Linkin Park firma novo momento com mega show em São Paulo

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Foto: James Minchin III

Desde que o Linkin Park anunciou em setembro a volta de suas atividades, com Emily Armstrong como nova co-vocalista – ao lado do veterano Mike Shinoda – e Colin Brittain como novo baterista, muitas expectativas foram criadas sobre o que seria o novo capítulo da banda. Afinal, foram 7 anos de intervalo pelo luto da morte de Chester Bennington.

Apesar de já terem mostrado a que vieram com os três novos singles já lançados, o Linkin Park conseguiu firmar a nova fase de forma histórica nesta sexta-feira (15): não apenas pelo lançamento do álbum inédito “From Zero” na integra, mas ainda com um show incendiário em São Paulo.

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Após o show de abertura do Ego Kill Talent, que atiçou o público com o formato de uma banda de rock de vocais femininos, o palco do Allianz Parque foi tomado por uma pesada introdução instrumental e um show de luzes até que todos os integrantes do LP subiram ao palco completamente ovacionados pelo público, que cantou aos berros cada verso de “Somewhere I Belong”.

Seguida por uma das favoritas, “Crawling”, o público soube obedecer o pedido de Shinoda de que “cantassem o mais alto que pudessem”, ao mesmo tempo que não se sobressaiu à grande potência vocal de Emily Armstrong. Fosse tomando a frente das músicas, fosse dividindo os versos com Mike Shinoda, como em “Lying From You”, Emily mostrou ser digna daquele espaço no palco.

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Em meio à recepção tão calorosa que apenas o público brasileiro é capaz de oferecer, Mike Shinoda retribuiu a euforia do estádio completamente lotado anunciando a primeira performance de “Two Faced”, nova faixa do álbum recém-lançado. Apesar de estar disponível há menos de 24 horas nas plataformas digitais, a maior parte dos presentes acompanhou os versos da música gritados por Armstrong.

Prestes a encerrar o primeiro ato do espetáculo em grande estilo, o Linkin Park mesclou a nostalgia com uma versão bastante melódica da clássica “New Divide”, e rapidamente voltou para o começo da nova era com o lead single “The Emptiness Machine” que, só pelo riff inicial, fez com que o público ficasse completamente extasiado.

Depois de uma interlude marcada por sons distorcidos e semelhantes aos de uma sirene, o segundo ato talvez tenha sido um dos mais surpreendentes para o Linkin Park por trazer à tona o carinho e engajamento dos brasileiros. Momentos como os coros estendidos de “The Catalyst” e “Castle Of Glass” que deixaram o estádio inteiro iluminado por lanternas brancas e rosas, a devoção às performances de Emily Armstrong com seu nome sendo gritado pela plateia após “Waiting For The End”, e os incansáveis aplausos à mixagem do solo de Joe Hahn, fizeram com que o LP até se surpreendesse com tamanho carinho. Tanto que, após o mashup de “When They Come For Me” e “Remember My Name”, Mike Shinoda revelou a vontade que sempre teve junto com Dave Farrell de ter uma música que ecoasse por todo um estádio de futebol.

Encerrando no auge com as pesadas e gritadas “Casualty” (também do novo disco) e “One Step Closer”, que teve o cenário similar à de uma operação em massa com o forte coro do verso “shut up when I’m talking to you” sob uma iluminação infravermelha, o terceiro ato surpreendeu por trazer um momento mais sereno do show.

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No meio da passarela ligada ao palco, Mike Shinoda e Emily Armstrong surgiram juntos tocando piano numa versão acústica bem tocante de “Lost”, faixa inédita lançada no ano passado como parte das comemorações dos 20 anos do álbum “Meteora”. Na sequência, uma versão mais agitada de “Breaking The Habit” contagiou o público com uma das músicas mais conhecidas do legado deixado por Chester Bennington. Sucedida pela potente “What I’ve Done” (apesar das expectativas do público para a clássica “Numb”), era notável ao final da apresentação a alegria no rosto de Emily Armstrong ao se ver diante de um coro tão emocionado de milhares de pessoas.

Trazendo à tona diversos sentimentos do público, o quarto ato do show começou com uma emocionante versão da clássica “Leave Out All The Rest” e foi seguida pela versão acústica de “My December”, que trouxe vocais mais intensos e ternos de Emily Armstrong que, na seguinte “Over Each Other”, foram elevados para um tom mais hardcore com a vocalista também tocando guitarra. Essa, que também foi a terceira faixa lançada de “From Zero”, foi uma ótima escolha para introduzir duas das músicas mais aguardadas da noite: “Numb” e “In The End”, sendo difícil identificar qual ganhou o coro mais intenso, inclusive por parte da audiência que assistia a transmissão mundial do show de suas casas, como bem lembrou Shinoda.

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Após uma performance enérgica de “Faint” e que, literalmente, colocou o Allianz Parque para pular, a banda seguiu para o último ato do show, com uma sequência que pôde contemplar os diferentes fãs do Linkin Park. O que começou com os versos em rap de “Papercut” e ganhou doses extras de euforia quando Emily Armstrong foi até o meio da passarela para pendurar uma bandeira do Brasil em Shinoda durante “Lost In Echoe”, terminou com vocais de altíssimo nível da cantora em “Heavy Is The Crown” e um grande encerramento pirotécnico na última “Bleed It Out”.

Ao final do espetáculo de aproximadamente duas horas, era nítida a felicidade no rosto de cada integrante da banda – inclusive da estreante Emily Armstrong, claramente surpreendida com os fogos de artifício que iluminaram o céu do Allianz Parque – e de todos aqueles que assistiram ao espetáculo. Mais do que um momento de lavar a alma berrando os versos que marcaram a adolescência de diferentes gerações, o show do Linkin Park foi essencial para acabar de uma vez com os receios sobre o legado da banda pós Chester Bennington e firmar o início de seu próximo capítulo.

A julgar pela passagem (ainda incompleta) do LP por São Paulo, é evidente que o Brasil ocupa um importante espaço nessa nova era da banda, a ponto inclusive de gerar um momento emblemático de Emily Armstrong exibindo uma capivara de pelúcia na despedida do palco. No final, isso é o que realmente importa para os verdadeiros fãs do Linkin Park.

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Natália Barão
Natália Barão
Jornalista, apaixonada por música, escorpiana, meio bossa nova e rock'n'roll com aquele je ne sais quoi