Resenha: “Não Para Não” – Pabllo Vittar (2018)

Pabllo Vittar
Foto: Divulgação.

Na última quinta-feira (04), Pabllo Vittar lançou seu segundo álbum de estúdio, “Não Para Não”, em todas as plataformas de streaming e YouTube. Ela divulgou também, logo depois na sexta-feira (05), o clipe de “Disk Me”, segundo single do disco.

Assim como “Vai Passar Mal” (2017), trabalho de estreia, a aposta e essência do novo projeto está na mistura de ritmos brasileiros, principalmente do brega, tão característico da artista. Isso já pode ser ouvido logo na primeira faixa, “Buzina”, que começa com Pabllo fazendo um anúncio estilo aeromoça. A música já começa grande e agitada, com repetições de final de frase, o tecnobrega leva a música inteira. O crescimento dura até o fim e a canção termina no ponto alto de uma buzina estourando.

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“Seu Crime” começa com a drag queen cantando de uma forma mais contida e puxando para o lado sexy, essa é a característica dos versos e prevalece. O pré-refrão tem uma construção pegajosa e a voz de Pabllo Vittar já fica mais solta. No refrão o estouro traz mais uma vez o brega como base principal. Vale destacar aqui a participação de Diplo na composição. Logo em seguida, “Problema Seu”, o primeiro single de “Não Para Não”, traz o gostinho do pagode baiano.

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Para equilibrar a contagem de músicas para festa e as mais românticas, “Disk Me” surge como segunda canção de trabalho e com um jogo de palavras interessante. A tradução literal do título do inglês não tem muito sentido, já que o correto seria “call me” para “me ligue”, mas para dar certo em português, no sentido de “diz que” ou “disque”, é uma licença poética. O sentido inclusive já é provado logo no início com o barulho de chamada de telefone – e pode ser, sorrateiramente, ouvido com barulho de celular vibrando no decorrer da música e, depois, no fim. Até agora, “Disk Me” é a balada do álbum e um ótimo segundo single, com clipe cheio de conceitos interessantes e bonitos.

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Com um forró bem misturado com o eletrônico, “Não Vou Deitar” é mais uma para dançar e falar da superação de um amor, assunto constante até agora em “Não Para Não”. Mais uma vez, a produção é comandada por Rodrigo Gorky com grande participação de Maffalda e Nikolic. As composições são também assinadas por Gorky e tem uma consistência da aparição de Zebu em diversas, inclusive aqui.

A primeira colaboração do álbum vem com a fiel escudeira de Pabllo, a cantora transsexual Urias. “Ouro (feat. Urias)” fala de amizade, base da relação das duas, e tem como aspecto mais marcante o refrão, com a repetição do título da música. Outra boa surpresa é a própria Urias. Particularmente, não sabia que ela se arriscava na música e os versos – mais falados do que cantados, e isto não é demérito – me surpreenderam de forma positiva.

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Em sequência, a segunda participação: “Trago seu Amor de Volta (feat. Dilsinho)”. Aqui encontramos a segunda balada do disco, mas com um pandeiro persistente de fundo. O refrão também não deixa nada para baixo, com um trabalho de percussão e metais estilo carnaval. Para completar o trio de ilustres presenças, “Vai Embora (feat. Ludmilla)”, que explora a parte mais eletrônica do trabalho na maioria da música, com exceção do refrão que traz vários elementos da música brasileira, inclusive do ritmo de Ludmilla, o funk.

“No Hablo Español” traz, claramente, um swing mais latino, com toques de tango, mas sem fugir das características principais de Vittar. Para apimentar, o portunhol da música é um destaque muito bem introduzido. A música é sexy e caricata ao mesmo tempo, pode até não ser um single ou o maior destaque de “Não Para Não”, mas, com certeza, é uma surpresa e tanto.

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Para encerrar, “Miragem”, fala de um “amor bandido” que parece uma coisa, mas é outra. Apesar da construção sonora ser parecida com as outras 9 faixas, essa música é a que mais se assemelha com os trabalhos de “Vai Passar Mal”, de 2017.

A evolução de Pabllo Vittar fica escancarada em “Não Para Não”. Com a repetição de uma fórmula muito bem sucedida no álbum de estreia, a cantora refina a produção e deixa mais concreta a tendência das misturas de ritmos brasileiros, adotada por muitos compatriotas, inclusive. A direção artística também teve um salto, o que já foi comprovado nos clipes e apresentações. Mais um gol do pop nacional em 2018.

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Giovana Romania
Giovana Romania
Música é uma das minhas coisas favoritas do mundo. Formada em Jornalismo, amante da cultura pop e little monster sofrida.
A evolução de Pabllo Vittar fica escancarada em “Não Para Não”. Com a repetição de uma fórmula muito bem sucedida no álbum de estreia, a cantora refina a produção e deixa mais concreta a tendência das misturas de ritmos brasileiros, adotada por muitos compatriotas, inclusive. A direção artística também teve um salto, o que já foi comprovado nos clipes e apresentações. Mais um gol do pop nacional em 2018.Resenha: "Não Para Não" - Pabllo Vittar (2018)