O Foals está voltando ao Brasil para dois shows no neste mês, se apresentando em São Paulo no dia 7, e Rio de Janeiro um dia depois. A banda não esconde seu amor pelo país e demonstrou curtir muito em suas últimas visitas, sem contar a faixa “Brazil Is Here” presente no álbum de estreia, mas essa é outra história. Desta vez, os britânicos chegam aqui para divulgar seu álbum mais recente, “What Went Down”, que caiu na graça dos fãs em agosto desse ano. A maior diferença dessa nova visita é o fato de ser um show solo, não em festival ou como ato de abertura de algum outro artista (nesse caso, a abertura foi para o Red Hot Chilli Peppers em 2011), o que dá maior liberdade e controle artístico, este atingido com anos de experiência.
Em cada passagem da banda pelo Brasil, eles estavam com um novo álbum no repertório, sendo o primeiro show no extinto Festival Planeta Terra em 2008. Na época, o setlist era definido pelo álbum “Antidotes”, mas o som amadureceu muito desde então. O grupo foi trabalhando com mais seriedade em seus álbuns, passando de trilha sonora para dramas adolescentes a rock de arena, som explorado em “Holy Fire”, que os trouxe para o Lollapalooza 2013. “What Went Down” trabalha com a sonoridade encontrada em seu antecessor de forma mais profunda e confiante, mas sem muitas surpresas, acrescentando um tom de revolta e tristeza as letras.
“Eu enterrei meu coração em um buraco no chão” são as primeiras palavras entoadas na faixa-título “What Went Down”, que abre o disco de forma inquestionavelmente agressiva, essa presente tanto nas letras e vocais explosivos de Yannis Philippakis, como no instrumental apressado, que recebe um fim brusco e inesperado. O ritmo é desacelerado em “Mountain At My Gates”, causando um drástico contraste entre as faixas. O single possui uma marcante guitarra que é somada a toques suaves do teclado, com instrumental mais melódico que alcança seu ápice nos últimos segundos de duração.
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A mesma guitarra inicia “Birch Tree”, que cria um ritmo dançante e futurístico através de sintetizadores, onde os elementos eletrônicos acabam ofuscando os instrumentos tradicionais. “Give It All” é mais lenta e melancólica, começando com um jogo de repetições baseado em seu título, com um ritmo que vai crescendo conforme as letras vão se desenvolvendo a partir do pré-refrão.
O Foals sempre foi conhecido pelo seu rendimento ao vivo, e “Albatroz” é uma música que te faz imaginar como seria ouvi-la pessoalmente, apresentando um som que flerta com o pop alternativo enquanto abusa de baterias marcantes, com um teclado que vai sumindo gradativamente. De forma totalmente oposta, “Snake Oil” se assemelha bastante com The Black Keys, utilizando a clássica formula do indie rock com guitarras distorcidas. “Night Swimmers” acompanha um tom mais divertido e animado com um instrumental envolvente.
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Absorvida por um mar de tristeza, “London Thunder” funciona como uma melancólica balada, explorando sensações de obscuridade em uma canção simples em sua composição. “Lonely Hunter” pode parecer mais otimista em sua sonoridade, mas a obscuridade se mantém presente na letra, que usa a água como metáfora às dificuldades da vida.
A responsável por fechar o disco é “A Knife In The Ocean”, com quase 7 minutos de duração. O começo sereno se transforma em um refrão sufocante e doloroso com sons que remetem ao oceano. Esse é sem duvidas um dos pontos fortes do álbum, mostrando a capacidade do grupo de fazer canções grandiosas em um estilo bem diferente daquele rock animadinho do inicio da carreira.
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Tracklist:
01. What Went Down
02. Mountain At My Gates
03. Birch Tree
04. Give It All
05. Albatross
06. Snake Oil
07. Night Swimmers
08. London Thunder
09. Lonely Hunter
10. A Knife In The Ocean
Nota: 8
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