Ao contrário da sexta-feira, 31, que foi marcada pela chuva e pela lama, o público do Rock The Mountain amanheceu neste sábado, 1º de novembro, com um presente: sol forte e céu aberto. Apesar do solo ainda úmido em alguns pontos, a trégua da chuva deixou o clima perfeito para curtir o festival em Itaipava, na região serrana do Rio de Janeiro. Desde cedo, o público aproveitou o dia para explorar as atrações culturais, os brinquedos e, claro, os shows espalhados pelo Parque Municipal de Petrópolis.
O Palco Floresta abriu os trabalhos com a paraense Zaynara, que embalou o público com sucessos como “5 Estrelas” e “Sou do Norte”. A cantora, que lançou recentemente seu segundo álbum de estúdio, “Amor Perene”, levou à serra uma apresentação cheia de emoção e identidade.
Logo depois, o público migrou para o Palco Estrela para receber ninguém menos que Lia de Itamaracá, patrimônio vivo da cultura pernambucana. Aos 80 anos, a mestra da ciranda mostrou toda sua força e leveza, representando décadas de dedicação à música popular brasileira e à valorização da cultura nordestina.
De volta ao Palco Floresta, a dobradinha Chico César & Zeca Baleiro trouxe um dos momentos mais marcantes do dia. A amizade e parceria musical de mais de 30 anos se refletiram em um show cheio de sintonia e poesia. O repertório do álbum “Ao Arrepio da Lei” (2021), nascido durante a quarentena, mesclou baladas, xotes, reggaes e pitadas de rock, resultando em uma apresentação vibrante e afetuosa.
Pouco depois, foi a vez d’Os Mutantes dominarem o Palco Estrela com seu rock psicodélico inconfundível. A banda convidou Duda Brack para dividir o palco e juntos revisitaram clássicos como “Baby”, eternizada na voz de Gal Costa, e “Balada do Louco” que, para surpresa do público, voltaria a ecoar mais tarde na voz de Ney Matogrosso.
Pontualmente às 17h29, Chet Faker trouxe sua mistura envolvente de R&B alternativo e eletrônica para o festival. O cantor australiano misturou sucessos que marcaram sua trajetória, como “No Diggity” e “Talk Is Cheap”, com faixas mais recentes, como “Far Side of the Moon” e “Is This Real?”, lançadas recentemente. A apresentação foi intensa e hipnótica, mantendo o público em transe do início ao fim.
Na sequência, Ney Matogrosso foi recebido por uma verdadeira legião de fãs que sabiam todas as letras de cor. Com sua presença magnética e carisma inconfundível, o cantor revelou que originalmente se apresentaria no domingo, mas brincou com o público dizendo que, mesmo mudando o dia, não mudaria a entrega: “Mas agora, eu vou ficar e fazer tudo o que preciso!”. Entre músicas icônicas e momentos de pura emoção, Ney provou, mais uma vez, que o tempo só potencializa o seu brilho.
À noite, Liniker foi chamada pelo público e atendeu o chamado. A cantora paulista abriu seu show com “Caju”, faixa que dá nome ao seu mais recente projeto, e transformou o Rock The Mountain em um espaço de amor e acolhimento. Um dos momentos mais bonitos do dia foi ver várias crianças na plateia cantando e dançando com ela; um retrato fiel do clima familiar e diverso que marca o festival.
O calor humano ganhou ritmo de carnaval com o Psirico, que levou o pagode baiano para o alto da serra com hits como “Lepo Lepo” e muita interação com o público. A festa seguiu com a potência e o glamour de Gloria Groove, que encerrou as atividades do Palco Floresta com a “Serenata da GG”; um show cheio de coreografia, energia e hits que colocaram todo mundo para cantar junto.
O segundo dia do Rock The Mountain 2025 foi puro brilho, música boa e energia solar. E o festival ainda não acabou: neste domingo, 2, o evento segue com apresentações de João Gomes, Joyce Alane, Ana Carolina, Criolo, Marina Sena, entre outros nomes imperdíveis da música.
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