Os americanos do The Used começaram a carreira no início dos anos 2000, se tornando rapidamente a trilha-sonora de milhares de adolescentes que se apoiavam nas letras rebeldes e agressivas do grupo para enfrentar o drama que é envelhecer. Foi em 2002 que os músicos alcançaram grande visibilidade com o disco de estréia auto-intitulado, indo ainda mais longe com “In Love and Death” (2004) e “Lies For The Liars” (2007), passando por algumas perdas e mudanças na formação durante esse período.
Mais de uma década depois, a banda sobrevive e comemora seu aniversário de 15 anos de estrada, acumulando sucessos, maturidade e muitas histórias – nem sempre boas. Como comemoração, Bert McCracken e todos os membros registraram uma apresentação mais que especial no Palace Theatre de Los Angeles em outubro do último ano, o que resultou no “Live and Acoustic at The Palace”, divulgado nesta sexta-feira (01). O show deixou de lado as guitarras e a gritaria para assumir um tom mais melódico e acústico, unindo diversas canções que marcaram a carreira.
A convite da Hopeless Records, a Nação da Música ouviu com exclusividade o disco um dia antes de seu lançamento e preparou uma resenha especial.
Uma melancólica versão de “Tunnel” (faixa descartada do 3º álbum da banda) é responsável para abrir o álbum, arriscando em escolher uma música pouco conhecida – e raramente tocada ao vivo – para iniciar o trabalho. Após agradecer os fãs, damos de cara com uma versão completamente diferente de “The Taste Of Ink”, um dos maiores sucessos extraído do debut, sendo acompanhados com toda a força por todos os presentes.
Antes de introduzir a primeira faixa de “In Love and Death”, Bert convida todos a se sentirem como crianças de novo, prometendo em seguida nunca abandonar a música. A misteriosa “Yesterday’s Feeling” chega com uma roupagem mais melódica e emotiva, acrescentando um suave violino a apresentação. Extraído do mesmo álbum, “Lunancy Fringe” muda um pouco o clima, criando uma atmosfera mais divertida e pra cima.
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Alguns anos para frente, temos todo o mistério e obscuridade de “The Bird and the Worm” direto do terceiro disco do grupo, porém em uma versão mais lenta e menos agressiva – sem nenhum dos gritos dado pelo vocalista na versão de estúdio. “Paralyzed” dá sequência ao set extraído de “Lies for the Liars”, trazendo uma canção dançante e contagiante, usando instrumentos clássicos para isso.
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“All That I’ve Got” foi dedicada ao cachorro de Bert, David Bowie, que morreu em 2004 durante a produção do álbum lançado naquele ano – lembrando o motivo de serem constantemente ligados ao movimento emo. Em 15 anos muita coisa pode mudar, e novas pessoas podem entrar em nossas vidas. Foi pensando nisso que Bert mencionou sua filha antes de iniciar a apaixonante “Overdose”, extraída do último álbum da banda, “Imaginary Enemy” (2014).
A banda volta a visitar seu catálogo antigo com “Blue And Yellow”, com todos os presentes cantando junto, mostrando que mesmo tanto tempo depois, essas músicas nunca deixam de significar algo para os fãs – o que visivelmente emocionou os músicos ao serem ovacionados em seguida. “Hard To Say” foi tocada ao vivo pouquíssimas vezes, o que tornou a performance ainda mais especial.
Já quase no fim da noite, somos convidados a imaginar um mundo totalmente diferente do real. Dito isso, somos presenteados com um belo e emocionante cover de “Imagine” do John Lennon, recebendo o toque pessoal do The Used. Para encerrar, a banda apresenta uma de suas primeiras músicas, “On My Own”, fechando grandiosamente a noite, relembrando grandes momentos de toda sua carreira – algo que com certeza marcou não só os fãs, mas também ficará pra sempre na memória dos músicos.
Tracklist:
01. Tunnel
02. The Taste Of Ink
03. Yesterday’s Feelings
04. Lunacy Fringe
05. The Bird and the Worm
06. Paralyzed
07. All That I’ve Got
08. Overdose
09. Blue and Yellow
10. Hard To Say
11. Imagine
12. On My Own
Nota: 8
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