Em primeira mão para a Nação da Música, nesta terça-feira (30/04), a cantora e compositora Gabi Albuquerque lançou o registro audiovisual completo de “Espelho na garagem”, EP ao vivo em estúdio lançado no último dia 20.
Após aventurar-se por um som mais pop e intimista, ela e sua banda revisitam as canções do EP “Espelho” em um formato mais despretensioso, inspirados em bandas de garagem e com uma sonoridade mais ‘suja’, rápida, menos técnica e mais orgânica.
Além das cinco faixas autorais do EP, o registro contém ainda seis clássicos fundamentais que moldaram a personalidade artística de Gabi. São canções que, embora não sejam necessariamente rock’n’roll, contém elementos do gênero e a potência necessária para chegar à garagem da artista e ganhar uma versão mais visceral, como as bandas do tipo normalmente fazem.
Com a premissa de que, muitas vezes, nos reconhecemos a partir da vivência do outro, as canções criadas originalmente para o EP “Espelho” compartilham histórias e pontos de vista de uma mulher lésbica, no alto dos seus 40 anos, no caminho do autoconhecimento.
Gravado “ao vivo” no estúdio Lém7, os músicos Leonardo Ock Tock (baixo), Gustavo Pacheco (guitarra), José Consani (guitarra) e Kenji Barbosa (bateria) acompanharam Gabi Albuquerque neste registro. A direção de fotografia do projeto ficou a cargo de Debora Sacramento e Elder Silveira.
“Essas canções foram escolhidas porque dialogam com os valores do meu trabalho e são pautadas, em sua maioria, em interpretações de mulheres. ‘Caxangá’, gravada magistralmente por Elis Regina, fala da questão capitalista; ‘Agito e Uso’, da Angela Ro Ro, é uma espécie de firmamento ideológico da igualdade entre gêneros. ‘Fé Cega, Faca Amolada’, brilhantemente registrada pelos Doces Bárbaros, sobretudo pelas vozes de Gal e Bethânia, é uma crítica a esse movimento de violência justificado por valores religiosos”, conta.
Gabi fala ainda sobre uma seminal colaboração para o rock brasileiro e que abriria uma eterna discussão entre os fãs de heavy metal. “Precisamos lembrar que a Vanusa colocou ‘What To Do’ no mundo com um riff de guitarra que seria usado posteriormente pelo Black Sabbath”, explana a artista sobre pioneirismo feminino, sem esquecer também de Rita Lee, presente em uma versão de “Mamãe Natureza” e que é, sem dúvidas, uma das referências máximas do rock feito por mulheres.
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