Resenha: “Camila” – Camila Cabello (2018)

Camila Cabello
Foto: Reprodução/Facebook

O primeiro álbum de Camila Cabello foi lançado na última sexta-feira (12) e, em pouco tempo, conquistou o público. Não à toa, a cantora foi a primeira artista solo a conquistar a liderança em 100 países pelo iTunes.

Com 11 faixas, “Camila” mistura bem o pop ritmado para ser tocado em rádios e baladas, o toque latino que cresceu muito no mercado musical e as faixas românticas mais lentas. Uma surpresa é a falta de parcerias, algo que costuma ser comum em álbuns de estreia, principalmente. A única que conta com colaboração é “Havana”.

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O álbum começa com “Never Be The Same”, single que já havia sido lançado no início de dezembro. A faixa é um pop com batida eletrônica leve que ganha mais força no refrão. O diferencial da música é o pré-refrão, trecho em que a cantora utiliza muito o agudo. Quem ouve pela primeira vez pode achar essa parte um pouco estranha, mas por ser curta não chega a ser um problema. No final do disco, há também uma versão editada para rádio em que a letra é alterada para não falar sobre drogas.

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“All These Years” já muda bastante o ritmo; as batidas eletrônicas saem e dão lugar para um violão de fundo. A música é bem básica e mantém o mesmo tom o tempo todo. A única mudança que se percebe é logo no final, quando há uma parada que parece que acabou, mas depois de alguns segundos ela volta com um pouco mais do refrão. A letra é sobre alguém que ela revê depois de alguns anos e os sentimentos antigos voltam a aparecer.

Na sequência, aparecem três músicas que mostram o lado latino da cubana Camila Cabello. A primeira delas é “She Loves Control”. Apesar de não abusar tanto desse recurso, as batidas e um pouco do violão ao fundo dão uma cara diferente na mistura do pop. Aqui a cantora mostra na letra uma mulher mais madura que, como diz o título, ama o controle e quer as coisas do seu jeito.

Já “Havana”, feita em parceria Young Thug, dispensa maiores apresentações. O single foi lançado em agosto de 2017 e foi explorado no restante do ano, com direito a clipe oficial num estilo novela e um alternativo lançado na vertical. A música combina um o ritmo latino com hip hop e um refrão que fica na cabeça. Sem dúvidas, é uma das melhores do álbum e foi um dos hits do ano passado. O single chegou à liderança das paradas, batendo recordes, conquistou público de balada, rádios e ainda ganhou um remix com Daddy Yankee.

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“Inside Out” começa com um piano mais dançante e, gradualmente, entra uma batida para complementar. Pela primeira vez no álbum, Camila Cabello deixa um pouco do seu sotaque em espanhol, algo que poderia ter sido até mais utilizado. Apesar de ser repetitiva, alternando apenas um conjunto de versos e um refrão, é uma boa faixa para fechar a parte latina do disco.

Chegando à metade do álbum, entram as faixas mais lentas. “Consequences” não utiliza qualquer batida eletrônica e traz apenas um piano forte ao fundo e a voz da artista, que consegue mostrar melhor sua potência. Mesmo sendo mais uma letra sobre relacionamentos, aqui o tema já aborda as consequências de um amor que foi bom, mas que deixou marcas.

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“Real Friends” também foi lançada no início de dezembro e apresenta a cantora com batidas leves e dedilhados de violão, algo que outros músicos já fizeram e mostraram que dá resultado. Pela primeira vez, a letra foge do amor e fala sobre estar sozinha na cidade e em busca de amigos de verdade.

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A falta de reciprocidade numa relação é o tema de “Something’s Gotta Give”. A canção também tem um piano de fundo acrescido de leves batidas eletrônicas, uma combinação que dá um ar mais profundo e denso à faixa. Ela questiona como chegaram tão longe, sendo que apenas ela cede e que, como nada mudará, não há motivo para permanecerem juntos.

Em “In The Dark”, o ritmo já fica um pouco mais agitado e o vocal é muito bem trabalhado. Enquanto no pré-refrão a música preza pela potência, na ponte, logo antes do último refrão, há uma mudança na voz de Camila Cabello como em “Never Be The Same”, mas sem tanta intensidade, o que dá um contraste interessante, sem ser tão forçado. A letra é de alguém que quer conhecer mais a outra pessoa, seus medos, emoções e aí vem a pergunta “quem é você no escuro? ”.

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“Into It” é a mais diferente do álbum. Ela não se encaixa na parte latina, no pop mais badalado e tampouco nas românticas mais lentas. Talvez essa mudança que a deixe mais interessante. Falando em apenas ficar a outra pessoa, sair do sofá e ir para cama e, em alguns momentos, com a voz quase sussurrando, há um lado mais sedutor da cantora.

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“Camila” é um ótimo álbum, foge do lugar comum do pop americano, sem forçar muitos hits com baladas eletrônicas. A ausência de grandes parcerias faz com que Camila Cabello mostre mais a sua personalidade. Ela transita bem entre diferentes ritmos e essa mistura permite alcançar públicos diferentes, o que é outro ponto positivo.

A única ressalva é que o disco é praticamente monotemático, com exceção de “Real Friends”, que até chega a tocar de leve no assunto, todas as músicas tratam de relacionamentos e amores, sejam eles correspondidos ou não. Isso não chega a ser algo que compromete o trabalho de estreia da cantora. A artista mostra que conseguiu deixar o pop do Fifth Harmony para trás e que também não vai ficar presa à “Havana”

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Em seu primeiro álbum solo, Camila Cabello consegue juntar bem o ritmo latino, com baladas pop e músicas românticas mais lentas. Sem grandes excessos e mostrando bem sua personalidade, "Camila" é uma ótima estreia da cantora.Resenha: "Camila" - Camila Cabello (2018)