Trazendo um pouco da história viva do punk da década de 70, os britânicos do The Damned deram uma amostra do real significado de “punk raiz” no evento Punk Is Coming, que reuniu no último sábado (8) diferentes bandas do gênero para a turnê do Offspring, em São Paulo.
Sem qualquer entonação prepotente ou soberba, todo entusiasta do movimento punk que se preze não poderia se dar ao direito de perder a apresentação do The Damned no Allianz Parque. Isso porque a banda foi uma das pioneiras do movimento que trouxe a contracultura do Reino Unido para o mundo, sendo pilares tão importantes quanto o Sex Pistols ou o The Clash.
Ao som do clássico “The Man With The Golden Arm”, na versão de Jet Harris, a banda fez sua entrada ao palco com a formação original pela primeira vez em 35 anos: Dave Vanian nos vocais, Captain Sensible na guitarra, Rat Scabies na bateria, e Paul Gray no baixo. Trazendo a melodia acelerada típica da cena punk, a abertura da apresentação ficou por conta de “Love Song”, intercalada por um breve “boa tarde, São Paulo!” em português dito pelo guitarrista Cap, para emendar na sequência com a essência do punk inglês de “Machine Gun Etiquette”.
Depois da introdução ao “raw punk” da década de 70, a banda seguiu para uma leva de hits do “The Black Album”, um dos álbuns mais importantes de sua discografia e da história do movimento gótico. Contagiados imediatamente pelos riffs dançantes de “Wait for the Blackout”, o público vibrou exponencialmente com a batida de “Lively Arts” combinada à voz barítono de Dave Vanian e aos teclados característicos de “The History of the World, Pt. 1”, que teve a atuação de Rat Scabies na bateria destacada pelo vocalista.
Mostrando a diversidade musical presente no som do The Damned ao longo de suas diferentes eras, “Stranger On The Town” trouxe um momento mais “pop”, com leves referências jazz – como ditas por Vanian antes da performance – para, em seguida, voltar às origens da banda com “Fan Club”, numa homenagem a Brian James, ex-guitarrista e fundador original do grupo que faleceu dois dias antes da apresentação.
Dando um breve intervalo na parte mais contemplativa do repertório ao garage punk com sua interpretação gótica de “Eloise”, sucesso do cantor Barry Ryan, o The Damned retomou a vitalidade punk de seu primeiro álbum, “Damned Damned Damned” com a animada “Born To Kill”, que foi marcada por curtas falhas técnicas. Continuando as honrarias a seu legado de mais de 50 anos, os britânicos quase que competiram com o público para ver quem fazia mais “barulho” no Allianz Parque: os eletrizantes riffs de guitarra de “Noise Noise Noise” ou o coro vibrante dos fãs no refrão de “Ignite”.
Chegando ao ato final do show, os britânicos de fato fizeram “justiça a suas músicas” – como dito previamente ao Nação da Música por Captain Sensible – com a sequência de clássicos “Neat Neat Neat”, “New Rose” (um dos momentos mais esperados da setlist e que trouxe uma carga a mais de emoção com a foto de Brian James exibida no telão) e a junção das duas partes de “Smash It Up”. Englobando todas as personalidades do The Damned, o grupo se despediu do público brasileiro de forma bastante simbólica, passando o bastão para o Offspring (mesmo que não levando em conta intencionalmente que os californianos gravaram uma versão da faixa na década de 90).
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