Nesta sexta-feira, 31, começou a edição de 2025 do Rock The Mountain. O festival acontece anualmente, durante dois finais de semana, nos meses de outubro e novembro, desde 2013, em Itaipava, na cidade de Petrópolis, região serrana do Rio de Janeiro.
Anteriormente, o evento acontecia apenas aos sábados e domingos. Porém, em 2024 houve atrações no Parque Municipal de Petrópolis também na sexta, dia 8 de novembro. Pelo visto, a ideia deu certo e decidiram repetir o feito. Mas nem todo mundo ficou feliz: nas redes sociais, pipocaram comentários de fãs reclamando dos horários dos shows e da dificuldade de conciliar o evento com o expediente. Muita gente lamentou ter perdido apresentações aguardadas, como as de Don L, que subiu ao palco no primeiro horário e BaianaSystem.
Descontentamentos à parte, o público que conseguiu chegar cedo aproveitou uma noite de fortes emoções. O primeiro a subir ao Palco Floresta foi Don L, abrindo a programação com um show potente, letras afiadas e críticas sociais que ecoaram no gramado. Logo depois, o público voltou a atenção para o Palco Estrela e a voz de Evinha, que encantou gerações ao revisitar sucessos como “Esperar Pra Ver” e outros clássicos da MPB.
Na sequência, o clima ganhou tons dançantes no Palco Floresta com a banda francesa L’Impératrice, que fez sua estreia em palcos brasileiros. O grupo conquistou o público com um espetáculo visual impecável, danças sincronizadas e uma mistura envolvente de pop e nu disco. Mesmo com falhas no som perto do fim do show, o repertório brilhou: o público conferiu o single mais recente, “Chrysalis’” e faixas do álbum “Pulsar” (2024).
No Palco Estrela, Samuel Rosa assumiu o microfone às 22h30 e emocionou o público com sucessos que marcaram gerações. Entre canções e reflexões, o cantor fez questão de mencionar o cenário tenso do Rio de Janeiro após a operação policial da última terça-feira, 28: “O Rock The Mountain é a boa notícia da semana”, afirmou. Em tom de esperança, completou: “A música sempre salva.” Samuel ainda prestou homenagem a Lô Borges, que estava internado há duas semanas em Belo Horizonte, pedindo ao público que enviasse “vibração positiva” ao parceiro musical. O co-autor do disco “Clube da Esquina” faleceu no domingo, 2 de novembro, aos 73 anos.
Encerrando a noite com intensidade, BaianaSystem subiu ao Palco Floresta. Em formação especial, com Russo Passapusso, Claudia Manzo e Roberto Barreto à frente, o grupo brilhou ainda mais com uma banda majoritariamente feminina, nos metais, na voz e na guitarra, que deu nova textura e energia ao som.
O clima era de catarse após uma semana de trabalho, mas também de reflexão e o vocalista mandou o recado: “O Brasil está matando o Brasil”. A frase ecoou com força num Rio ainda digerindo os desdobramentos da megaoperação policial no Complexo do Alemão e Penha.
A lama que se acumulava no gramado não espantou ninguém: virou parte da festa. Entre fumaça de sinalizadores e um mar de gente pulando, Russo resumiu o espírito do festival com uma frase que ficou ecoando: “Lutem pelos seus direitos de festejar.”
Um primeiro dia intenso, vibrante, que vai se repetir na próxima semana, dia 7 de novembro, quando começa o segundo fim de semana do festival. Antes disso, o Rock The Mountain segue firme neste sábado e domingo, dias 1º e 2 de novembro, com uma programação de peso: Ney Matogrosso, Chet Faker, Liniker, Banks, Joyce Alane, João Gomes, Gloria Groove, Caetano Veloso, entre muitos outros nomes que prometem transformar Itaipava em um verdadeiro caldeirão de ritmos e emoções.
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