Resenha: “Night Thoughts” (2016) – Suede

Suede (1)Os britânicos do Suede resolveram levar seu rock alternativo a outro nível e se arriscar pelo desconhecido com seu novo álbum. Depois de mais de 20 anos de carreira, e um hiato que durou quase uma década, experiência é algo que os membros tem de sobra. Mais confiantes, mais maduros, mais sérios, podemos notar uma grande diferença desde o retorno em “Bloodsports” (2013) e o ambicioso “Night Thoughts”, divulgado no dia 22 de janeiro. Acompanhado de um longa-metragem, arrependimento, melancolia e desilusão abraçam todo o álbum, que resulta no melhor trabalho da banda, e um dos discos mais surpreendentes que já ouvi, que nos leva a refletir um pouco sobre nossa própria vida.

Como em toda obra-prima, já nos deparamos com uma grandiosa abertura. “When You Are Young” se inicia com uma orquestra magistral que logo se encontra com a guitarra e a bateria, recebendo um toque de obscuridade com as letras do vocalista Brett Anderson. Interligadas como uma unica canção, podemos ouvir os acordes de “Outsiders”, o primeiro single do disco. Composta por metáforas e melancolia, o refrão sobe a um nível diferente do restante da canção, que é mantido em seus segundos finais após um sombrio solo.

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Uma preocupação com coisas fora de nosso controle (como o amor, depressão e principalmente o futuro) é o maior enfoque deste álbum, como em “No Tomorrow”. O instrumental mais energético esconde uma busca para vencer a tristeza que já tomou conta, narrando essa batalha de superação. A simples melodia de “Pale Snow” cria um forte contraste com a anterior, uma música lenta, triste e fria, que deixa escapar alguns pensamentos confusos do vocalista.

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“I Don’t Know How To Reach You” é o lamento de mais de 6 minutos, feito por alguém que sofre após o fim de um relacionamento, afundando em seus arrependimentos enquanto tenta concertar seus erros, transmitindo essa dor através do instrumental. Podemos notar influências do pop britânico – principalmente de David Bowie – em “What I’m Trying To Tell You”, enquanto ouvimos alguém incapaz de impedir seu amor de ir embora – com um solinho impressionante no final.

Excesso de medo, tristeza e ansiedade preenchem “Tightrope”, que nos fazem sentir o mesmo que o vocalista através do instrumental melancólico. “Learning To Be” começa com algumas vozes, substituídas por um piano tranquilo que é interrompido de repente, com um suave “la la la” feminino. O single “Like Kids” traz um pouco de luz com a inocência e esperança da infância, com um instrumental mais otimista e até alegre, sendo um dos destaques.

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De volta a tristeza, “I Can’t Give Her What She Wants” deixa as coisas ainda mais sombrias e sinistras, com uma dolorosa despedida. “When You Were Young” retoma o tema da abertura do disco, anunciando seu fim, que chega com “The Fur & The Feathers”, acompanhada pelo piano, que cresce no refrão, fechando essa grandiosa obra: a mais ousada e impressionante do Suede, que não decepcionou em nada e firmou sua importância nessa nova geração da música.

Tracklist:

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01. When You Are Young
02. Outsiders
03. No Tomorrow
04. Pale Snow
05. I Don’t Know How To Reach You
06. What I’m Trying To Tell You
07. Tightrope
08. Learning To Be
09. Like Kids
10. I Can’t Give Her What She Wants
11. When You Were Young
12. The Fur & The Feathers

Nota: 8

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