Lily Allen lançou na última sexta-feira (8), em todas as plataformas digitais, seu quarto álbum de estúdio, “No Shame”. Ele segue, depois de 4 anos de espera, o “Sheezus” (2014), que teve o polêmico hit “Hard Out Here”.
As mudanças começam logo de cara, pela capa. Antes elas eram sempre mais extravagantes e vibrantes, em “No Shame” as cores estão mais escuras e um pouco esfumaçadas e as roupas de Allen se resumem a um moletom e jeans. O cabelo rosa pastel guarda um pouco das origens da cantora e o sorriso contrasta com os tons.
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“Come On Then” traz a voz inconfundível de Lily Allen sem as papas na língua de sempre, mas com um tom mais triste. “Eu sou uma mãe e esposa horrível, você viu nas redes, você leu online”, canta a britânica. Ela já entra de cara em temáticas que serão tratadas por todo o disco, relacionando mídia, seu divórcio e maternidade. Em “No Shame”, que traduzido para o português seria “Sem Vergonha”, Lily Allen fala sobre si mesma, sobre a sua vida, sobre os seus problemas, tudo isso sem vergonha nenhuma.
“Trigger Bang” começa com o rap de Giggs apoiado em um eletro-pop. O refrão dessa faixa fica na cabeça, mas não da forma que uma música “chiclete” feita para vender faz. Essencialmente, “Trigger Bang” é sobre a vida de festas e vícios que a cantora levava. Em uma parte Allen canta: “Eu acordaria do lado de estranhos. Todo mundo sabe o que a cocaína faz”.
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“What You Waiting For?” é uma mistura, em questão de som, das músicas mais antigas de Lily Allen com um toque de reggae, principalmente no início. Ela é cantada, claramente, sobre um término e as dúvidas que o fim traz. Allen se casou em 2011 com Sam Cooper, com quem teve duas filhas. Ela anunciou sua separação em 2016. Na terceira faixa de “No Shame”, Lily diz que se sentiu livre no começo da separação, mas depois a solidão ficou pesada, o que trouxe questionamentos.
“Your Choice” também é uma mistura de características do reggae com eletro-pop, principalmente na voz do rapper Burna Boy. O tema trazido aqui é o ciúmes. Ela é seguida por “Lost My Mind”, lançada recentemente como single. Ela tem uma tristeza na melodia da voz que não fica tão clara, pois é sobreposta pelos sintetizadores e xilofone, mas é sentida. “Higher” vem no mesmo clima, só que comandada por slides e dedilhados de guitarra. Essa canção é doce, mas também é um embate, com Lily dizendo “em breve verão se eu combato fogo com fogo”.
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“Family Man” é pesada. Piano, violino e um baixo forte comandam a música até ela virar uma balada um pouco mais leve com a entrada da bateria. Essa faixa é exatamente a metade do álbum e é sobre a separação da cantora. Lily afirma diversas vezes durante ela “querido, não me deixe” e “eu sei que nós vamos superar”. No final, a frase muda para “espero que nós superemos, mas, querido, eu preciso de um tempo longe de você”.
“Apples” é simples e arrepia. A voz de Lily Allen é um sussurro que parece tão frágil. A canção segue a faixa anterior cronologicamente, em “Family Man” ela fala sobre ir embora e aqui ela o faz, justificando “nós dois estávamos depressivos”. O nome “Apples” vem da expressão “I guess the apple doesn’t fall far from the tree” (“eu acho que a maçã não cai longe da árvore”), que se refere ao divórcio dos próprios pais da cantora e em como a vida dela estava seguindo os mesmos passos. Essa é possivelmente a melhor, mais simples e verdadeira canção do álbum.
Ou talvez não. “Three” é cantada pela visão da filha mais velha de Lily, como se ela mesma tivesse escrito as letras. A faixa segue a simplicidade de um piano e voz e o fator emocional desse ponto de vista pesa. “Por favor, não vá, fique aqui comigo. Não é minha culpa, eu só tenho três anos”. “Three” prova o tamanho da compositora que Lily Allen é.
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“Everything To Feel Something” começa com um coro desconfortável, assim como o sentimento de tentar seguir em frente e não conseguir, que é sobre o que a faixa é. Álcool, drogas e sexo são os caminhos para tentar sentir algo, mas que não funcionam. Depois de uma diminuida de ritmo, “Waste”, parceria com Lady Chann, traz de volta o eletro-pop do começo do álbum com um toque de reggae na percussão. É, aparentemente, a superação. “Eu mal posso esperar para ver você ir embora”, canta Lily.
“My One” tem um toque de “Alrith, Still” (2006), primeiro trabalho de Lily. É sobre sexo com diversas pessoas em diferentes lugares, não de um jeito ruim, bem Allen. “Pushing Up Daisies” também traz um pouco dos sons antigos da cantora de volta e fala sobre se apaixonar, casar, ter filhos e ficar velhos juntos.
“Cake” encerra “No Shame” com o mais clássico de Lily Allen. Uma música sobre empoderamento feminino, mas, ao invés do típico sarcasmo, a britânica tem quase uma conversa com outras mulheres, incentivando e aconselhando. “Eventualmente, você terá um pedaço daquela torta patriarcal”.
O quarto álbum de Lily Allen resgata o que há de melhor nela. Mostra um lado nunca visto, pessoal e verdadeiro, mas não tira a essência do que a fez quem ela é. “No Shame” mostra o melhor da compositora e as fragilidades do ser humano que ali também mora.
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