Resenha: “Heartbreak Weather” – Niall Horan (2020)

niall horan
Foto: Divulgação.

O cantor Niall Horan lançou, no dia 13 (sexta-feira), seu segundo álbum solo – após o hiato da boyband One Direction da qual fazia parte. Cheio de expectativas, o álbum vinha sendo muito aguardado desde seu primeiro lançamento, o disco “Flicker” de 2017.

O novo trabalho começa com “Heartbreak Weather”, uma faixa bastante chiclete e com uma vibe bem semelhante à sonoridade do One Direction. A letra é típica de um pop mainstream, fala de um amor que completa a solidão tornando tudo melhor apenas pela presença.

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A faixa seguinte “Black and White” mantém a temática pop com produção bastante valiosa pros charts falando sobre casamento, com estrofes que explodem no refrão. Niall está jogando sem se arriscar e acertando em cheio.

Seguindo, temos “Dear Patience” começa com apoio de cordas e permanece assim até o final do primeiro refrão onde o instrumental é enriquecido com mais instrumentos e torna a música mais cativante e agitada. A temática “romântico incurável” permanece aqui deixando bem claro qual será o destino do projeto que é confirmado ainda mais em “Bend the Rules”, faixa que segue com declarações e discussões sobre relacionamento, ora temos um Niall disposto a matrimônio, ora temos um focado em lidar com seu coração partido sem querer desistir de tudo, neste caso.

Um dos pontos altos do álbum é a produção, e isso fica evidente em “Small Talk”, uma faixa que vai crescendo a medida que vai sendo ouvida. “Talk” nos leva de 0 a 100 gradativamente, nos preparando, de maneira curiosa inclusive, para o ápice da canção que acontece no refrão. Se até aqui tínhamos um amor desesperado ou genuíno, agora tratamos de um amor mais carnal e excitante como em frases como “vamos pular essa conversa fiada e ir direto pro seu quarto”.

O carro chefe do álbum, “Nice To Meet Ya” chega num lugar estratégico em sequência de “Small Talk” tratando do mesmo assunto, porém com uma sonoridade mais agressiva envolvendo o ouvinte na experiência sonora que a música é.

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O segundo single do álbum, “Put a Little Love on Me”, muda completamente a vibe da experiência auditiva. Saímos de uma vibe de uma noite só com sintetizadores, efeitos distorcendo a voz para algo mais suave como voz e piano para voltar a falar de um amor genuíno ao Niall despir seu coração numa poderosa balada produzida por Greg Kurstin que trabalhou com um dos maiores nomes do cenário musical atual, Adele. Jogada corajosa.

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“Arms of a Stranger” entra como uma inteligente transição do projeto, repetindo a produção da faixa anterior, mas com uma roupagem mais semelhante ao início do álbum com letras que falam novamente das dificuldades de se tratar de um coração partido.

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O álbum retoma sua essência, com a proposta do início em “Everywhere”. Tudo parece muito coeso exceto pelos delírios sexuais que entraram no meio do caminho, ou seja, a vida imitando a arte e vice-versa. Os desafios do amor permanecem nas letras.

Em “Cross Your Mind”, já estamos entregues à proposta do disco que é a de divertir e tirar o peso das dores de amor. É mais uma, dentre tantas faixas dentro do álbum que poderiam conquistar legiões de fãs pelo radio, sendo o tipo de música que vai ser um hit do verão antes mesmo de ser single.

Temos Greg de volta para um trabalho completamente diferente do que ele fez até então. É uma faixa despretensiosa e leve. Não tem muita seriedade na letra ou na produção,  ela só flui enquanto Horan canta sobre os delírios de um “amor” a primeira vista. Pontos pra “New Angel”.

Chegamos então ao terceiro single do projeto, “No Judgement”. Segue sendo uma música sem muita profundidade mas excelente pra se jogar e apenas curtir com o beat tropical que o instrumental da canção nos traz. Sem julgamentos, só seja você mesmo.

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“San Francisco” retoma a ideia de amor ideal de “Black and White” mas dessa vez com a história não terminando muito bem com o término do relacionamento que parecia ser perfeito. Mais uma faixa muito envolvente e que deixa o álbum ainda mais redondo.

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Chegamos ao fim do projeto com a simples “Still”. A canção é carregada por voz e violão, quase que em uma pegada country em que Niall se despe novamente em seus sentimentos. O amor aqui encerra o ciclo e nos deixa com um gostinho de quero mais.

Um álbum extremamente coerente e bem estruturado no que diz respeito ao trabalho comercial da produção por trás do projeto. “Heartbreak Weather” é preenchido por praticamente todas as faixas como potenciais hits. Inegáveis são os talentos de composição, produção, canto e instrumentalização de Niall. Tudo se encaixa, tudo se conecta e até o que não se conecta parece fazer sentido nessa máquina de faixas com potencial para serem tocadas exaustivamente nas rádios de todo o mundo. Há apenas um detalhe que dificulta o álbum de ser ainda mais majestoso: conexão. Talvez não com a mesma qualidade, mas é um trabalho que poderia ser interpretado e/ou relacionado a qualquer artista e, num cenário musical como o da atualidade, é preciso criar conexão com a realidade do artista, do contrário é apenas mais um projeto cheio de faixas que falam do amor de maneira genérica e tá tudo bem, se for isso mesmo, mas é isso mesmo que queremos? Sabemos que Niall pode cavar mais fundo e já estamos com a pá no aguardo do terceiro álbum.

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Guil Anacleto
Guil Anacleto
Arquiteto e Urbanista por opção, cantor e amante de música por vocação. Uniu seu gosto por música e por escrita quando viu no Nação da Música a oportunidade de fundir ambos. Não fica sem um bom livro, um celular e um fone de ouvido. Amante de séries, televisão, reality shows, gastronomia, viagens e tenta sempre usar isso a seu favor para estar reunido com família e amigos. Uma grande metamorfose ambulante reunida em um coração sonhador com um toque de humor indispensável.
Um álbum extremamente coerente e bem estruturado no que diz respeito ao trabalho comercial da produção por trás do projeto. “Heartbreak Weather” é preenchido por praticamente todas as faixas como potenciais hits. Inegáveis são os talentos de composição, produção, canto e instrumentalização de Niall. Tudo se encaixa, tudo se conecta e até o que não se conecta parece fazer sentido nessa máquina de faixas com potencial para serem tocadas exaustivamente nas rádios de todo o mundo. Há apenas um detalhe que dificulta o álbum de ser ainda mais majestoso: conexão. Talvez não com a mesma qualidade, mas é um trabalho que poderia ser interpretado e/ou relacionado a qualquer artista e, num cenário musical como o da atualidade, é preciso criar conexão com a realidade do artista, do contrário é apenas mais um projeto cheio de faixas que falam do amor de maneira genérica e tá tudo bem, se for isso mesmo, mas é isso mesmo que queremos? Sabemos que Niall pode cavar mais fundo e já estamos com a pá no aguardo do terceiro álbum.Resenha: "Heartbreak Weather" - Niall Horan (2020)