Jão estreia turnê SUPER com entusiasmo abaixo do esperado no The Town

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Foto: Diego Padilha / I Hate Flash

Encerrando a leva de shows da primeira edição do The Town, Jão foi a última atração do Palco The One na noite deste domingo (10).

Marcado por investir em grandes estruturas no palco para acentuar o conceito de seu trabalho, o artista inaugurou também a “versão piloto” de sua nova turnê “SUPER”, que promove o quarto disco de sua carreira que quebrou todos os recordes de lançamentos de álbuns nacionais.

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Com um grande dragão branco suspenso sobre o palco e imagens de montanhas no telão que remetiam à capa de “SUPER”, uma curta versão de “A Rua” faz jus ao conceito de “entrada dramática”, com fogos, orquestra e um jogo de luzes vermelhas para receber o artista, que vestia as mesmas roupas do SUPERtrailer.

Os riffs de guitarra levemente inspirados na cena country de “Escorpião” foram reconhecidos de imediato pelo público, que cantava em êxtase a primeira versão ao vivo da faixa que abre o último disco do artista, assim como a conhecida e querida “Idiota”.

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Mostrando seu carisma com uma pequena dancinha mais tímida, Jão emocionou o público com a performance inédita de “Alinhamento Milenar”, puxando o gancho do verso “e de todos os meninos e meninas que eu já amei / eu escolhi você” para tocar “Meninos e Meninas” após dizer em tom de suspiro “2013 foi um ano e tanto”, interagindo tanto com o guitarrista quanto com a baixista.

Agradecendo o público pela presença na estreia de sua nova era de shows, Jão mencionou o fato de ter “sumido” da internet após o fim da era “Pirata” e antes de lançar “SUPER” oficialmente, abrindo-se para momentos mais íntimos do show com a sequência de “Acontece”, tocada pelo próprio na guitarra, e “Julho”, apresentando pela primeira vez ao vivo.

Após trocar suas roupas para um conjunto inteiramente preto, Jão transformou o Palco The One brevemente num coro de igreja ao trazer uma versão estendida de “Santo”, contrastado com as mulheres de seus vocais de apoio e alguns dos instrumentistas vestindo roupas claras.

“Eu jurei que ia cantar pra sempre essa música porque foi ela que me trouxe vocês. Não vou deixar de cantar um primeiro sucesso, até porque tenho certeza que muita gente aqui veio para me ver cantar essa música”, disse o cantor ao introduzir “Imaturo”, cativando o público pela nostalgia, seguida ainda por “Vou morrer sozinho”.

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Com a emoção em alta, o coral do artista assumiu o palco com uma pequena interlude de “Se o problema era você, por que doeu em mim?”, para introduzir o que foi o momento mais pessoal do show de Jão e que talvez melhor represente o conceito de “SUPER”. Sentado em frente a um piano posto sobre uma estrutura semelhante a um palanque em cima do palco, o artista destacou-se com um feixe de luz para tocar “Maria”, revelando quase ter deixado a faixa de fora da setlist de seu show no The Town pelo alto teor pessoal da composição, que foi devidamente ilustrado quando as luvas que o cantor usava pegaram fogo no verso “mas não é que eu me sinta mal / eu só não sinto nada”. Mantendo a comoção gerada no público, Jão dividiu a performance de “Essa eu fiz pro nosso amor” numa versão metade apenas piano, metade com a banda completa.

Resgatando a energia do público, sintetizadores indicaram a apresentação inédita de “Sinais”, que surpreendeu ao público no momento em que Jão foi suspenso por cordas até o teto do palco, descendo em seguida para um breve momento antes de encerrar o show com “Pilantra” e “Me Lambe”, ambas acompanhadas de um grande número musical da banda e das vocalistas.

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Apesar da apresentação de estreia de “SUPER” ter tido um conceito bastante redondo, talvez o fato do show de Jão ter antecedido o encerramento do The Town com a segunda apresentação de Bruno Mars tenha prejudicado um melhor aproveitamento por parte do público do que o artista preparou para 2024.

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Natália Barão
Natália Barão
Jornalista, apaixonada por música, escorpiana, meio bossa nova e rock'n'roll com aquele je ne sais quoi