Prestes a finalizar a série de apresentações que marcaram o Punk Is Coming! no último sábado (8) antes do show do Offspring em São Paulo, a banda Sublime teletransportou o público do Allianz Parque diretamente para o ska e o reggae da década de 90.
Sendo talvez uma das atrações mais aguardadas da noite, as expectativas para a volta do Sublime eram enormes, não apenas pelo hiato de quase 30 anos nas atividades do grupo, mas também pelo fato da nova formação contar com a presença do filho de Bradley Nowell, Jakob, que assumiu os vocais do falecido pai no final de 2023. Ao lado dos integrantes originais Eric Wilson e Bud Gaugh, o jovem de 29 anos subiu ao palco com grande empolgação para abrir o show ao som de “Garden Grove”.
Em meio a fortes falhas técnicas que persistiram no mínimo durante os primeiros 20 minutos da apresentação, tornando a cantoria e a comunicação de Jakob com o público de difícil compreensão, a performance de“Wrong Way” foi complementada ainda por uma transição quase imperceptível para o sucesso “The Ballad of Johnny Butt” e seus característicos riffs de guitarra. Construindo uma linha narrativa interessante, a sequência desta para a seguinte “April 29, 1992” – também do álbum homônimo da banda – foi marcada pelos efeitos sonoros de uma sirene policial.
Acelerando o ritmo e criando uma atmosfera mais dançante no Allianz Parque, a descontraída apresentação de “5446 That’s My Number/ Ball And Chain”, que ganhou ainda um verso de Jakob dedicado às mulheres brasileiras, fez com que a seguinte “Badfish” fosse um dos momentos (ainda) mais animados do show, inclusive por seu hipnotizante solo de guitarra. Ainda destacando o instrumento de cordas, vale destacar aqui a versatilidade dos arranjos de “Greatest-Hits”, dos riffs ao solo, limpos ou com overdrive, que fizeram desta, de fato, uma das melhores músicas da noite.
Considerando o fato de que o tempo da apresentação era contado, talvez emendar várias músicas numa tacada só tenha sido uma estratégia do Sublime para contemplar os principais sucessos do legado da banda e, obviamente, fazer a alegria dos fãs. Ao menos foi essa a sensação tida com os arranjos complementares da sequência “Jailhouse”, “Right Back”. Com uma divisão mais clara do fim de uma música para o início da próxima, a aceleração de ritmo e a incorporação de elementos mais ska que reggae em “Burritos” teve uma interessante inversão na transição para “Pawn Shop”, que incluiu ainda notas mais psicodélicas das guitarras e dos arranjos dos teclados.
Trazendo um clima um tanto quanto praiano para a capital paulista e totalmente condizente com os últimos dias do verão, a versão de “Doin’ Time” marca um dos pontos altos do show do Sublime. Além de uma interpretação cativante, a faixa readaptada em 2019 por Lana Del Rey ganhou um final mais psicodélico que introduziu perfeitamente a progressão dos acordes para “Romeo”, que conquistou um grande coro do público por ser inesperadamente incluída no repertório. Aos que não acompanharam os registros do show feito dois dias antes no Rio de Janeiro, a dose de surpresas aumentou quando Jakob Nowell chamou o guitarrista do Offspring, Noodles, para se juntar à banda num de seus principais sucessos, “What I Got”, fortemente ovacionada.
Desacelerando um pouco o clima do show, Jakob ficou sozinho no palco para trazer duas performances acústicas mas, nem por isso, menos animadas, de “Boss DJ” e “Pool Shark”, complementada no final pelo leve tilintar de Bud Gaugh na bateria, assim como a seguinte “Waiting for My Ruca”, que foi acrescentada ainda pelas palmas do público.
A reta final do show do Sublime trouxe dois momentos que fizeram jus ao nome do evento “Punk Is Coming”, levando o ritmo acelerado e a agressividade do punk às clássicas “Date Rape” e “Same In The End”. Incorporando ainda trejeitos bastante similares aos de seu pai, a interpretação de Jakob de “Feel Like That” – primeira música inédita da banda em 28 anos gravada com os vocais de Bradley Nowell – trouxe ao público a mesma sensação de familiaridade da formação original da banda, assim como o encerramento com “Santeria”, mostrando que a nova era do Sublime mantém a mesma essência da década de 90.
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