No início de dezembro do ano passado, a cantora Camila Cabello lançou seu segundo álbum de estúdio intitulado “Romance”.
Composto por 14 faixas, ele apresenta um amadurecimento da artista no pop, fazendo com que ela se destaque ainda mais no cenário musical.
Ele começa com a poderosa “Shameless”. A música tem a capacidade de prender desde o início, quando há pouca batida ao fundo e logo após o refrão que acelera bastante, ficando bem dançante. Vale destacar que no refrão, mesmo com toques eletrônicos ao fundo, a voz da cantora aparece bastante e seu alcance é notável. Excelente escolha para abrir o disco.
Diminuindo um pouco o ritmo, aparece a “Living Proof”. Aqui a voz da artista já fica um pouco mais “tímida”, sem tanta potência e trabalhada de maneira bem mais aguda do que na faixa anterior. A parte mais interessante da faixa é logo antes do último refrão, em que ela dá uma pausa na batida para voltar mais forte, mas fora isso não há grande alteração no ritmo.
Mostrando mais o estilo latino, “Should’ve Said It” é uma ótima canção do álbum. Com um leve violão ao fundo, ela consegue se mostrar dançante, sensual e com batidas leves numa mesma faixa.
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A primeira colaboração do disco é “My Oh My”, que conta com a colaboração do rapper DaBaby. No entanto, a participação dele é bem curta, deixando um pouco a desejar, já que uma mistura de gêneros musicais sempre é interessante. Então fica um pouco do sentimento de que isso poderia ser mais bem trabalhado.
O grande single do disco, sem dúvida, é “Señorita”. A canção, que tem a parceria de Shawn Mendes, é extremamente cativante, dançante e, tanto na letra quanto nos vocais, conta com a sensualidade dos dois artistas. E, contando pontuação extra, ela ainda apresenta ambos cantando em espanhol, que é um belo diferencial e que ficou ótimo.
Também com uma batida com fortes influências latinas, “Liar” é a que vem na sequência. A música é muito boa, com um refrão muito envolvente e animado. A variação vocal da Camila Cabello é um destaque interessante também, ela vai de momentos bem agudos, quase sussurrando, para partes mais potentes em um intervalo curto. É outro grande acerto do álbum.
Em “Bad Kind of Butterflies”, o ritmo diminui um pouco e a canção é mais parada. Mesmo no refrão, quando a cantora abusa do uso do agudo na voz, a batida não acelera tanto. Nesta canção ela fala sobre amar uma pessoa, mas querer outra e a dificuldade em abordar esse assunto.
“Easy” é uma faixa que prende mais quem está escutando, com um refrão que repete bastante e dificilmente sai da cabeça. Nela, a artista mantém sua voz num tom mais suave, sem grandes alterações. A letra é interessante, dizendo que ela imaginava que seria difícil de amar, com muitos problemas, mas que a pessoa com quem ela está torna tudo mais fácil.
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Na sequência aparece a “Feel It Twice”. Esta já é uma canção com uma sonoridade mais sentimental, tanto na batida quanto no vocal. A letra é emotiva também, trazendo a dificuldade de sofrer e de fazer o outro sofrer.
“Dream of You” tem uma letra mais romântica, em que Camila Cabello canta sobre um “cantor tímido” em que ela pensa desde que o conheceu e que só consegue fazer isso desde então. Ao final, ainda há um apelo, pedindo para que ele diga que pensa nela também. Musicalmente, ela é boa, varia bem a velocidade, intensificando as batidas em determinados momentos.
Uma das melhores do álbum é “Cry For Me”. Ela tem uma dinâmica ótima, cresce conforme a música passa, tanto é que no final a guitarra ao fundo se destaca bem, mostrando que, instrumentalmente, ela é bem forte. Seu refrão também é muito potente e envolvente, não à toa foi escolhida como um dos singles.
Dentre várias qualidades da Camila Cabello, a voz é, sem dúvida, um destaque. Em “This Love” ela consegue provar muito bem isso. Com toque de violão ao fundo, a artista consegue demonstrar bem sua potência e intensidade vocal. Além disso, falando de um relacionamento que faz mal, ela consegue passar toda a emoção que é cantada. É uma música excelente.
“Used To This” inicia na mesma linha que a anterior, quase sem nenhuma batida e com bastante espaço para a voz da cantora. Já a letra é mais romântica, falando sobre se acostumar com a presença da outra pessoa, destacando vários pontos positivos do relacionamento. Ela difere no tom da última quando, no final, acelera e o instrumental ganha mais força, preenchendo bastante o espaço.
Fechando o disco, vem a “First Man”, que também tem um toque sentimental. No entanto, esta, apesar de abordar um novo relacionamento, fala da relação com o pai, o primeiro homem que a amou.
“Romance” é um álbum interessante e bem dividido. No início temos músicas mais fortes no pop mesmo, mesclando algumas mais agitadas e dançantes com outras um pouco mais lentas e com estilo latino. Já para o final temos uma sequência muito boa de faixas mais lentas, em que a cantora consegue passar mais sua qualidade vocal e há um apelo sentimental maior. Além de subir o nível de qualidade com relação ao primeiro álbum de estúdio, que também é ótimo, Camila se concretiza nos principais nomes do pop com este disco.
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