem auto-tune. É interessante ouvir um outro lado do rapper, seja pela temática abordada ou pela maneira pela qual ele a aborda. Toda a faixa é rica e um pouquinho mais longa que as anteriores.

West recrutou o cantor gospel Fred Hammond para “Hands On“, que se destaca como uma das melhores composições do álbum. É um recado direto para os que duvidam de sua conversão, sobre ser julgado e sobre qual é sua verdadeira missão ao seguir este caminho.

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Com a presença de Pusha T e No Malice, “Use This Gospel” é uma das mais bem produzidas até aqui. A surpresa ficou por conta do belíssimo solo de saxofone provido por Kenny G, que se adequou muito bem à faixa e foi certamente um dos assuntos mais comentados no lançamento da produção.

Com apenas 50 segundos, “Jesus Is Lord” é a despedida de tudo o que ouvimos aqui e do novo mundo que adentramos.

A proposta de Kanye é clara e muito bem cumprida. Ao contrário do havíamos testemunhado antes, West aparece mais maduro, humilde e pronto para comunicar ao mundo tudo o que acredita. A produção do disco é impecável e suas letras apenas ficam melhores com o passar do tempo. Sair da zona de conforto certamente foi um movimento arriscado mas que valeu à pena para o rapper.

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