O Rock in Rio recomeçou nesta quinta-feira (21.09) com um Palco Sunset bem rock ‘n roll. Vejam os destaques:
Ana Cañas convida Hyldon
Ana Cañas começa seu show com um público pequeno, o que não se alterou muito ao longo de sua apresentação. Ainda assim, a artista fez um show forte, carregado de mensagens de empoderamento feminino através de suas músicas e falas contra a homofobia, principalmente por contra uma liminar atual que permite serviços de reorientação sexual à homossexuais. Com a bandeira LGBT, Ana discursa que “o amor é a cura, o amor é livre”, enquanto canta “Eu Amo Você”, de Tim Maia, somada a mensagem “Amar Sem Temer” exposta no telão. A artista, para quem “a democracia nunca esteve tão ameaçada”, ainda canta “O Bêbado e A Equilibrista” com imagens da ditadura de 64 e também que exaltavam movimentos da população a favor de seus direitos. Ana recebe o artista Hyldon chamando-o de mestre, com quem canta faixas como “Na Sombra de Uma Árvore” e “Respeita”. “Na rua, na chuva, na fazenda”, grande sucesso do cantor, também não ficou de fora e Edgard Scandurra, guitarrista do Ira! marcou presença nesta apresentação poderosa.
Tyler Bryant & The Shakedown
Talvez a grande surpresa da noite tenha sido Tyler Bryant & The Shakedown. Influenciados pelo blues, o grupo rapidamente conquistou quem já estava pela plateia e ainda conseguiu trazer mais curiosos para descobrirem um som potente, vindo direto de Nashville, Tennessee. Eles chamaram atenção ainda por grande energia, solos de guitarra de arrepiar e um baterista, Caleb Crosby, que levou uma parte de seu instrumento para bem perto da plateia, mostrando toda sua técnica. O público receptivo e engajado, que mesmo não sabendo as canções, não deixava de interagir e muito aplaudiu entre as transições de músicas tais quais “Lipstick Wonder Woman” e “House on Fire”, do álbum “Wild Child”. Completamente abraçados, Tyler Bryant & The Shakedown fecham uma apresentação rock ‘n roll mais que competente.
The Kills
Fugindo um pouco da proposta das demais bandas do dia, o duo norte-americano talvez tenha deixado um pouco a desejar quanto a setlist, esquecendo grandes hits como “Future Starts Slow” e “Cheap and Cheerful”, que talvez fossem mais adequadas para o festival. Contudo, no final das contas, os fãs relevaram, sem muita escolha frente à energia hipnotizante de Alison Mosshart e Jamie Hince, que pareciam sentir cada nota que tocavam e palavra que cantavam. Trazendo faixas de seu último álbum lançado, “Ash & Ice”, “Doing it to Death” foi um grande sucesso entre os presentes, que ainda puderam ouvir as ótimas “Tape Song” e “U.R.A. Fever”, do álbum “Midnight Boom”. Quem não conhecia ficou mais na observação, contudo as transições de músicas foram marcadas por aplausos e gritos. Os carismáticos Alison e Jamie demonstraram-se bem felizes com a recepção e sorriam o tempo todo. A apresentação foi encerrada com uma energia mais tranquila através de “Pots & Pants” seguida por “Monkey 23”.
Alice Cooper convida Arthur Brown
Mas não teve competição. O grande nome da noite foi Alice Cooper e o artista mostrou o porquê. Na frente de um Sunset lotado, Alice trouxe clássicos como “Poison”, cantado intensamente pela plateia, composta por faixa etária diversificada. Outro grande momento foi a apresentação de “Frankenstein”, durante a qual um Frankenstein gigante aparece pelo palco, enquanto o cantor usa uma veste branca manchada de sangue falso. Bastante performático, o artista ainda foi fritado numa cabine e perdeu a cabeça numa guilhotina. A banda que o acompanha é um espetáculo a parte e os momentos solos são de tirar o fôlego, com destaque para a guiatrrista Nita Strauss. Arthur Brown entra já no final do show e até usa um capacete pegando fogo. Como se não bastasse tudo isso, Joe Perry do Aerosmith foi recebido ao palco no finalzinho do show levando os presentes à loucura.
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