Resenha: “Crise” – Rashid (2018)

Rashid
Foto: Evandro Macedo

Na última sexta-feira (19), o Rashid lançou seu álbum “Crise” nas plataformas digitais. Com uma estratégia diferente, a maioria das faixas foi divulgada em 2017 no decorrer do ano, já chamando o público para esse novo trabalho.

A composição do álbum é muito bem feita, tocando em diferentes temas e trazendo ainda músicas românticas.

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O disco inicia com uma batida e letra forte em “Música de Guerra”. Nos versos, o rapper fala bastante de seus trabalhos e de onde saiu, como vemos no início do primeiro refrão: “Passei de zé ninguém a quem dá autógrafos, grato!/Depois passei a dar autógrafos em contratos/Tenho mais beats no celular do que contatos”. Foi uma ótima escolha para iniciar o álbum.

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Na sequência, vem “Estereótipo”, a música mais crítica do álbum. Tanto o refrão quanto os versos são retratos do racismo na sociedade. Inversão de valores, falta de igualdade com 400 anos de prejuízo, tratamento da polícia, cotas, referência a Taís Araújo, esses são só alguns temas que Rashid passa. Para quem gosta de rap consciente, não tem como não apreciar a faixa. Uma das melhores do disco.

Falando sobre o sucesso conquistado por meio do trabalho, entra a música “Sem Sorte” e a ideia dela é justamente essa de que tudo o que foi conquistado não foi por acaso, foi batalhando. Um pouco antes do refrão, há o verso mais emblemático que representa isso: “Afinal conseguimos chegar sem atalho/Tem quem chame de sorte, mas não tem jeito/Nome disso é trabalho”.

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“Primeira Diss” traz uma batida com um piano ao fundo e quem ouve pela primeira vez pode achar que ela fala de algum outro rapper. “Diss track” é uma tipo de canção feita para atacar outra pessoa e vem se tornando mais comum no Brasil. Mas Rashid inova e faz uma crítica a si mesmo com argumentos que são usados contra ele. Num aspecto geral, a música traz um retrato do que ele pensa do rap no cenário brasileiro. A maneira que encontrou para responder aos insultos foi excelente, sendo mais um grande destaque do álbum.

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Logo depois vem “Musashi” e é outra música que o rapper usa para falar com quem o critica e aproveita para atacar de volta em versos como “Num posso perder tempo/Antes que venha um noob que curte xingar no YouTube/mas não diferencia beat e sample”.

Para os fãs das românticas, é nesse momento que entram “Química” e “Bilhete 2.0”. As faixas já tinham sido lançadas em 2017 e tiveram uma boa repercussão, até pelo estilo agradar um público maior. Apesar das duas apresentarem a mesma fórmula, falando de amor nos versos de rap e um refrão cantado, a segunda é um pouco mais melódica. “Bilhete 2.0” ainda conta com a parceria de Luccas Carlos.

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“Mal com o Mundo” é um grande desabafo de Rashid. Ele fala sobre estar cansado de ver as notícias com tudo que acontece. O rapper ainda traz referências atuais como Rafael Braga, o caso de Charlottesville e, sem citar o nome de Michel Temer, diz que a esperança é menor do que a “aprovação do governo de um tal presidente golpista”.

Em “Se Tudo Der Errado Amanhã”, ele traz um pouco das suas inseguranças enquanto cantor, questionando o que aconteceria se o show não lotasse e se a fama não for tudo isso, entre outras perguntas que ele levanta. Enquanto ele faz um contraste com o que conquistou, traz esse medo de as coisas não darem certo. Essa é outra faixa que possui parceria, os refrãos são cantados por Ellen Oléria.

Fechando o álbum, “Pés na Areia (Promessas)” segue a linha das conquistas que vieram por meio da música e toda a batalha que ele enfrentou. A faixa é em parceria com Godô e foi uma boa escolha para terminar o disco, passando essa ideia do trabalho, da realidade vivida antes e do sucesso que veio com tudo isso.

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“Crise” é um álbum compacto, mas com as 10 faixas Rashid consegue mostrar bem sua personalidade, tratar de temas variados e agradar diferentes gostos. Há música para quem goste das românticas, dos raps conscientes e até das críticas ao próprio gênero.

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Rashid consegue agradar a diversos gostos com seu novo trabalho. "Crise" traz uma mistura de músicas românticas, rap consciente, críticas ao próprio cenário musical e respostas a diversas críticas sofridas.Resenha: "Crise" - Rashid (2018)