Muito aguardado pelos fãs da Neck Deep, o terceiro disco da banda galesa chega às lojas e sites de streaming nesta sexta-feira (18). Intitulado “The Peace and the Panic”, o trabalho será lançado pela gravadora Hopeless Records e se caracteriza tanto como uma evolução musical como amadurecimento da banda em si.
Sucessor de “Life’s Not Out to Get You”, de 2015, o álbum consegue mostrar de melhor maneira as mensagens que Neck Deep deseja passar para o seu público. Não que os outros discos não tragam este detalhe, mas “The Peace and the Panic” consegue realizar isso com mais personalidade, clareza e objetividade.
“Motion Sickness” abre o álbum com a energia já conhecida dos galeses. A música é um singles que foram divulgados e já possui videoclipe, inclusive. Otimista, ela funciona perfeitamente como abertura do disco por falar sobre o grupo em si e as mudanças pelas quais ele passou. Nela, destaco as guitarras bem harmonizadas com a bateria, algo que também acontece muito bem na próxima faixa, “Happy Judgment Day”.
A segunda da tracklist traz uma Neck Deep mais política e, até diria, pessimista, contrastando com as letras da faixa anterior. “Happy Judgment Day” cita desde os polêmicos muros que o presidente dos EUA deseja construir até a adoração por celebridades. Em seguida, com “The Great Delusion”, temos um vocalista, Ben Barlow, explorando dilemas e problemas pessoais com versos como “claustrofóbico na minha própria pele, por guardar tudo pra mim”.
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Com temática parecida com a música anterior, chega “Parachute”. Ben canta “Eu quero sair e fugir. Eu quero apenas tentar e viver por mim” e o ritmo de urgência nos refrões combinam com a faixa. “In Bloom”, outro single já divulgado para o público, traduz muito bem o pop punk da Neck Deep, com versos que conseguem grudar na cabeça, guitarras marcadas e muita energia no trabalho como um todo. Se essa música já não fosse single de trabalho, eu apostaria nela desde o começo.
“Don’t Wait” conta com a participação de Sam Carter, da banda Architects, que traz em sua potência vocal todo o poder do punk em pop punk. Esta é a faixa mais pesada e mais política de todo o disco e critica principalmente a manipulação do povo pela mídia. “Desligue sua estação de TV. Isso não é informação real. Tentando definir a mente humana. São como marionetes”, diz.
Se “Don’t Wait” destaca o punk, então “Critical Mistake” destaca o pop. Com ritmo gostosinho de ouvir e mais descontraído que o restante do disco até agora, a faixa é uma das minhas favoritas do trabalho e eu diria que também possui potencial para virar single.
Da vibe positiva, passamos para uma música completamente diferente em tudo, desde a voz acompanhada do violão ao tema das letras. Ao ouvir “Wish You Were Here” pela primeira vez, pensei ser sobre um romance que não havia terminado bem, mas ela passa longe disso. Barlow canta sobre a perda de alguém amado e de como é difícil superar o sentimento de não ter esta pessoa por perto. A faixa seguinte, “Heavy Lies” retoma o ritmo agitado do disco e conta sobre uma relação conturbada e que Ben deseja mais honestidade da outra pessoa, sem que ela tente ser quem não é.
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Outra das minhas favoritas é “19 Seventy Sumthin’”. Ben coloca todo o seu coração e sua vida pessoal nesta faixa, onde conta sobre a história de amor de seus progenitores, o quanto ele é grato por eles e também sobre a perda recente de seu pai, que faleceu por causa de um infarto. A música é cativante, muito diferente de todo o restante de “The Peace and the Panic”, mas que de alguma maneira se encaixa bem na tracklist.
“Where Do We Go When We Go” fecha o disco com uma mensagem otimista, assim como sua abertura. De volta ao ritmo acelerado e à bateria forte, Neck Deep dá esperança aos seus fãs com versos como “Existe um mundo cheio de possibilidades. E um milhão de pessoas que são assim como você. Que já passaram pelo que você passou”.
Em seu terceiro disco da carreira, Neck Deep prova que amadureceu ao nos apresentar letras sinceras, ricas em significado, e sem perder a personalidade com a qual conquistou sua base de fãs.
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