Resenha: “Lover” – Taylor Swift (2019)

Taylor Swift

Taylor Swift lançou seu mais novo disco, “Lover”, nesta sexta-feira (23), e como já é característico da cantora, fomos apresentados a uma nova era. Multifacetada, Swift já provou que consegue passear por todos os gêneros e até mesmo se distanciar do estilo que a alçou à fama.

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A canção escolhida para abrir um álbum geralmente tem o papel de transmitir para o ouvinte um pouco do conceito do material, ou seja, a cara do projeto. Neste caso, Swift acertou em cheio ao iniciar com “I Forgot That You Existed“, que é descontraída, nada pretensiosa, brinca com repetições e deixa espaço também para a ironia. No meio de tanto, vale destacar também o vocal da cantora, que fica bem forte no refrão.

Cruel Summer” é uma balada romântica extremamente cativante e, provavelmente, a canção que mais se assemelha a algo que a cantora tenha apresentado em “1989”. Não existe comparação exata, e esse é seu ponto positivo, mas remete a “Out Of The Woods” de maneira mais dançante e leve. O suspense da anterior é substituído por um pop chiclete que funciona bem.

O terceiro single divulgado foi justamente a faixa-título, “Lover“, e como o próprio nome sugere, não falta romantismo. Nesta, a cantora retorna sem medo ao som característico do início de sua carreira e também às composições – muito melhores trabalhadas, sem dúvida. É sobre estar apaixonada, sobre as expectativas vindas do sentimento e soa quase como um conto de fadas, bem delicada.

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Falando em composição, uma que me chamou a atenção foi “The Man“. É evidente que atualmente, Taylor encara toda a indústria com muito mais coragem e realmente fala o que pensa, mas desta vez ela decidiu colocar exatamente isso em uma canção. A faixa é sobre sexismo, cita até mesmo Leonardo DiCaprio e tem o questionamento poderoso em seu refrão: “Eu estou tão cansada de correr o mais rápido que posso / Imaginando se eu chegaria lá mais rápido se fosse homem“.

Em “The Archer“, Taylor diz estar pronta para o combate em uma faixa que tem elementos sonoros bem semelhantes aos dos anos 80. Alguns sintetizadores discretos nos lembram famosas canções de cantoras pop bastante conhecidas na época.

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Dedos estalando e um falsete no refrão, é assim que “I Think He Knows” se apresenta. Aquela que certamente vai grudar na sua cabeça, apresenta elementos nunca ainda explorados pela cantora e que certamente lhe serviram perfeitamente.

Com um tom de mistério, “Miss Americana & the Heartbreak Prince” é grande e tem cara de single. A esta altura já podemos perceber que Taylor Swift está apaixonada, e o que mais podemos dizer? Esta é, novamente, uma canção sobre amor.

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Paper Rings” é uma belíssima declaração de amor, feita com a intenção de divertir, quebrando aquele paradigma de canções fofas e lentas. Uma técnica de composição muito usada por Taylor é a de citar eventos passados, que podem trazer memórias boas ou ruins, e nesta temos exatamente essa marcante características.

Uma das mais pessoais do álbum, “Cornelia Street” teve Swift como a única creditada na composição. Um pop leve, que desacelera um pouco mais no fim, nos dando a oportunidade de ouvir quase que um sussurro acompanhado pelo piano.

Já tendo revelado que “Death By A Thousand Cuts” é sobre términos, Taylor não aborda ninguém em específico, então o que podemos presumir é que seja uma mensagem sobre todos os relacionamentos anteriores.

É de Idris Elba a voz no início de “London Boy“, que, bem, fala sobre um garoto de Londres. Não é necessário ir muito longe para decrifrar a inspiração por trás desta, já que a estrela namora o ator britânico Joe Alwyn.

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A primeira e única colaboração do disco é revelada em “Soon You’ll Get Better“, que conta com a brilhante participação da Dixie Chicks. A canção fala por si própria, mas a escolha das convidadas diz muito sobre o quanto Taylor ainda consegue se conectar com seu passado no country e fazer com que tudo soe muito bem e adaptado à posição que se encontra atualmente em seu som.

Assim como em “Reputation”, Nova York é muito presente nas letras do disco. “False God” cita a cidade novamente, onde é acompanhada por um saxofone delicado ao fundo. Não é uma das mais envolventes do álbum e poderia facilmente ter sido deixada de lado.

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Em seguida ouvimos “You Need To Calm Down“, aquela do videoclipe que todo mundo amou, né? É impossível não citar a produção visual visto que além da presença de Katy Perry, finalmente selando a paz entre as duas, muitas personalidades com grandes vozes na comunidade LGBTQ também participaram.

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Chegamos então na parte em que o disco começa a parecer longo demais. Novamente uma balada romântica, “Afterglow” mostra toda a sua vulnerabilidade e maturidade no que diz respeito a relacionamentos amorosos.

O primeiro single divulgado do disco não reflete em nada o seu todo e até mesmo nos deixou apreensivos com o que viria no futuro. A parceria com Brendon Urie em “ME!” não é nada cativante, tudo soa meio infantil demais e definitivamente não tivemos o melhor compositor nesta.

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A amigável, sem trocadilhos, “It’s Nice to Have a Friend“, pode ter diversas interpretações e sim, novamente abordar um relacionamento romântico, mas pode ser também sobre amizade. Esta é a penúltima faixa do disco e também parece uma daquelas que poderia ter, talvez, deixado de integrar a produção.

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A faixa final de “Lover” é “Daylight“, e soa incrível como fechamento de todo o processo. Ela fala sobre deixar a escuridão de lado, mostrando estar em um aspecto muito mais positivo em sua vida.

Cada projeto lançado por Taylor Swift conta sua própria história e “Lover” não foge disso. Ele é completo – talvez até demais, o que passa a ser um pequeno defeito – e fica evidente que a cantora não queria deixar nenhum aspecto para trás afim de que tudo fosse completamente integrado. Sua maturidade no quesito som e composição aparecem, sem deixar para trás a inocência dos antigos trabalhos.

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Cada projeto lançado por Taylor Swift conta sua própria história e "Lover" não foge disso. Ele é completo - talvez até demais, o que passa a ser um pequeno defeito - e fica evidente que a cantora não queria deixar nenhum aspecto para trás afim de que tudo fosse completamente integrado.Resenha: "Lover" – Taylor Swift (2019)