Resenha: “O Futuro Não Demora” – Baiana System (2019)

Baiana SystemO Baiana System está para lançar seu terceiro álbum de estúdio, que recebeu o nome “O Futuro Não Demora”. A Nação da Música foi convidada para escutar com antecedência e, abaixo, contamos o que esperar de cada faixa.

Para o vinil, ele foi dividido em dois lados e assim que separamos também. É um disco que flui muito bem em diferentes ritmos, é ótimo para ouvir de uma vez e consegue prender bem quem a atenção em todas as canções.

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Ele começa com “Água”, que tem a parceria da Orquestra Afrosinfônica e Antônio Carlos & Jocafi. E ela já mostra toda a agitação da música logo de cara com efeitos e batuques. Ao fundo tem uma boa utilização de um coro e, no final, uma a guitarra e o baixo encerram bem a canção.

Bola de Cristal” mantém o ritmo acelerado, mas com instrumentos de corda mais fortes ao fundo, ela fica ainda mais dançante. Seus versos são mais rápidos e há jogos de palavras que são bem interessantes.

Na sequência aparece “Salve”, que conta, novamente, com Antônio Carlos & Jocafi e com B. Negão. A letra é muito boa e há citação de grandes nomes da história como Nelson Mandela e Martin Luther King. Ao fundo, um coro aparece mais para o final e preenche bem o som. E a participação do rapper combina muito com o ritmo e a música. É uma das melhores desta nova produção.

Com um piano logo no início, vem “Sulamericano” com a colaboração de Manu Chao. Ela é outra que vem com letra politicamente forte, reforçando a importância da América do Sul, falando de golpes de estado e relembrando nomes como de Che Guevara. Além disso, Manu Chao apresenta o personagem Señor Matanza, que aparece em outras canções suas.

Sonar” começa de maneira mais calma e traz a parceria de Curumin e Edgar. Ela tem um estilo bem mais puxado para o reggae, com versos lentos e muitas vezes usando um vocal mais agudo, é uma faixa bem interessante e dá uma variada no ritmo geral do álbum.

Encerrando o lado A, aparece a “Melô do Centro da Terra” com a participação de Lourimbau. É uma música bem curta, com um pouco menos de dois minutos. Com um vocal mais grave, os versos brincam com as frases “No meio do centro da Terra, no fundo do fundo do mar”, mudando palavras de lugar, mas sempre neste mesmo contexto.

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Veja a capa de “O Futuro Não Demora”:

Baiana System

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A primeira do Lado Fogo é “Navio”, que tem uma percussão forte e versos mais gritados.  Ela é bem longa, com mais de cinco minutos, e traz a regência do Mestre Jackson. Sua letra trata da vinda da Angola e, novamente, apresenta críticas como quando diz que “quem manda no Brasil tá de boa”.

Com a colaboração do Samba de Lata de Tijuaçú, a “Redoma” é uma faixa bem mais dançante do que a anterior. Com versos rápidos e batuques que se repetem ao fundo, ela é uma música que fica bastante na cabeça.

Com batida acelerada, “Saci” traz, no início, versos com ritmo repetitivo e bem cativante, já depois entra algo mais próximo de rap, com um tom mais agressivo, até por tocar em temas como racismo. Ao fundo, um grande conjunto de instrumentos deixa a canção ainda mais completa.

Sambaqui” tem pouco mais de um minuto e é bem agitada, com ótimo uso da percussão e com batida muito boa. Sua letra não varia muito, fica em seis frases que são cantadas de maneira rápida.

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Arapuca” inicia de um jeito bem diferente, com uso de efeitos e uma mudança no ritmo. E, apesar de ter uma variedade maior nos versos, ela também é bem curta. A faixa ainda possui versos fortes e que tocam em temas críticos. É mais uma que mostra que, mesmo com pouco tempo, é possível ter uma letra boa.

Já com uma batida mais densa, “Certopelocertoh” tem a parceria de Vandal. Ela tem um estilo bem focado no rap com versos fortes e sempre com rimas próximas. É uma faixa bem interessante, até para mudar um pouco o ritmo principal do álbum e que prende bastante a atenção de quem está ouvindo.

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Finalizando este novo trabalho, aparece “Fogo”, que, novamente, conta com a Orquestra Afrosinfônica. Ela inicia com um coro forte e depois intercala entre um verso com o vocalista e outro com o coro. A canção é para encerrar mesmo, tem um ritmo que indica isso e possui poucas frases também.

“O Futuro Não Demora” é um ótimo álbum, que tem como característica esta cronologia que vai da água até o fogo e, marcando a divisão dos lados, temos o “Melô do Centro da Terra”. Então até a construção das faixas é muito bem trabalhada. A produção é excelente, com uma composição instrumental impecável e que varia muito bem diferentes ritmos entre as 13 músicas. Ele estará disponível nas plataformas de streaming nesta sexta-feira (15).

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É um disco que flui muito bem em diferentes ritmos e prende bastante a atenção de quem está ouvindo. O Baiana System conseguiu fazer mais um ótimo trabalho com músicas diferenciadas e repleta de letras fortes e consistentes. Resenha: "O Futuro Não Demora" - Baiana System (2019)