Há dez anos sem se apresentar no Brasil, o The Cure foi a banda encarregada a encerrar a segunda edição do Primavera Sound São Paulo, que aconteceu neste fim de semana no Autódromo de Interlagos. E, convenhamos, não há combinação melhor do que ouvir as músicas tristonhas cantadas por Robert Smith em um fim de domingo. É a trilha sonora perfeita para o dia que é considerado o mais melancólico da semana, e que precede a temida segunda-feira.
Após um show gostoso do Beck em um fim de tarde ensolarado, um dançante e performático de Róisín Murphy, e um enérgico do Bad Religion, o The Cure subiu ao palco Corona para aquecer o coração dos góticos presentes no local que, com suas roupas pretas e coturnos em maioria, enfrentaram um calorão de mais de 30ºC durante o dia todo, sem sombras para se protegerem ou se confortarem.
O The Cure, que carrega 45 anos de estrada, é daquelas bandas clássicas intactas sem nenhuma mancha na carreira – seja por algum álbum ruim ou por polêmica que a faz ser cancelada – e, por isso, já era esperado um show perfeito que foi entregue do modo que os fãs queriam: misturando tristeza, alegria e hits para dançar em quase três horas de apresentação.
Falando em hits, o grupo britânico é daqueles que têm dezenas de canções radiofônicas que fazem parte de nossas vidas. Quem é que não possui alguma lembrança afetiva ao ouvir “Pictures of You”, “Lovesong”, “Fascination Street”, “In Between Days”, “Just Like Heaven”, “A Forest” ou “Friday I’m in Love”? Todas tocadas no show e intercaladas com faixas mais densas e extensas como “From The Edge of the Deep Green Sea”, “Plainsong”, “Want” e “Disintegration”.
O bis, então, agraciou quem lutou contra suas próprias dores nos pés ou nos joelhos para “aguentar” até o final do show, devido a sua longa duração. Em uma sequência matadora vieram “Lullaby”, Hot Hot Hot!”, “Close to Me”, “Why Can’t be You?” e “Boys Don’t Cry”, fazendo com que os fãs fossem embora para casa mais leves e felizes, com sentimentos bem diferentes de um final de domingo qualquer.
Sendo assim, o Primavera Sound São Paulo, ao lado de Lollapalooza Brasil e The Town, se firma como um dos maiores festivais da capital paulista. Que venha a terceira edição.
Resenha por Itaici Brunetti.
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