Após liberarem singles e faixas promocionais para compensar seu adiamento, o tão aguardado sexto álbum de estúdio do The Killers foi lançado no último 21 de agosto. Originalmente programado para sair em maio, “Imploding The Mirage” foi adiado devido à atrasos na finalização do material por conta da pandemia da COVID-19. De forma a manter seu hype até ser oficialmente liberado nas plataformas de streaming, a banda fez questão de promover com bastante frequência algumas inéditas em programas de TV, lives beneficentes e videoclipes.
Com uma imensa expectativa nas costas, o grande público clamava por um projeto sonoramente grandioso, ousado e original. Contudo, o resultado não foi igualmente revolucionário. “My Own Soul’s Warning”, faixa que já havia sido liberada previamente, é o pontapé inicial do álbum. Com uma sonoridade enérgica e épica, é possível notar um saudoso movimento de resgate à sons do início da carreira do grupo nos anos 2000, mais especificamente presentes em “Day & Age” (2008). O single funciona bem como faixa inicial, apesar de não apresentar nenhuma evolução significativa perante à relevante discografia da banda. Aqui, bem como também na maioria das novas músicas, temos refrões um tanto quanto barulhentos e dominados por teclados sintetizados e acordes de violão, ambos imersos em um groove nostálgico e oitentista.
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Com um conteúdo lírico cheio de nuances e metáforas sobre superação e temas que extrapolam a individualidade (“Dying Breed” e “Blowback“), em alguns momentos as letras imprimem uma subjetividade excessiva, causando dificuldade de conexão com o público. Mais do que qualquer outro álbum do The Killers, “Imploding The Mirage” soou datado durante minha primeira audição, mas definitivamente (e felizmente) cresceu no meu conceito, mostrando que o novo trabalho do grupo necessita ser digerido com atenção aos mínimos detalhes (líricos e sonoros) para ser completamente apreciado e entendido.
Uma das canções de destaque, “Caution” já nasce como um clássico da banda: Letra positiva, melodia comercial e refrão vocalmente e instrumentalmente explosivo. Já em “Fire And Bone“, observamos explicitamente esse movimento de resgate dos anos 80: linha de baixo marcante, reverb e predominância do groove dance/disco. Assim como em “Lightning Fields” essas faixas soam meramente como reedições de clássicos oitentistas, apesar de apresentarem refrões contagiantes e vocalmente intensos. Para fãs restritos das guitarras do indie rock, “Imploding The Mirage” tem o potencial de se tornar o registro mais decepcionante da banda – tais riffs raramente tem momentos de destaque frente aos sintetizados e orquestrados arranjos da produção musical.
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Os momentos finais do álbum, “My God“, “When The Dreams Run Dry” e a faixa título “Imploding The Mirage” são, na minha opinião, os mais ousados, experimentais e ambiciosos de todo o projeto. Nessas canções, The Killers soa atual, relevante, imponente e consegue um feito que todas as demais canções não conseguiram: Reinventar sua sonoridade, e não tentar reeditá-la. A mesma sensação de euforia e autenticidade que hinos passados entregaram (“Mr. Brightside”, “Somebody Told Me”, “Human”) aparecem com força total, mostrando que após quase duas décadas de estrada, The Killers se mantém relevante no mercado mainstream da indústria fonográfica.
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