Em comemoração dos 15 anos do icônico disco “Admirável Chip Novo”, álbum de estreia de Priscilla Novaes Leone, mais conhecida como Pitty, o disco acaba de ganhar uma versão inédita em fita cassete, além de ser celebrado e tocado nas rádios brasucas até hoje.
“Admirável Chip Novo”, nome que é uma analogia ao livro “Admirável Mundo Novo” de Aldous Huxley que inspirou a cantora, traz 11 músicas emblemáticas de um rock pesado mesclado com um leve toque de pop music, algumas influências de “nu-metal” e letras que levaram uma geração a pensar e refletir.
Lançado em 2003, foram vendidas mais de 800 mil cópias e se tornou um dos maiores sucessos do rock nacional, considerado o álbum mais vendido do Brasil naquele ano. Produzido por Rafael Ramos, o trabalho apresenta os clássicos “Teto de Vidro”, “Equalize”, “Máscara” e “Admirável Chip Novo”.
Através de um twitter, Pitty demonstrou a emoção e os frutos do projeto inicial que a consagrou como uma das maiores rockeiras do país: “É uma coisa incrível conseguir essa conexão com as pessoas através da música. é raro, valioso e me sinto muito grata ao universo por toda essa história. tanta gente cruzou meu caminho, tanta vida que não cabe num tweet. OBRIGADA #AdmirávelChipNovo15Anos”
“Teto de Vidro” abre o disco com tapete vermelho fazendo uma critica à sociedade capitalista e um paralelo ao texto bíblico sobre atirar pedras na vida alheia. Com um fácil refrão, daqueles que você sai cantarolando a qualquer momento. Mas quem pensa que é uma música pop se engana, é hard rock puro. Pesado e sem frescuras e com trechos falados, que lembram um rap. A faixa compôs a trilha sonora da série adolescente “Malhação”.
A segunda faixa, título do disco, “Admirável Chip Novo” é uma crítica contra “o sistema” e à indução de consumo alienante. Em uma sincronicidade instrumental e de palavras, cria-se uma fábula de ficção-científica onde a própria sociedade acaba se tornando um robô mitificado por um sistema maior (que por acaso encontra-se em pane total).
Inscreva-se no canal da Nação da Música no YouTube, e siga no Instagram e Twitter.
“Máscara”, primeiro single do álbum e música responsável pela explosão de Pitty no mainstream, dá continuidade ao espírito poético-revolucionário. Uma música sincera que fala sobre a máscara que envolve a personalidade de cada um, retratando comportamentos falsos e superficiais. Uma crítica à autenticidade das pessoas, muitas vezes ocultas atrás de uma farsa para serem aceitas por uma sociedade hipócrita e castrante.
O single “Máscara”, cujo clipe passou na MTV de cinco em cinco minutos, concorreu a duas categorias do VMB (a famigerada premiação anual da MTV) e protagonizou na novela global “Senhora do Destino”.
Inscreva-se no canal da Nação da Música no YouTube, e siga no Instagram e Twitter.
A faixa seguinte, “Equalize”, é uma belíssima balada, demonstra um lado mais romântico de Pitty, sem deixar de lado a originalidade, com uma letra que compara o amante à uma obra de arte perfeita. O clipe, curiosamente, desconfigura a ilusão inicial de um amor “eros”, apaixonado para ir em direção ao amor “ágape”, de uma mãe para o filho.
Inscreva-se no canal da Nação da Música no YouTube, e siga no Instagram e Twitter.
“O Lobo” é mais uma experiência pesada e irônica, frase célebre do filósofo inglês Thomas Hobbes que significa que o homem é o maior inimigo do próprio homem traçando uma comparação do ser humano com o animal, ao mesmo tempo, onde a caça é o próprio caçador. Um retrato fiel da capacidade do homem em se autodestruir e dizimar sua própria espécie, sem respeito ao próximo ou sequer pensar no futuro.
E imagine, o heavy metal “O Lobo” elencou a novela da Rede Record “Metamorphoses” retornando à pré-história para criticar a guerra e o ódio entre a humanidade.
“Emboscada” é uma espetacular performance que viaja por diversos estilos sonoros. Uma música que fixa na memória, novamente calcada sobre a poesia. A precisão rítmica que Pitty manipula as palavras apimenta o clima rápido dessa faixa.
Chegamos a uma das canções mais pesadas do disco, “Do Mesmo Lado”. Mesclando o hard com o metal, num ritmo totalmente quebrado. Guitarras, bateria, baixo, e vocais rasgados. Uma indescritível fúria cujas palavras não podem definir. Ainda mais numa letra repleta de questões que nos fazem refletir sobre nós mesmos.
Melodia pura, num arranjo suave e preciso. Não é necessário falar que a letra complementa “Temporal”, a mais doces canção do disco. Violões, violinos, violoncelos passam, na medida certa, o clima da música, numa combinação minuciosa de letra-melodia-ritmo-harmonia e conta com a participação de Paulinho Moska nos violões, na qual também fez parte da novela global “Da Cor Do Pecado”.
“Só de Passagem” trata sobre a vida e a morte, antimaterialismo, embalado em riffs pesadíssimos, refrão melódico, e muito ritmo. Assim é “Só de Passagem”. A letra é bastante interessante, mostrando que as posses não são seus donos e vice-versa. Com final que faz contra-ponto com o decorrer da canção, podendo notar o grande ecletismo e pluralidade estilística de Pitty.
“I Wanna Be” é um punk-rock rebelde e empoderado, que mistura inglês com português, numa letra 100% metafórica e psicodélica (com direito a uma cítara), ou seja, uma canção poética e musical.
Fechando o disco com chave de ouro, “Semana que Vem” divide o peso dos arranjos com melodia. Sob fortes influências do Nu Metal e do grunge e uma poesia depressiva, a música, melancólica suscita o tempo que perpassa pelos dedos e traz a reflexão sobre o dia de amanhã, o futuro, e o tempo perdido.
Muito obrigado pela sua visita e por ler essa matéria! Compartilhe com seus amigos e pessoas que conheça que também curtam Pitty, e acompanhe a Nação da Música através do Google Notícias, Instagram, Twitter, YouTube, e Spotify. Você também pode receber nossas atualizações diárias através do email - cadastre-se. Caso encontre algum erro de digitação ou informação, por favor nos avise clicando aqui.
Caso este player não carregue, por favor, tente acessa-lo diretamente no player do Spotify. Siga a NM no Instagram e Twitter