Rag’n’Bone Man é com certeza um dos nomes para ficar de olho em 2017. O britânico que atende pelo nome Rory Graham lança seu primeiro álbum de estúdio nesta sexta-feira (10), mas antes mesmo do debut, o músico foi premiado com o Brits Critic’s Choice Awards de 2017 – já entregue para Adele, Florence + The Machine e mais recentemente Jack Garratt. Se arriscando no cenário desde 2012, Rag’n’Bone já possui uma série de EPs (disponíveis no Spotify), trabalhando com nomes do hip hop e até o produtor de “Bad Blood” do Bastille.
O disco “Human” chega baseado no single de mesmo nome, trazendo o selo da Columbia Records. O cantor se destaca por mesclar elementos do hip hop, soul e pop de uma única vez, criando um estilo de música propriamente seu. Todas as experiências adquiridas nos anos de estrada agora são colocados a prova, entregando um excelente e imprevisível álbum de estreia. Não é a toa que que a música atingiu o 2º lugar dos charts ingleses.
É o single “Human” que abre o disco, com sua atmosfera densa e pesada, expondo os sentimentos profundos e sombrios do vocalista, que não se esconde e já se entrega na primeira faixa do debut – a leve variação do instrumental dá um toque ainda maior de sofisticação, o que justifica o grande sucesso da música. “Innocent Man” toma a base do soul pop e quebra o clima da introdução, entregando um groove irresistível.
Inscreva-se no canal da Nação da Música no YouTube, e siga no Instagram e Twitter.
“Skin” se tornou uma de minhas favoritas ao ouvir pela primeira vez. A honestidade dos vocais é somada com um coral no refrão, que reforça ainda mais sua força. A já conhecida “Bitter End” recebe algumas modificações em sua versão final, com elementos e instrumental mais trabalhados e menos simples do que a presente no EP de 2015 – porém mantendo a mesma proposta.
Inscreva-se no canal da Nação da Música no YouTube, e siga no Instagram e Twitter.
“Be The Man” alivia e levanta o astral, contagiando com sua energia e provando que o britânico consegue ir de extremo a extremo, te fazendo acompanhar as repetições do refrão com estalos dos dedos. Levando essa coisa de extremo bem a sério, “Love You Any Less” talvez seja a mais pesada do álbum, conduzida por um piano durante toda sua duração, somado a um violino igualmente melancólico em alguns pontos.
Escolhida para receber o prêmio dos críticos, “Odetta” impressiona por sua simplicidade, direcionando a música à cantora de blues Odetta, agradecendo a mulher que – mesmo sem saber – teria salvo sua alma. Da mesma simplicidade, o destaque de “Grace” fica para os tímidos instrumentos de corda, que elevam a canção de uma forma impossível de expressar, sendo um dos maiores acertos de Graham.
Inscreva-se no canal da Nação da Música no YouTube, e siga no Instagram e Twitter.
O ecletismo de Rag’n’Bone toma forma em “Ego” através do rap confiante e cheio de sentimento, embalado por saxofones e a mesma atmosfera de “Human”. Mudando mais uma vez o direcionamento, o blues marca presença em “Arrow”, arriscando com sutis elementos eletrônicos e uma clara referência a Amy Winehouse.
A black music novamente serve de inspiração para a apaixonante “As You Are”, absorvendo elementos de tudo que rodeia o compositor, que sempre apela para a simplicidade. O coroamento do disco fica por conta de “Die Easy”, totalmente a capella, explorando apenas sua capacidade vocal, que não precisa de nenhum outro elemento para conduzir uma canção – a faixa é reaproveitada do EP “Bluestown”.
Inscreva-se no canal da Nação da Música no YouTube, e siga no Instagram e Twitter.
A edição deluxe chega com mais sete faixas que também merecem atenção – sendo algumas delas extraídas do EP “Wolves”. O ecletismo mencionado continua marcando presença, passeando pela agressividade de “The Fire”, o blues sensual de “Fade To Nothing”, a experimentação de “Life In Her Yet”, o groove de “Your Way or the Rope” e a melancolia de “Lay My Body Down”.
Essa variação pode causar estranheza em quem escuta o álbum pela primeira vez, mas demonstra o quão desafiador um debut pode ser. “Wolves” e “Healed” parecem não se encaixar muito na proposta de “Human”, mas impressionam com sua originalidade, cada uma a sua maneira, encerrando definitivamente o disco.
Tracklist:
01. Human
02. Innocent Man
03. Skin
04. Bitter End
05. Be the Man
06. Love You Any Less
07. Odetta
08. Grace
09. Ego
10. Arrow
11. As You Are
12. Die Easy
Deluxe:
13. The Fire
14. Fade To Nothing
15. Life In Her Yet
16. Your Way or the Rope.
17. Lay My Body Down
18. Wolves
19. Healed
Nota: 8,5
Deixe seu comentário no final da página, marque aquele seu amigo que também curte o Rag’n’Bone Man, e acompanhe a Nação da Música nas Redes Sociais: Facebook, Twitter, Spotify e Instagram. Dê um play em “Human” abaixo:
Caso este player não carregue, por favor, tente acessa-lo diretamente no player do Spotify. Siga a NM no Instagram e Twitter