Shakira emociona e empodera “alcateia” de SP com mega espetáculo de hits

Shakira
Foto: Nicolas Gerardin/ Divulgação

Na última quinta-feira (13), Shakira realizou o segundo show de sua nova turnê mundial “Las Mujeres Ya No Lloran”, no Estádio MorumBIS, em São Paulo, deixando o público de aproximadamente 80 mil pessoas em êxtase com cada momento das mais de duas horas de seu mega espetáculo.

Em meio às grandes expectativas para a turnê, que teve o Brasil como ponto de partida, o show da colombiana na capital paulista começou com algumas frustrações. Além do fato de não ter havido um show de abertura (como foi o caso do Rio de Janeiro, dois dias antes, que contou com uma apresentação de Dennis DJ), o evento teve um atraso de uma hora para começar, devido às adversidades do clima.

- ANUNCIE AQUI -

Apesar do contratempo, que preocupou inclusive a volta de transporte público de boa parte do público, Shakira soube fazer uma entrada impactante: a cantora chegou ao palco por meio de um corredor na pista, embalando o público ao som da dançante “La fuerte”. Mantendo a energia, a cantora seguiu com “GIRL LIKE ME”, parceria com o Black Eyed Peas, que destacou-se pelo momento em que a colombiana mencionou diversas nacionalidades latinas (principalmente a brasileira) e um mashup dos clássicos “Las de la intuición” e “Estoy Aquí”, esta última na versão funk remixada que fora lançada com o DJ Papatinho no final de janeiro.

“Pra mim é um prazer e um sonho começar a minha turnê aqui no Brasil depois de quase 7 anos. Como artista, eu tenho muita sorte de começar aqui. Esse é o reencontro da lobinha com a sua alcateia; essa noite somos um”, disse Shakira em português, aumentando a euforia do público para, em seguida, pegar a guitarra e trazer um momento mais acústico com a junção das faixas “Empire” e “Inevitable”.

- ANUNCIE AQUI -

Se Shakira, naturalmente, é uma artista bastante comprometida com a dança, mostrou estar além na era “Las Mujeres Ya No Lloran”, trazendo performances quase que teatrais feitas com seus bailarinos. Com caracterizações bastante realistas e movimentos perfeitamente sincronizados nas seguintes “Te felicito” e “TQG” (parceria de seu novo álbum com a também colombiana Karol G), parte do público chegou a questionar se realmente não eram robôs dançando junto da cantora.

Por mais que sua nova era seja um forte símbolo do empoderamento feminino, Shakira também não escondeu o sofrimento com a separação. Mesmo que deixasse claro estar bem resolvida no momento, como quando fez uma performance enérgica e em que ainda alterou a letra de “Don’t Bother”, a cantora também mostrou suas fragilidades, quando uma animação foi exibida no telão de uma loba sozinha e machucada na floresta, que recuperou-se estando junto dos filhotes. A analogia com sua vivência e a importância de seus filhos em seu processo de cura tornou-se ainda mais emocionante quando a artista apareceu vestindo um corpete de dois lobos para cantar “Acróstico”, e vídeos de Milan e Sasha apareceram no telão no momento em que cantam o pós-refrão da faixa.

Elevando novamente a energia do show, uma grande sequência de hits intrinsecamente latinos mostrou que, mais do que cantar, também “quem dança seus males espanta”: a junção de “Copa vacía”, “La bicicleta” (esta com o grande momento de destaque em que Shakira montou numa bicicleta humana feita por seus dançarios) e “La tortura” conseguiu ser o aquecimento perfeito para a catártica performance do grande sucesso “Hips Don’t Lie”, finalizada em seguida com “Chantaje”, que foi dos bastidores de Shakira no camarim até a volta ao palco, quando transformou o reggaeton de sua parceria com Maluma do numa “caliente” salsa. Depois da levada acústica da guitarra à batida mais eletrônica de “Monotonía”, Shakira trouxe um momento mais nostálgico da era “Sale el Sol” com o mashup dançante dos hits “Addicted To You” e “Loca”.

Equilibrando os momentos mais performáticos – como a dança no pole dance de seu último single “Soltera”, após fazer um apelo (em português) sobre a importância do amor próprio nos relacionamentos – com os mais acústicos (intensificado pelas fortes guitarras de “Cómo dónde y cuándo”), o show de Shakira também foi fortemente marcado pelo investimento na tecnologia, com diversos vídeos feitos com IAs, que funcionavam tanto como um intervalo para a artista e a narrativa da setlist, quanto como analogias às suas vivências pessoais, a exemplo do visualizer que mostrou a transformação de uma lágrima derramada pelo olho da cantora num diamante (assim como na capa de “Las Mujeres Ya No Lloran”), para sua entrada simbólica no palco, com um vestido todo de brilhantes, performando a “Última” música que compôs sobre seu término.

- PUBLICIDADE -

Todo o conceito e o sucesso de seu último disco são um reflexo da dedicação e evolução que Shakira teve enquanto artista ao longo de seus 35 anos de carreira. Deixando clara a importância de manter-se fiel a suas raízes, a cantora replicou a versão de “Ojos Así” que apresentou no último Grammy – onde levou o prêmio de Melhor Álbum Pop Latino – e tocou na sequência uma emocionante versão de “Pies descalzos, sueños blancos”, um de seus primeiros sucessos, após exibir um vídeo compilando momentos do início de sua carreira. Aumentando a conexão com o público, Shakira tocou uma versão mais acústica de “Antología”, adicionada propositalmente à setlist do show após pedidos dos brasileiros, e que terminou completamente ovacionada e com a seus agradecimentos emocionados ao carinho e presença dos fãs, que não a deixam sentir-se sozinha.

Após as performances eletrizantes de “Poem to a Horse” – revelando ser, atualmente, uma de suas favoritas e de sua banda de tocarem ao vivo – e “Objection (Tango)”, que misturou as influências do rock e de ritmos africanos, Shakira aproveitou o embalo para trazer outro momento catártico do show com a sequência potente de “Whenever, Wherever” e “Waka Waka”, certamente, duas das músicas mais aclamadas da noite e que colocaram todo o MorumBIS para dançar como se estivéssemos, de fato, em clima de Copa do Mundo.

- ANUNCIE AQUI -

Este poderia ter sido quase o encerramento perfeito para um espetáculo tão bem produzido e contemplativo em termos de repertório, se não fosse a perspicácia e o simbolismo das duas últimas músicas. Após um visualizer que mostrou os “10 mandamentos da loba” e o surgimento de uma grande escultura de um lobo no palco, o show terminou debaixo da luz de uma Lua cheia com as performances de “She Wolf”, e da tão esperada “Bzrp: Music Sessions #53”, que coroou Shakira como a grande loba das divas pop sob o coro de “las mujeres ya no lloran, las mujeres facturan”, mantra de sua alcateia de fãs.

Muito obrigado pela sua visita e por ler essa matéria! Compartilhe com seus amigos e pessoas que conheça que também curtam Shakira, e acompanhe a Nação da Música através do Google Notícias, Instagram, Twitter, YouTube, e Spotify. Você também pode receber nossas atualizações diárias através do email - cadastre-se. Caso encontre algum erro de digitação ou informação, por favor nos avise clicando aqui.



Caso este player não carregue, por favor, tente acessa-lo diretamente no player do Spotify. Siga a NM no Instagram e Twitter

Natália Barão
Natália Barão
Jornalista, apaixonada por música, escorpiana, meio bossa nova e rock'n'roll com aquele je ne sais quoi