Resenha: “Nu” (2014) – Forfun

“Funk, reggae, rap ou hardcore. São muitos amigos, não me sinto só”. A frase extraída da faixa “Muitos Amigos”, quinta do álbum “Nu”, lançado pelo Forfun em 2014, resume perfeitamente o quarto disco da banda carioca. O grupo sempre apresentou uma variedade surpreendente de estilos ao longo da carreira, porém é neste lançamento que eles conseguem atingir um patamar totalmente diferenciado em suas produções.

“Nu” já começa com a surpreendente “O Baile Não Vai Morrer”, com um ritmo de ode ao funk carioca dos anos 80 e 90 e com uma letra que reflete o estilo, igualmente popularizado e marginalizado. A faixa é, sem sombra de dúvidas, uma das mais diferentes já feitas pelo Forfun e, ao mesmo tempo, uma das melhores.

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A capacidade encontrada pela banda em abarcar estilos já fica evidente logo de cara. Este aspecto se desenvolve ao longo de todo o registro, como fica claro nas faixas seguintes, “Alforria” e “Mariá”, que trazem os elementos de hardcore, reggae e rap citados anteriormente. São canções que se aproximam da linha seguida pelo Forfun em seus dois registros anteriores, “Polisenso” (2008) e “Alegria Compartilhada” (2011).

No seu novo lançamento o Forfun também mostra a sua constante evolução sonora. “Considerações” é uma daquelas canções que remetem aos tempos em que a banda surgiu para o cenário musical mainstream, com “Teoria Dinâmica Gastativa” (2005), é uma música de hardcore, simples, direta a cativante. Ela abre porta para “Muitos amigos”, que já citada anteriormente, mostra uma festa do Forfun com todas as suas variadas influencias.

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Normalmente o título de um álbum represente o que o artista quer transmitir naquelas faixas. “Nu” se encaixa perfeitamente para a proposta do Forfun, ou ao menos a proposta que fica perceptível ao ouvir o registro. Quatro caras que se despiram completamente de preceitos e canalizaram seus pensamentos e trabalho.

Canções como “Stoked”, “Previsão do Tempo” e “Arriba y Avante” mantém a linhagem sonora do registro, combinada com temas sociais que incentivam o pensamento. Mais do que uma viagem sonora, o Forfun propõem aos fãs um momento de reflexão. Uma forma de interagir com o álbum que destaca-se em relação a muitos materiais lançados apenas para ocupar espaço num mercado já saturado.

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Com o disco, o Forfun também renova sua presença como uma das principais bandas do rock nacional. Uma banda que sabe perfeitamente sobreviver a um mercado carnívoro, do qual não faz questão de participar. A sublime combinação do grupo se mostra de forma concisa em “Coisa Pouca”, nona faixa do registro.

O álbum encerra-se com uma combinação de ótimas faixas. “Bolo Cosmoman” é uma viagem sonora por diversas influencias trazidas do reggae. Já a suave “A Vida Me Chamou” resume perfeitamente todo o disco e encerra “Nu” de forma espetacular. Quase que como o destino final de uma viagem pelos mais diferentes mundos da música.

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Tracklist:

01. O Baile Não Vai Morrer
02. Alforria
03. Mariá
04. Considerações
05. Muitos Amigos
06. Stoked
07. Previsão do Tempo
08. Arriba y Avante
09. Coisa Pouca
10. Bolo Cosmoman
11. A Vida Me Chamou

Nota: 9

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Vicente Pardo
Vicente Pardo
Vicente Pardo: Editor do Nação da Música desde 2012, formou-se em Jornalismo pela Universidade Federal de Pelotas em 2014. A música sempre foi sua paixão e não consegue viver sem ela. É viciado em procurar artistas novos e não consegue se manter ouvindo a mesma coisa por muito tempo. Também é um apaixonado por séries de TV e cultura pop.